Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Interoperabilidade nos Sistemas de Informação de Saúde
Das convicções à realidade

 

Autor: Lucas Filipe da Silva Ribeiro
Orientador: Ricardo Cruz Correia, João Paulo Cunha

 

Mestrado em Informática Médica

Faculdade de Ciências | Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Interoperabilidade nos Sistemas de Informação de Saúde

Resumo

Os SI possuem um lugar de enorme importância nas organizações de saúde, sendo espectável que esse papel se intensifique nos próximos anos. Uma medicina moderna e centrada nos doentes, assente em inovadoras estratégias de prestação de cuidados de saúde, afigura o  caminho que todos sabemos ter de percorrer. Neste sentido, a interoperabilidade entre distintos SI é essencial, seja ao nível local, regional, nacional, ou mesmo global existindo, contudo, um vasto conjunto de problemas que dificultam muito estes desígnios. Por isso, a interoperabilidade deve ser vista e entendida de uma forma ampla, levando em consideração questões nucleares como o planeamento, a definição da arquitectura, a conformidade com normas internacionais, entre outros. O objectivo principal da presente dissertação é o estudo da interoperabilidade dos SI de saúde, nomeadamente, das convicções dos responsáveis pelos departamentos de informática e da realidade existente nos hospitais do SNS, confrontando os dados recolhidos com a evidência existente. O estado da arte revelou que os EHR estão ainda longe de ser baseados em arquitecturas abertas que permitam a integração rápida e simples de diferentes aplicações e equipamentos. Temos, no entanto, assistido a interessantes iniciativas de âmbito local, regional e nacional. Diversas nações espalhadas pelo mundo estão a efectuar fortes investimentos, como é o caso da maioria dos países da UE. Em Portugal, têm sido levadas a cabo algumas iniciativas para promover a interoperabilidade e a criação de projectos de âmbito regional e nacional. Todavia, os poucos estudos que existem indicam-nos um vasto conjunto de constrangimentos, principalmente nos SI instalados e nos recursos disponíveis, não nos permitindo encarar o futuro com grande optimismo. Recolhemos a opinião dos CIO verificando que a larga maioria atribui enorme importância à interoperabilidade, acreditando que não é possível construir um EHR recorrendo a um único fornecedor, sendo por isso, imprescindível que exista regulação e certificação do mercado por parte dos organismos governamentais. Segundo os mesmos deve ser dada prioridade à interoperabilidade interna (ao nível de cada organização) e entre os hospitais e cuidados de saúde primários. Existe um vasto e heterógeneo conjunto de SI em produção nos hospitais estudados, com uma deficiente interoperabilidade, criando enormes obstáculos às organizações, para além de impossibilitarem a criação de qualquer projecto regional ou nacional de uma forma ampla e sustentada. As arquitecturas estão mal definidas, com demasiados SI e a interoperabilidade não xxvi é vista e valorizada como uma actividade global pelas organizações. Nenhum SI implementado segue qualquer standard de arquitectura, nem sequer é referida até ao momento qualquer iniciativa sobre o assunto, entre diversos outros problemas. Pese embora estes factos, é de notar que as soluções SONHO/SAM/SAPE apesar de obsoletas, acabaram por funcionar como um “standard de facto”, possibilitando a criação de interessantes projectos nacionais. Tendo em atenção o estado da arte, as convicções dos responsáveis informáticos e a realidade encontrada, entendemos ser fundamental que sejam redefinidas as arquitecturas dos SI e operar mudanças tecnológicas assentes em arquitecturas SOA, a evolução e consolidação das soluções da ACSS, a adopção do standard de arquitectura CEN EN 13606, a regulação do mercado, a melhoria da segurança, entre outras medidas, para um profícuo desenvolvimento dos SI. As decisões que venham a ser tomadas nestes próximos anos vão ter um impacto profundo a longo prazo, pelo que em cada dia que passa, não só nos atrasamos mais, como a inexistência de regras claras no presente dificultará muito mais o trabalho no futuro.

 

Índice

Agradecimentos

Preâmbulo

Índice geral

Acrónimos

Índice de figuras

Índice de tabelas

Organização da tese

Resultados científicos e financiamentos
Sumário

Abstract

1. Introdução

1.1. Os Sistemas de Informação na Saúde

1.2. Uma nova abordagem para um novo paradigma

1.3. Objectivos e plano de trabalho

2. Estado da arte

2.1. Introdução

2.2. Métodos

2.3. Resultados

2.3.1. O processo de decisão clínica

2.3.2. Registos de saúde electrónicos

2.3.3. Motivação para a interoperabilidade

2.3.4. Organização, planeamento, arquitectura e tecnologia na interoperabilidade
2.3.5. Normas (standards)

2.3.6. Segurança

2.3.7. Implementação de âmbito regional e nacional

2.3.8. Panorama nacional

2.4. Discussão

3. Estudo da opinião dos CIOs hospitalares sobre interoperabilidade dos SI

3.1. Introdução

3.2. Métodos

3.2.1. Universo em estudo

3.2.2. Instrumento de medida

3.2.3. Recolha de dados

3.2.4. Variáveis

3.2.5. Tratamento e apresentação de resultados

3.3. Resultados

3.4. Discussão

3.5. Conclusão

4. Estudo sobre os SI existentes nos hospitais da região norte e sua interoperabilidade

4.1. Introdução

4.2. Métodos

4.2.1. Universo em Estudo

4.2.2. Instrumento de medida

4.2.3. Recolha dos dados

4.2.4. Variáveis

4.2.5. Tratamento e apresentação de resultados

4.3. Resultados

4.4. Discussão

4.5. Conclusão

5. Discussão final e conclusões

6. Referências

7. Anexos
 

 

Trabalho completo