Apresentação do Livro do Génesis
O Génesis (que significa 'nascimento',
'origem'), é o primeiro livro da
Bíblia,
fazendo parte do Pentateuco, e conta os primórdios da história do mundo
e do homem e a revelação singular dos Israelitas com Deus. As narrações
contidas neste livro, de autor desconhecido, terão sido o resultado de
recolhas e compilações de tradições orais e histórias de povos tribais
entre os anos 1225 e 1000 a.C.
O Livro do Génesis divide-se em duas partes bastante distintas:
- As Origens, que marcam a criação do
mundo e dos homens, o Jardim do Éden, o pecado original, a dispersão da
humanidade pelo mundo, a corrupção humana e o castigo do dilúvio. Aqui é
revelado também a beleza e a maravilha do mundo natural, realçando a
bondade e a harmonia que Deus pretendia com a criação. A criação culmina
com o surgimentos dos seres humanos, feitos à imagem de Deus. Esses
primeiros seres humanos, Adão e Eva, vivem no jardim do Eden, um local
maravilhoso e paradisíaco, em harmonia com Deus, com a criação e consigo
próprios. Mas a certa altura o pecado entra no mundo e, em consequência
disso, Adão e Eva irão sentir a separação, o sofrimento e a morte. O
pecado vai-se espalhando, primeiro na própria família de Adão e Eva
(história de Caim e Abel) e depois na sociedade em geral (história de
Noe e do dilúvio).
- A História dos Patriarcas, que conta a
história das origens do Povo Israelita e dos seus primeiros patriarcas, desde Abraão
a José, passando por Isaac e Jacob. Abraão, o primeiro dos patriarcas, é
apresentado como o embrião de um povo que terá como missão ser o
portador do projecto de Deus para a Terra. O livro termina com José, um
dos doze filhos de Jacob que, apesar do mal que lhe foi feito, salva, de
forma muito astuta, o Egito e Israel da fome.
A História dos Patriarcas ocorre num
período acessível à investigação histórica (Abraão, por exemplo, é
contemporâneo de Hamurabi) e muitos dos factos relatados no Génesis têm
vindo a ser comprovados por descobertas e achados arqueológicos. Pelo
contrário, as Origens funcionam mais com um prefácio do livro que se
perde na neblina da pré-história e cujo objectivo não deve ser o de
funcionar como um compêndio de história, mas antes como um meio de
transmissão de uma verdade religiosa: tudo o que existe deve a sua
existência à vontade de Deus.
Esta interpretação dos relatos bíblicos do
Antigo Testamento e em especial da primeira parte do Génesis tem sido
alvo de alguma discórdia. Diversos grupos religiosos fazem uma
interpretação textual dos factos narrados. Já a Igreja Católica prefere
colocar a ênfase não nos factos descritos mas sim nos objectivos: em
lugar de questionar "isto passou-se realmente assim?", prefere
questionar "o que é que Deus me pretende transmitir com este texto?".
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