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Apresentação da Teoria dos Dois Factores de
Herzeberg
A Teoria (ou Modelo) dos Dois Factores da
autoria de Frederick Herzberg procura explicar os motivos que
influenciam o trabalho das pessoas nas organizações. Neste modelo,
Herzberg distingue dois tipos de factores que influenciam a motivação
dos trabalhadores - os factores higiénicos e os factores motivadores:
1. Factores Higiénicos: Apenas influenciam
a motivação pela negativa quando não são satisfeitos, tornando-se
neutrais quanto satisfeitos. Daqui se conclui que quando uma das
necessidades representada por estes factores não é satisfeita, é
provocada desmotivação. Mas, se pelo contrário a necessidade é
satisfeita, não é provocada nem motivação nem desmotivação. Incluem o
salário, as condições de trabalho, a supervisão técnica, as relações
pessoais com os supervisores colegas e subordinados, as regras e o modo
de funcionar da organização, entre outros.
2. Factores Motivadores: Influenciam a
motivação pela positiva, ou seja, quando satisfeitas as necessidades a
eles associados contribuem para o aumento da motivação e, se pelo
contrário a necessidade não é satisfeita, não é provocada nem motivação
nem desmotivação.
Incluem as possibilidades de sucesso pessoal e progresso profissional, a
responsabilidade que lhe é atribuída, o reconhecimento pelos seus
sucessos, as relações inter-pessoais, a natureza das tarefas que
executa, etc.
Até aqui, Herzberg pouco acrescentou à
teoria de Maslow e à sua célebre Pirâmide das Necessidades. Na verdade,
os factores higiénicos de Herzberg são muito semelhantes às necessidades
inferiores (fisiológicas, de segurança e sociais) de Maslow, enquanto
que os factores motivadores correspondem às necessidades superiores (de
estima e de auto-realização). A principal diferença encontra-se no facto
de Maslow considerar que qualquer necessidade não satisfeita motiva a
acção, enquanto que Herzberg afirma que apenas os factores motivadores e
incentivam à realização de trabalho, ou seja, criam motivação.
Para Herzberg, baixos níveis de factores
higiénicos provocam insatisfação, a qual é anulada quando esses factores
atingem um nível adequado;contudo, a inexistência de insatisfação não é
suficiente para a existência de motivação para um melhor desempenho no
trabalho, o que só é conseguido através dos factores motivadores. Por
outro lado, a falta de factores motivadores apenas significa a
inexistência de motivação e não necessariamente a insatisfação. Desta
forma, os factores higiénicos são poderosas fontes de insatisfação mas
raramente de motivação, enquanto os factores motivadores são poderosas
fontes de motivação mas raramente de insatisfação.
Daqui se conclui que, por exemplo, os
níveis salariais devem corresponder às expectativas para evitar
insatisfação mas aumentá-los para além dessas expectativas não traduz
aumentos significativos na motivação.
Assim, uma das formas de conseguir a
motivação contínua de um trabalhador é através da atribuição de cargos e
tarefas mais complexas e com maior grau de desafio e que acompanhem o
seu desenvolvimento pessoal e profissional. É esta a base dos
conhecidos, e, já vulgarmente utilizados nas organizações actuais,
programas de enriquecimento de tarefas. O principal objectivo destes
programas é o aumento da produtividade proporcionado pela maior
motivação e pela redução do absentismo.
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