Complexo Industrial das Antigas Minas de
S. Domingos - Mértola
Esta
zona, de onde era extraído o
minério das antigas minas de S. Domingos era constituída por várias
construções:
Túneis de entrada e saída para a Corta:
As bocas de entrada que davam acesso
aos poços de extracção de minério tinham 6metros de largura e 4metros de
altura
e permitiam a entrada e
saída dos trabalhadores, assim como a saída dos
minerais,
inicialmente puxados p or
bestas e mais tarde com a introdução do caminho de ferro através de
vagonetas engatadas a locomotivas a vapor.
Escritório das Entradas da Mina:
Este local servia para fazer o primeiro controlo das vagonetas cheias de
minério que saíam
pelos túneis. Este era realizado por apontadores e listeiros que a
empresa contratava.
Antigo
Cais: Neste local situava-se o antigo cais de armazenamento do
minério proveniente dos poços de extracção da corta da mina. Com uma
rampa elevatória colocada na parte direita do cais, as vagonetas
carregadas com o mineral
ascendiam ao cimo do cais onde era depositado todo o mineral. Dentro do
cais o minério era depositado em diferentes compartimentos denominados
por toldas. Á saída destes compartimentos existiam vagões de maior
capacidade de carga que transportavam o minério até ao centro de
britagem da moitinha ou ao complexo da achada do gama ou até mesmo ao
Porto do Pomarão, onde era depois exportado para o exterior.
Zona das Oficinas:
Nesta zona foram criados edifícios a fim de servir a empresa na
reparação, pintura e outros trabalhos, das locomotivas, vagões e outras
máquinas. Aqui trabalhavam cerca de 226 homens. Deve-se referir que em
todas as profissões
existiam pessoas destinadas a dar formação aos mais novos para que eles
viessem a aprender rapidamente o trabalho para poderem ingressar no
trabalho.
Casa da Balança:
Aqui todo
o minério extraído era transportado em vagonetas, depois de ter passado
pelo cais para ser separado e colocado em vagões que transportavam cerca
de uma tonelada de minério.
Ao chegar
aqui todo o minério era medido e contabilizado para depois se dar o seu
tratamento. Exercia aqui funções o embaixador do estado português D.
Manuel Barreira, que controlava todo o movimento de extracção do
minério, com vista à realização
de um balanço anual da extracção ao estado português. Este era auxiliado
por alguns ajudantes, os apontadores ou listeiros.
Antigo Pangaio de Madeira:
Aqui era tratada e armazenada toda a madeira que chegava da mata
envolvente á Mina de São Domingos, assim como a que chegava do exterior,
dando mais importância à madeira de riga que chegava da Ilha da
Madeira
e de Inglaterra. A madeira, assim como o ferro, eram importantíssimos
para a exploração mineira naquela época pois desde as ferramentas
utilizadas pelos mineiros até as linhas de caminho de ferro, servindo
também para combustível nas diferentes maquinas existentes.
Casa do Gelo:
Neste local era produzido o gelo que iria abastecer toda a mina e
arredores. Este era principalmente exportado para o hospital,
para as habitações da classe social mais alta, assim como para os
privados que vinham dos arredores comprar gelo.
Casa da Serração:
Nesta oficina exerciam profissão cerca de 6 trabalhadores, tendo como
função a de serradores. Estes cortavam a
madeira, á
medida de cada serviço, em grandes serras circulares postas em divisões
rectangulares instaladas no solo a cerca de 1 metro de profundidade,
movidas principalmente a electricidade.
Cofre da Escorva de Rastilho:
Aqui era guardada a escorva do rastilho de dinamite que era necessário
para o rebentamento de pedra no fundo das galerias. Este material era
guardado num cofre blindado para evitar qualquer explosão acidental,
assim como
para evitar que este fosse roubado.
O
Malacate:
Esta estrutura tinha como função escoar a água que provinha das
galerias. Através de um sistema de bombeamento, esta água era canalizada
para um reservatório criado ao lado das galerias da mina sendo chamado a
cota 150. Com a ajuda
preciosa
de enormes caldeiros puxados por uma grande turbina eléctrica, sob um
movimento de balança ou seja enquanto um caldeiro subia, outro descia. A
água que era transportada para o exterior era depois canalizada através
de um sistema de orientado por canais que a conduziam até ao Centro de
Britagem da Moitinha, ou até ao Complexo da Achada do Gamo.
Armazém Geral:
Neste edifício
era armazenado todo o material que dava suporte à actividade mineira.
Este material era descriminado por secções e listados pelos
trabalhadores deste armazém. Assim para a requisição de alguma
ferramenta era sempre necessário a emissão de um requerimento passado
pelos escritórios da empresa, que depois seria revisto pelo capataz
responsável de secção e só depois entregue ao pessoal.
Caminho-de-ferro:
O caminho-de-ferro projectado em 1857 é datado de 1858. Este troço tinha
como função ligar a Mina de S. Domingos ao porto do Pomarão de onde se
exportava todo o minério para a Inglaterra. Este troço de via-férrea foi
pioneiro na circulação
de
Comboios em Portugal.
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