Psicologia Dissertações de Mestrado
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A organização
narrativa em crianças com DHDA
Autor:
Jorge,
Marta Susana Simões
Dissertação de Mestrado em Psicologia - Área de Especialização de Psicologia Clínica
Universidade do Minho
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| A organização narrativa em crianças com DHDA |
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estudo exploratório sobre o impacto da medicação psico-estimulante na matriz narrativa |
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Índice INTRODUÇÃO I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO 1. Narrativa 1.1. A Abordagem Narrativa 1.2. Estrutura, Processo e Conteúdo na narrativa 1.3. Desenvolvimento Narrativo 2. Distúrbio de Hiperactividade com Défice de Atenção 2.1. DHDA e Inibição 2.2. Desenvolvimento do discurso interno em crianças com DHDA 2.3. DHDA e Distúrbios ao nível da linguagem 2.4. DHDA, a competência comunicativa e narrativas 2.5. DHDA e Realização Escolar 2.6. Medicação psico-estimulante – Metilfenidato 2.7. Efeito da medicação no discurso de crianças com DHDA II. ANÁLISE DA ESTRUTURA, PROCESSO E CONTEÚDO NARRATIVOS EM CRIANÇAS COM DHDA 1. Introdução 2. Metodologia da Investigação 2.1. Participantes 2.2. Instrumentos 2.3. Procedimento 3. Resultados 4. Discussão dos Resultados CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS
Resumo Contamos a história de como são tecidas as histórias contadas por crianças com Distúrbio de Hiperactividade e Défice de Atenção (DHDA). Consideramos a actividade narrativa como integradora de vários processos psicológicos, funcionando como movimento privilegiado de construção de significados e partilha de experiências. A narrativa assume então uma dimensão organizadora da linguagem, do pensamento e da acção humana, construindo um sentido de coerência e de significação. Sabemos que o DHDA está associado a deficits neuropsicológicos resultando em dificuldades de auto-regulação cognitiva e comportamental, de manutenção da atenção sustentada, bem como, a nível de actividades complexas que envolvam uma multiplicidade de funções executivas, como é o caso da construção de narrativas. Dado que o metilfenidato (MFD) constitui um promotor de alterações do metabolismo cerebral com consequente melhoria de diversas funções cognitivas, emergiu a questão de saber se também iria melhorar a competência narrativa das crianças. Propomos, assim, com este trabalho aceder a uma compreensão da influência da medicação na qualidade da produção narrativa em crianças com DHDA. No âmbito da abordagem cognitiva narrativa, pretendemos verificar se a toma de MFD produz uma melhoria na qualidade narrativa ao nível da coerência estrutural, da complexidade de processo e da diversidade de conteúdo. Analisámos 60 narrativas (30 antes da toma da medicação e 30 depois da toma da medicação), de 30 crianças com diagnóstico clínico de DHDA com idades entre os 6 e os 9 anos. As narrativas foram transcritas e analisadas através do sistema de avaliação de narrativas proposto por Gonçalves, O., Henriques, M. e colaboradores, destinado às três dimensões da narrativa: Estrutura, Processo e Conteúdo. Esta avaliação foi realizada por três pares de juízes treinados para o efeito, com níveis de acordo inter-juizes superiores a 80%. Examinámos potenciais diferenças de género e de pertença a nível sócio-cultural, verificando também se a idade, a escolaridade e o QI, terão influência na qualidade da produção narrativa. Os resultados demonstraram, que as narrativas das crianças após a toma de metilfenidato apresentam uma melhoria significativa apenas na dimensão da diversidade de conteúdo, não se verificando diferenças significativas, pré, pós-medicação ao nível da coerência estrutural, nem da complexidade de processo. Não encontramos diferenças significativas na qualidade da produção narrativa em função do sexo e do nível sócio-cultural. Também não se encontraram correlações significativas da competência narrativa com a idade, nem com os resultados dos QI’s.
Trabalho
Completo: |
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