Evangelho Segundo São João
O Evangelho segundo S. João é um dos
quatro Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia Cristã que relatam a vida
de Jesus e a mensagem por Ele transmitida. Distingue-se dos outros três
Evangelhos (Evangelho de Marcos,
Evangelho de Mateus e
Evangelho de Lucas), chamados de Evangelhos Sinópticos, por apresentar
uma estrutura e estilo muito próprio, cheio de dissertações mais
extensas e de numerosas conversações e encontros dramáticos da vida de
Jesus. Outro aspecto que distingue o Evangelho de São João dos
Evangelhos Sinópticos é a própria cronologia da vida pública de Jesus:
enquanto os três Evangelhos Sinópticos parecem enquadrar toda a vida de
pregação de Jesus num espaço de apenas um ano, o Evangelho de São João
fala de cerca de três festas da Páscoa, o que corresponderia a três
anos.
De acordo com a tradição cristã, o
Evangelho segundo S. João terá sido escrito pelo próprio Apóstolo João e
editado pela Igreja de Efeso onde João terá passado os seus últimos anos
de vida.
Uma das curiosidades do Evangelho segundo
S. João é o facto de, por um lado, manifestar um conhecimento detalhado
dos usos e costumes do judeus pressupondo que o seu autor tenha sido uma
testemunha ocular, e, por outro lado, apresentar um Jesus transcendente,
teológico, sacramental e meta-histórico. Tal deixa transparecer alguém
que sendo testemunha ocular dos factos, transmite um estádio mais
avançado da fé.
Outro aspecto importante deste Evangelho é
o facto de estar sistematizado, na sua primeira parte, de acordo com as
festas litúrgicas dos judeus e que aqui são transformadas em festas
litúrgicas cristãs. Nelas dá-se grande ênfase aos dois sacramentos
sacramentos fundamentais da Igreja Cristão: o do Baptismo e da
Eucaristia.
Por fim, outra característica importante
do Evangelho segundo S. João é o gosto pela personificação e de
concentração numa única pessoa o que se refere a um grupo de muitas: por
exemplo, Nicodemos é a personificação de todos aqueles que nas trevas
procuram a luz de Cristo; a Samaritana representa todos aqueles que têm
sede de justiça e de santidade; o cego é a personificação de todos
quantos foram iluminados por Cristo pela fé e pelo baptismo; Lázaro é o
símbolo da vida recebida com a morte de Jesus; Tomé representa todos os
incrédulos mas que acabam por aceitar a ressurreição; Maria Madalena
personifica todos quantos continuam a procurar o significado do túmulo
vazio.
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