Ciências da Terra e da Vida

Biologia

Botânica

Autor: Francisco Marques
Doutorando em Bioquímica

 

Data de criação: 07/03/2015

Resumo: Apresentação do conceito de Botânica...

Define-se como a ciência que se dedica ao estudo da morfologia e da fisiologia das espécies vegetais. A palavra botânica, que (...)

Palavras chave:  biologia

 

Conceito de Botânica

Define-se como a ciência que se dedica ao estudo da morfologia e da fisiologia das espécies vegetais. A palavra botânica, que etimologicamente deriva do grego (botaniké) significa a ciência “que trata das plantas”. A sua grande importância resulta do facto de os vegetais serem os únicos organismos vivos capazes de elaborar o seu próprio alimento, que por sua vez são indispensáveis na alimentação dos animais. Usualmente, a Botânica é dividida em duas grandes áreas: a Botânica pura/teórica e a Botânica aplicada. No entanto, a teoria e a prática relacionam-se intimamente, uma vez que é imprescindível um conhecimento teórico profundo da botânica para conseguir extrair um rendimento prático das plantas. Assim, define-se a Botânica pura/teórica como a área da botânica que estuda as espécies vegetais com finalidade puramente científica, sem preocupação com as suas possíveis aplicações práticas.

As principais divisões da Botânica pura/teórica são as seguintes:

- Anatomia vegetal, que dá informações sobre a estrutura interna das plantas;

- Bioquímica botânica, que estuda os compostos químicos presentes nos vegetais, a sua utilização por estes e o seu valor para o homem;

- Citologia vegetal, que analisa os fenómenos vitais da célula vegetal;

- Ecologia, interessada no conhecimento das relações recíprocas entre a planta e o seu meio;

- Fisiologia vegetal, que investiga o funcionamento dos órgãos das plantas, o seu metabolismo, crescimento e reprodução;

- Fitogeografia, que estuda a sua distribuição;

- Fitopatologia, que estuda as doenças das plantas, os seus agentes causadores e o modo de as combater.

- Fitotaxia, que identifica, descreve e classifica as plantas;

- Genética, interessada na fenomenologia da hereditariedade e dos métodos de hibridação;

- Morfologia vegetal, que estuda a estrutura externa das plantas e formula critérios para elaborar sistemas de classificação;

- Paleobotânica, que investiga a história geológica do reino vegetal;

A Botânica aplicada estuda as relações entre as espécies vegetais e a vida humana e as aplicações práticas dos resultados desse estudo. As suas principais divisões são:

- Agronomia, que regula praticamente os trabalhos do campo para obter melhores rendimentos;

- Botânica económica, dedicada ao estudo das plantas do ponto de vista utilitário;

- Botânica médica ou farmacêutica, que estuda as propriedades medicinais dos vegetais;

- Dasonomia, que estabelece normas para a conservação das florestas e dos terrenos por elas ocupados;

- Floricultura, que estuda as plantas cultivadas com fins decorativos;

- Silvicultura, que se ocupa das florestas, do tratamento e utilização das mesmas, do repovoamento de terras não florestadas e do aproveitamento da madeira e seus derivados;

 

Evolução da Botânica ao longo da História

Pensa-se que o interesse pelas plantas deve ter surgido com caracter utilitário, uma vez que o homem depende delas para obter alimento, madeira, fibras têxteis, remédios e drogas, substâncias aromáticas e corantes. Entre os antigos gregos sublinha-se Teofrasto (372 a.C. - 287 a.C.) que classificou as plantas segundo a sua morfologia e fez distinção entre árvores, arbustos, plantas e ervas. Outros como Plínio (23 - 79), o Velho, e Dioscórides (40 - 90) foram compiladores importantes e tiveram uma grande influência na Idade Média. Para além destes, as viagens exploratórias ou de conquista permitiram também um grande desenvolvimento da Botânica. A partir destas viagens e resolvido o problema de aclimatização das espécies, começaram a multiplicar-se os jardins botânicos pela Europa (século XVI). Também começaram a surgir os herbários, de enorme interesse documental e científico. Existem várias plantas cujo nome lembra o de algum botânico importante na época, como Andrea Cesalpino (1519 - 1603), Charles l’Écluse (1526 - 1609), Nicolás Monardes (1493 - 1588) e os exploradores Pierre Belon (1517 - 1564) e Leonhard Rauwolf (1535 - 1596). A partir do século XVII o problema-chave a solucionar é o da classificação ou sistemática, a par das noções de espécie, género e família. Para a resolução deste problema destacaram-se nomes como irmãos Bauhin, John Ray (1627 - 1705) e Augustus Rivinus (1652 - 1723), defensor da nomenclatura binária, por género e espécie, muito antes de Lineu e Joseph Tournefort (1656-1708). No entanto, é só no século XVIII, e por Karl von Linné ou Lineu (1707 - 1778), que é fixada definitivamente a taxionomia binária. Até aos dias de hoje descreveram-se mais de 350000 espécies vegetais. No entanto, atualmente considera-se que a nomenclatura clássica é insuficiente, estando em discussão outras formas de a substituir ou de a melhorar.

 

Outras personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da Botânica:

- Leonhart Fuchs (1501 - 1566)

- Valerius Cordus (1515 – 1544)

- Conrad Gesner (1516 - 1565)

- Joachim Jungius (1587 - 1657)

- Robert Hooke (1635 - 1703)

- Aintoine Jussieu (1748 - 1836)

- Augustin de Candolle (1778 - 1841)

- Lorenz Oken (1779 - 1851)

- Richard Spruce (1817 - 1893)

 

 

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