Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
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Sindrome de Burnout em médicos e enfermeiros cuidadores de pacientes com doenças neoplásicas em serviços de oncologia
Autor:
Vasco Francisco Japissane Cumbe
Mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental Faculdade de Medicina
Universidade do Porto
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Sindrome de Burnout em médicos e enfermeiros cuidadores de pacientes com doenças neoplásicas em serviços de oncologia |
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Resumo
A síndrome de burnout é uma síndrome
multidimensional constituída pelas dimensões exaustão emocional,
despersonalização ou desumanização e reduzida realização pessoal no
trabalho, como resposta a um stress crónico ocupacional, associado à
falta de estratégias de superação do mesmo. Esta entidade tem despertado
atenção de vários organismos, nomeadamente a Organização Mundial de
Saúde, Organização Mundial do Trabalho, dentre várias outras entidades,
devido ao seu impacto a nível individual, organizacional, familiar e a
alguns comportamentos desadaptados que poderão estar associados com o
consumo de substâncias tóxicas e drogas ilícitas pela parte dos
afectados, para além de outras complicações como depressão, ansiedade e
conflitos laborais. A situação descrita leva a um estado caracterizada
por uma sensação de exaustão emocional, física, com a constatação de
falta de energia, para levar avante as actividades profissionais. Assim
sendo, o trabalho diário decorre duma forma penosa e dolorosa. Apesar de
poder ser desencadeada por qualquer tipo de actividade, ela é muito
comum em indivíduos com actividades dirigidas a pessoas e que requeiram
contacto muito próximo e, principalmente, do tipo emocional. É dentro
desta filosofia que se tem encontrado um número considerável de
atingidos entre as pessoas que se dedicam às profissões de ajuda e, no
caso concreto, os médicos e enfermeiros na oncologia. Com o presente
trabalho pretende-se avaliar a importância da síndrome de burnout em
médicos e enfermeiros cuidadores de pacientes em tratamento ambulatório
nos serviços de oncologia, avaliação da influência dos factores
sóciodemográficos no surgimento desta entidade e sua relação com as
estratégias de coping. O estudo visa contribuir para uma melhor análise
e compreensão desta problemática, no contexto da oncologia. Para melhor
compreensão do estudo, estruturamos o nosso trabalho em duas partes. Na
primeira parte faz-se uma abordagem geral sobre a importância do
Trabalho para o ser humano, abordagem sobre o stress no geral e o stress
ocupacional, em particular, burnout e seus factores causais ou
agravantes e no fim abordam-se as estratégias de coping. A segunda parte
constitui o estudo efectuado em 46 profissionais de saúde (médicos e
enfermeiros) das unidades oncológicas em ambulatório no Hospital de São
João, Hospital Geral Santo António, Hospital de Beja e de Faro. Aos
participantes foram aplicados três instrumentos: Inventário
Sóciodemográfico, Inventário de Burnout (C. Manita, 2003) e o Inventário
de Resolução de Problemas (Vaz-Serra, 1987). Os resultados obtidos neste
estudo permitem-nos concluir que a nossa amostra apresenta níveis médios
a baixos de burnout. Quando comparados estes valores, não são
alarmantes, mas preocupantes, pois muitas das vezes os profissionais que
padecem não reconhecem este fenómeno e tão pouco procuram ajuda,
tornando-se, deste modo, um problema crónico bastante debilitante.
Pôde-se constatar que a amostra apresentou burnout médio e alto em cerca
de 63% na dimensão exaustão emocional, em 15,2% na dimensão
despersonalização e, em 47,8% na dimensão realização pessoal. As
variáveis filhos, coping, actividade diversificada, correlacionaram-se
de forma significativa e negativa com a dimensão exaustão emocional,
explicando 32,8% da variabilidade desta dimensão e sendo as duas
primeiras as com maior valor preditivo. As variáveis passatempos,
participação em congressos/formações correlacionaram-se de forma
significativa e positiva para a primeira e negativa para a segunda com a
dimensão despersonalização, explicando 10% da variabilidade desta
dimensão e sendo a variável passatempos a com maior valor preditivo. As
variáveis filhos, actividade diversificada, tiveram uma correlação
positiva e a variável vínculo laboral uma
Palavras chave: Stress, Burnout, Oncologia, Médico, Enfermeiro, Coping
Índice Introdução Pertinência e Justificação da Escolha do Tema Parte I - Enquadramento Teórico Capítulo 1: Trabalho, Stress, Burnout e Estratégias Preventivas
1.0 - Importância do Trabalho
2.1 - Visão Histórica do Conceito Stress.
3.0 - Burnout
3.1 - Definição do Conceito Burnout 4.0 - Burnout em Médicos e Enfermeiros na Oncologia
4.1 - Considerações Gerais 5.0 - Estratégias de Prevenção / Redução do Stress e Burnout
5.1 - Estratégias Preventivas na
Perspectiva do Stress como Estímulo: Capítulo II - Mecanismos de Coping
1.0 - Revisão Conceitual PARTE II - ESTUDO DO BURNOUT EM MÉDICOS E ENFERMEIROS Capítulo III - Objectivos, Metodologia. 1.0 - Objectivo Geral
1.1 - Objectivos Específicos 2.0 - Metodologia
2.1 - Campo de Estudo Capítulo IV - Apresentação e Análise dos Resultados 1.0 - Apresentação dos Resultados
1.1 - Caracterização da Amostra Capítulo V - Discussão dos Resultados
Conclusões
Anexo I
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