Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Novas opções terapêuticas de hipocoagulação na fibrilhação auricular

 

Autor: José Carlos de Oliveira Marçalo
Orientador: Paulo Fernando

 

Mestrado Integrado em Medicina - Medicina

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Novas opções terapêuticas de hipocoagulação na fibrilhação auricular

Resumo

A fibrilhação auricular é a arritmia cardíaca mais comum na prática clínica. A formação de um trombo na cavidade auricular é, geralmente, o resultado final de um conjunto de alterações estruturais que se encontram associadas à FA e que são mais frequentes em idades mais avançadas. Este trabalho pretende: descrever a forma como a fibrilhação auricular se correlaciona com os fenómenos tromboembólicos, analisar as terapêuticas antitrombóticas tradicionais e discutir os avanços mais recentes ao nível das novas opções terapêuticas disponíveis. Foram analisados oitenta artigos para esse efeito. Verificou-se que os pacientes com FA têm cinco vezes mais probabilidade de vir a desenvolver um acidente vascular cerebral que a restante população, sendo que a varfarina é, actualmente, o único anticoagulante oral plenamente validado para prevenir essa associação. Ainda assim, a taxa de utilização deste fármaco encontra-se muito abaixo do recomendado pelas linhas da ACC/AHA/ESC. Algumas das razões apontadas para este facto são: a necessidade de monitorização laboratorial frequente, a grande variabilidade intra- e interindividual na resposta ao fármaco, propensão para interacções - alimentares e medicamentosas - e preocupação do clínico com as complicações hemorrágicas. Por este motivo, novos fármacos hipocoagulantes foram desenvolvidos e propostos para ensaios clínicos. O dabigatran etexilato, um novo inibidor directo da trombina, foi comparado com a varfarina, no estudo RE-LY, e (uma dose de 110 mg p.o.) mostrou ser, pelo menos, igualmente eficaz na prevenção do AVC em doentes com FA, comportando menor risco hemorrágico. Uma dose superior (150 mg) foi também estudada, resultando em superioridade do dabigatran, sendo que o risco hemorrágico foi idêntico ao da varfarina. O rivaroxaban é um anticoagulante oral, que inibe o factor Xa, e que se encontra já aprovado para a prevenção do tromboembolismo venoso. Actualmente, decorre um estudo clínico de fase III (ROCKET-AF) que compara a eficácia de 20 mg deste fármaco com varfarina para a prevenção de AVC em cerca de 14000 doentes com FA. Vários outros fármacos estão a ser alvo de investigação por parte dos laboratórios farmacêuticos, sendo que num futuro próximo, a hipocoagulação em doentes com FA poderá sofrer uma drástica amplificação de seus agentes.

 

Palavras chave: fibrilhação auricular, acidente vascular cerebral, anticoagulantes, dabigatran, rivaroxaban.

 

Índice 

INTRODUÇÃO

Definição

Epidemiologia

Prevalência

Incidência

Classificação

Patogénese

OBJECTIVOS

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Acidente Vascular Cerebral

Trombogénese

Factores promotores
Mecanismos

Embolização

Factores de Risco

Estratificação de Risco

Terapêutica antitrombótica

Princípios hemostáticos

Heparina e Antitrombina

Varfarina

Novas opções terapêuticas

Inibidores Directos da Trombina

Dabigatran

Inibidores do Factor Xa Rivaroxaban

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA
 

 

Trabalho completo