Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Insuficiência hepática aguda

 

Autor: Tânia Patrícia da Silva Borges
Orientador: António Carlos Megre Eugénio Sarmento

 

Mestrado Integrado em Medicina - Doenças Infecciosas

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Insuficiência hepática aguda

Resumo

A Insuficiência Hepática Aguda é definida pela evidência de coagulopatia e de encefalopatia hepática num doente sem cirrose prévia e ocorre quando a morte celular (necroapoptose) excede a capacidade de regeneração hepática. A hepatite vírica é a causa mais comum de Insuficiência Hepática Aguda em todo o mundo. Os doentes com Insuficiência Hepática Aguda podem apresentar múltiplas complicações, nomeadamente: encefalopatia hepática, edema cerebral, sépsis, alterações hemodinâmicas, insuficiência renal, coagulopatia, insuficiência respiratória, alterações metabólicas e má%nutrição. Encefalopatia hepática é a maior complicação da Insuficiência Hepática Aguda, provavelmente devido a uma produção aumentada de amónia. A ocorrência de edema cerebral e hipertensão intra%craniana está relacionada com a gravidade da encefalopatia hepática, sendo que o edema cerebral é raramente observado nos doentes com encefalopatia hepática grau I ou II. Devido à importância das complicações, estes doentes devem ser mantidos numa unidade de cuidados intensivos, em centros com um plano de transplante hepático activo. É fundamental identificar rapidamente os doentes com maior probabilidade de beneficiarem de um transplante hepático de urgência, uma vez que só 15 a 20% dos doentes com IHA sobrevivem espontaneamente. Muitos modelos de prognóstico têm sido desenvolvidos para ajudar a seleccionar adequadamente os doentes para a realização de transplante. Contudo, todos estes modelos têm limitações. As variáveis mais importantes para prever o prognóstico parecem ser: o grau de encefalopatia, a idade do doente, o tempo de pró trombina e a causa da Insuficiência Hepática Aguda.3 Antes do uso do transplante hepático ortotópico, as taxas de mortalidade da Insuficiência Hepática Aguda variavam entre 80 e 85%. Nos últimos 30 anos, com os avanços nas áreas da transplantação e dos cuidados intensivos, as taxas de sobrevida no final do primeiro ano pós%transplante subiram para 60 a 80%. Vários tipos de transplante podem ser realizados: de dador morto, de dador vivo, com compatibilidade ABO variável, e transplantes hepáticos auxiliares. A gravidade da falência multi%orgânica na altura do transplante constitui o melhor indicador da sobrevida pós%transplante. Os sistemas de suporte hepático bioartificial e artificial podem beneficiar os doentes com Insuficiência Hepática Aguda ao serem usados como uma ponte para o transplante hepático ou para a recuperação hepática. Contudo, ainda não foram demonstradas eficácia ou aumento da sobrevida, e o seu uso permanece experimental.

 

Palavras chave: Insuficiência Hepática Aguda; Encefalopatia Hepática; Hepatite;
Transplante Hepático.

 

Índice

Lista de Abreviaturas e Siglas
Lista de Quadros

1. Introdução
2. Definição
3. Etiologia e Epidemiologia
4. Patofisiologia

5. Manifestações Clínicas

5.1. Encefalopatia Hepática
5.2. Edema Cerebral
5.3. Convulsões
5.4. Infecção e Sépsis
5.5. Alterações Hemodinâmicas
5.6. Insuficiência Renal
5.7. Coagulopatia
5.8. Insuficiência Respiratória
5.9. Alterações Metabólicas e Má%Nutrição

6. Factores de Prognóstico
7. Terapêuticas dirigidas à etiologia vírica
8. Transplante Hepático
9. Sistemas de Suporte Hepático Bioartificial e Artificial
10. Conclusão

Agradecimentos
Bibliografia
Quadros

 

 

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