Ciências Sociais e Humanas Antropologia
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História da Antropologia
Autor: Alzira Simões (Professora Universitária) Contributos: sem contributos... se é especialista nesta matéria, ajude-nos a enriquecer o nosso site... contacte-nos para knoow.net@gmail.com Data de criação: 06/09/2009 Resumo: O que significa o vocábulo antropologia; apresentação da história da antropologia... ver artigo completo Palavras chave: antropologia, história Comente ou leia outros comentários a este artigo
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Antropologia, História da |
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Thomas Hobbes (1588 - 1679) "é considerado como secundando Descartes em importância na formação da filosofia racionalista, no entanto, as duas principais subtradições que Hobbes fundou - a teoria do Contrato Social e a teoria empírica do conhecimento - tiveram muito mais impacto sobre as preocupações actuais do que o racionalismo cartesiano"[1] . A teoria empírica baseada no dualismo pensamento/matéria constituiu uma tentativa de fazer derivar o conteúdo do pensamento da matéria. A teoria do Contrato Social é uma análise que tem pela primeira vez como objecto o Estado considerado não como o "corpo político", isto é, o conjunto do rei e os seus súbditos, mas como organização social. Esta análise foi feita em duas obras: De Cire (1642) e Natureza Humana e de Corpore Politico. Segundo Hobbes, o Estado é o fruto de um facto artificial, isto é, criado pelos homens e não de origem divina. A justiça, actividade exercida por este aparelho, funda-se nesse facto que consiste "no consentimento que alguns homens davam a outros para que estes últimos cerceassem seus direitos individuais"[2] . O Estado, de acordo com o autor, justifica-se na medida em que num estado de natureza, onde a vontade reina (onde não há cerceamento de direitos) as necessidades de sobrevivência individual levariam inevitavelmente ao caos social, o qual é contrário à existência de uma sociedade. Para que tal não aconteça, os indivíduos têm de alienar os seus direitos em benefício do Estado. Em contrapartida, cada membro da comunidade tem assegurado a sua sobrevivência. Na Teoria do Contrato Social o dualismo está, igualmente, presente na medida em que postula que a vontade deve ser alienada ou não, o cerceamento de direitos deve ser afirmado ou negado mas nunca se deve verificar uma situação intermédia.
John Locke (1632 - 1704), à semelhança dos autores acima citados, desenvolveu um conjunto de ideias ao nível da filosofia social e da filosofia natural. Relativamente à primeira, este autor corroborou os argumentos de Hobbes, segundo os quais a sociedade fundava-se numa alienação de direitos individuais. Contrariamente a este autor, porém, Locke considerava que num Estado de Natureza também poderia verificar-se uma transferência da vontade. A análise de Locke no âmbito da filosofia natural é baseada na dicotomia pensamento/substância. Para este autor as ideias de "Deus", "Eu" e "Infinito" eram externas ao indivíduo, logo não inatas e a assimilação feita pelo mesmo obedecia a um processo onde, a mente não intervinha. Esta era completamente passiva, meramente receptora de ideias, como uma Tábua rasa. "A doutrina das ideias inatas que Locke tentou rejeitar foi adoptada como a principal alternativa à sua posição na segunda subtradição racionalista (...) chamada geralmente de idealismo"[3].
O barão Wihelm Gotfried von Leibnitz (1676 - 1716) foi o idealista cuja teoria foi melhor recebida no seio da filosofia social. Na sequência directa de Descartes, Leibnitz postulou que só poderia haver um conhecimento certo ou necessário das substâncias imateriais. Por outro lado, desenvolveu um conceito da mente como algo activo na formação do conhecimento, não apenas como mero receptáculo. Esta concepção da mente irá desempenhar um papel relevante nas filosofias monistas tanto de Hume quanto de Kant, bem como no dualismo de Hegel. [1] Murray Leaf - op. cit. p. 30. [2] M. Leaf - op. cit. p. 32. [3] M. Leaf - op. cit. p. 39. [4] O conceito de vontade geral de Rousseau vai ter o seu paralelo em Durkheim com o conceito de consciência colectiva. [5] M Leaf - op. cit. p. 34.
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Excerto do artigo científico: História da Antropologia
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