Mina de São Domingos - Mértola
A Mina de S. Domingos situa-se no Distrito
de Beja, mais concretamente a 17 km do concelho em que está integrada,
Mértola, fazendo parte da freguesia de Corte do Pinto.

A Mina já foi, em tempos, um dos mais
importantes aglomerados populacionais do concelho, com cerca de 6.000
habitantes, apesar de hoje contar apenas com os seus, aproximadamente,
800 habitantes.
Admite-se como provável a intensidade de
exploração mineira neste local já em época romana, ficando dessa época
uma roda de madeira para elevação de água, que se encontra conservada no
Museu Nacional das Técnicas de Paris
Relativamente à exploração moderna, esta
iniciou-se em 1858, através da sociedade inglesa Manson & Barry,
terminando em 1965.
Este complexo mineiro e habitacional que
se tornou no primeiro empreendimento mineiro do país, nasceu rapidamente
devido à exportação massiva de pirites sulfurosas, escoadas através do
porto de Pomarão.
Inicialmente a organização da Mina de S.
Domingo definia claramente três zonas: a exploração mineira com os
edifícios, que se estendiam ao longo da via-férrea, para o tratamento do
minério; as habitações para os mineiros, artesãos e funcionários; e a
habitação e serviços de administração. Mais tarde, aquando da junção
destas três zonas e por onde passa a estrada para Mértola e Serpa,
vieram a localizar-se equipamentos de lazer como teatro, campo de
futebol, uma escola e mais uma igreja. Relativamente à farmácia e ao
hospital, estes localizavam-se numa área elevada dentro do complexo
mineiro, assim como a primeira igreja e o cemitério inglês (destinado
apenas ao ingleses, pois os habitantes locais que faleciam ia para
cemitérios de localidades vizinhas, até á construção de um cemitério no
século XX).
Dentro do aglomerado urbano existiam ainda
duas toalhas de água – as Tapadas (Grande e Pequena) – que inicialmente
eram utilizadas para a lavagem do minério.
No que se refere ao tipo de habitação para
cada grupo representado na urbanização da Mina, estas eram muito
diferentes. Para a construção das habitações do povoado usavam-se
matérias e técnicas locais. As casas dos mineiros eram tradicionais e
simples, abrindo directamente para a rua e com aberturas reduzidas ao
mínimo.
Enquanto
estas habitações eram o mais simples possível, a administração
concentrava-se em volta de um grande espaço com jardim e arvores, com um
coreto e um campo de ténis, sendo conhecido como “jardim dos ingleses”.
Estes edifícios, construídos em tijolo, tinham ainda um logradouro
murado á frente e grandes quintais nas traseiras. Eram constituídos por
compartimentos relativamente convencionais com elementos de uma
morfologia local, com cozinhas de grandes chaminés co-existindo com a
sofisticação de fogões de sala em ferro, de modelo inglês, nos
compartimentos principais.
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