Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
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Sentimento de perda
Autor:
Mariana Sofia Quitério Marques
Mestrado em Ciências de Enfermagem Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Universidade do Porto
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Resumo A perda de um membro é uma situação que se apresenta com grande impacto na vida das pessoas provocando grande sofrimento e tensão emocional, originando uma série de respostas psicológicas complexas. A pessoa amputada passa por diversas fases e sentimentos, desde a negação à depressão. Ela confronta-se com uma perda de autonomia que limitará o desempenho das suas obrigações profissionais, familiares e sociais que até então eram bem sucedidas (Augusto, Rodrigues, Simões Amaro & Almeida, 2004; Chini & Boemer, 2002). Após uma amputação surgem alterações bio-psico-sócio-espirituais que vão interferir na vida das pessoas que se sentem isoladas e diferentes, com alterações a nível da auto-imagem e do auto-conceito. A mulher que é sujeita a amputação vivencia essa experiência não apenas com o sentimento da perda física, mas também como a perda do seu “Eu”. A alteração da auto-imagem corporal leva a pessoa a sentimentos de inferioridade e ansiedade que devem ser minimizadas pelos profissionais de saúde, nomeadamente pelos enfermeiros, com a estimulação para o auto-cuidado. A realização de estudos centrados na experiência vivida em situações de amputação é escassa, especialmente os de âmbito qualitativo com uma abordagem fenomenológica. Neste contexto, este estudo apresenta como objectivos: i) conhecer as vivências das mulheres em idade adulta submetidas a amputação do membro inferior; ii) analisar o significado pessoal desse tipo de perda corporal; iii) identificar qual a actuação dos enfermeiros perante a mulher que vivencia a amputação. Para o efeito, desenvolvemos um estudo qualitativo com características fenomenológicas. As participantes deste estudo são sete mulheres em idade adulta submetidas a amputação do membro inferior. Elegemos como instrumento de colheita de dados a entrevista semi-estruturada e os procedimentos propostos por Cohen, Kahn e Steeves (2000) como suporte ao tratamento e análise da informação recolhida. Neste estudo emergiram cinco temas centrais que permitem compreender de forma mais abrangente a experiência das mulheres amputadas: “vivenciando a notícia da amputação”, “confrontando a realidade da perda”, “adaptando a vida à nova condição”, “relacionando com os outros (e o OUTRO)” e “retratando a imagem e o corpo”. A experiência da amputação vivida pelas mulheres é um período de grande sofrimento manifestando-se a raiva e a revolta após o choque inicial da notícia da necessidade deamputação. Sentimentos de perda, dependência, inferioridade, invalidez, assim como, reacções depressivas revelaram-se comuns após o confronto com a realidade da perda do membro. Esta complexidade de reacções e sentimentos não é pontual, prolongandose, muitas vezes, para lá do período de reabilitação. A compreensão, pelos enfermeiros, da experiência vivenciada pelas mulheres amputadas é essencial no cuidar. Assim, o apoio por parte dos profissionais de saúde mostrou ser importante, quer na aceitação do acto de amputar, quer no alívio do próprio sofrimento, através do estabelecimento de uma relação empática manifestada pela presença incondicional, pela escuta activa e pelo toque terapêutico.
Índice
ÍNDICE 1ª PARTE – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1. IDENTIDADE PESSOAL 4. A ENFERMAGEM E A MULHER AMPUTADA
4.1. A comunicação/informação na relação
de ajuda 2ª PARTE – ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
1. PROBLEMÁTICA 2.1. Paradigma e tipo de estudo
2.2. Método de orientação para o
tratamento dos dados 3ª PARTE – ESTUDO EMPÍRICO
1. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anexos
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