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Conceito de Suite
O termo Suite (termo de origem francesa
que significa série ou sucessão) designa um tipo de composição musical
que consiste numa sucessão de peças ou de andamentos instrumentais
(geralmente danças), caracterizados pelo seu carácter diferente mas
escritos na mesma tonalidade. A origem deste tipo de composições
situa-se nas músicas de dança da Idade Média que associam duas danças de
carácter contrastante. No
século XVI estas associações eram formadas por
uma dança lenta em compasso binário e por uma dança rápida em
compasso
ternário, evoluindo posteriormente para séries de três danças em que as
peças podiam ou não manter uma relação temática. A partir dos finais do
século XVI e início do
século XVII começam a ser compostas suites para
alaúde na mesma tonalidade mas sem qualquer ligação temática. Em
1611,
Paul Peuerl cria uma disposição constante para as suites.
Suites a Solo Barrocas
Nos primeiros modelos, as suites escritas
para um único instrumento incluíam três danças, nomeadamente a Allemande,
a Corrente e a Sarabanda, sendo geralmente
destinadas ao piano ou ao alaúde. Após a segunda metade do
século XVII,
o modelo da suite foi ampliado, passando a incluir também uma
Jiga no final. Além destes dois modelos, a
estrutura da Suite podia apresentar outras variantes como por exemplo a
inclusão de outros andamentos que não a dança (o prelúdio, por exemplo)
ou de outras danças antes ou após a
Jiga.
Com o passar do tempo, foram também
ampliadas as opções instrumentais das suites a solo como por exemplo as
suites para flauta, violino e violoncelo. Para o sucesso destas suites
teve influência decisiva o célebre compositor Johann Sebastian Bach, que
compôs numerosas suites para violino e para flauta (as chamadas Partitas),
para violoncelo e também para os tradicionais piano e alaúde.
Suites Orquestrais Barrocas
Para o surgimento das suites orquestrais
foi essencial a imensa popularidade do ballet francês da segunda metade
do século XVII, o qual deu origem à prática de extracção de árias e de
danças pertencentes a obras teatrais. Estas suites podiam incluir
andamentos de uma única obra ou de diversas desde que na mesma
tonalidade.
A partir do último quartel do
século XVII
diversos compositores alemães produzem novas composições seguindo este
modelo, destacando-se o pioneiro Johann Sigismund Kusser que inaugura o
género em 1682 e Johann Sebastian Bach, autor de Aberturas-Suites (BWV
1066-1069). A partir de meados do
século XVIII, e muito devido ao
sucesso das sonatas, as suites de danças desaparecem quase por completo.
Apenas com a chegada dos compositores neoclássicos a partir de meados do
séc. XIX (entre os quais Tchaikovsky, Debussy ou Stravinsky) a suite
orquestral volta a recuperar algum do seu vigor.
Normalmente as suites orquestrais
apresentam um estrutura que inclui uma abertura francesa seguida de uma
série de danças escolhidas livremente, mas apresentando a mesma
tonalidade, incluindo danças populares da época, como o
minuete, a bourrée
ou a gavota.
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