Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Mutação do gene BRAF na história natural do carcinoma papilar da tireóde
Implicações diagnósticas e prognósticas

 

Autor: José Pedro dos Reis Cabral Pinto Lopes
Orientador: Elsa Fonseca

 

Mestrado Integrado em Medicina - Anatomia Patológica

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Mutação do gene BRAF na história natural do carcinoma papilar da tireóde

Resumo

O carcinoma papilar, é a mais prevalente neoplasia maligna da tireóide, representando 85-90% de todos os casos, tendo a sua incidência aumentado nos últimos anos. É relativamente indolente, porém, outras formas pouco diferenciadas ou anaplásicas, mais agressivas, associam-se habitualmente a prognóstico reservado. Aproximadamente metade dos carcinomas papilares aloja a mutação pontual com transversão da timina pela adenina (T1799A) no gene BRAF, com substituição da valina pelo glutamato (V600E), na cínase da serina/treonina BRAF. Tal alteração resulta na activação constitutiva da via de sinalização das cínases de proteínas activadas por mitogénios(MAPK), essencial para a transmissão de sinais de proliferação, gerados por receptores da superfície celular e elementos de sinalização citoplasmáticos, para o núcleo. É uma mutação mutuamente exclusiva com outras alterações genéticas comuns, reforçando o seu papel oncogénico independente na proliferação celular, sobrevivência e desdiferenciação tumoral. O BRAF V600E ocorre exclusivamente no carcinoma papilar e em carcinomas anaplásicos que dele derivam, pelo que funciona como marcador de diagnóstico específico para este cancro, quando identificado em exames citológicos / histológicos. Esta mutação, emergiu recentemente, como um marcador de prognóstico potencial do carcinoma papilar da tireóide, após vários estudos terem sugerido encontrar-se associado a características clínicopatológicas, que predizem frequentemente progressão e recidiva tumoral, como a idade avançada, invasão extra-tireoideia e metastização ganglionar. É portanto considerado um marcador de doença agressiva nestas neoplasias, associando-se a incremento da recidiva tumoral e inclusivamente a perda de avidez pelo iodo radioactivo. Alguns estudos não confirmaram estes achados. O tratamento standard é geralmente bem sucedido em obter remissão completa, porém ineficaz na maioria dos pacientes com doença invasiva, metastática ou sem avidez pelo iodo-131. O esclarecimento e reconhecimento de vias da carcinogénese, como passo fundamental na progressão tumoral e, em particular, aquelas que envolvem o BRAF, conduziram à investigação de moléculas com potencial interesse terapêutico.

 

Palavras chave: Carcinoma papilar da tireóide; BRAF; Mutação pontual; Marcador diagnóstico; Estratificação prognóstica; Terapêutica dirigida.

 

Índice

LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

MATERIAL E MÉTODOS

Pesquisa bibliográfica
Critérios de elegibilidade para esta revisão

HISTOTIPOS DE CARCINOMA PAPILAR DA TIREÓIDE

PATOGÉNESE MOLECULAR DO CANCRO DA TIREÓIDE

Mutações BRAF

Rearranjos do RET/PTC e NTRK1
Mutações do gene RAS
Rearranjos do PAX8-PPARγ

ASSOCIAÇÃO GENÓTIPO-FENÓTIPO NO CARCINOMA PAPILAR DA TIREÓIDE

APLICAÇÃO CLÍNICA DAS MUTAÇÕES BRAF

Relevância diagnóstica do BRAF mutado
Relevância prognóstica do BRAF mutado

BRAF COMO ALVO TERAPÊUTICO NO CPT

REFERÊNCIAS
 

 

Trabalho completo