Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
|
|
|
|
|
Infecção VIH em novos casos de tuberculose
Autor:
Elisabete Maria Medeiros Moreira
Mestrado em Saúde Pública Faculdade de Medicina
Universidade do Porto
|
|
Resumo O factor de risco mais importante para o desenvolvimento da Tuberculose (TB) activa é a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). É fundamental a pesquisa da infecção pelo VIH, quando se diagnostica um novo caso de tuberculose, porque a TB pode ser o primeiro sinal de doença indicadora de VIH. O presente estudo teve como objectivo conhecer a taxa de cobertura de pesquisa do VIH. Foram incluídos no estudo os casos de tuberculose notificados, no Concelho do Porto, entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2008 e que efectuaram tratamento no Centro de Diagnóstico Pneumológico do Porto. No período de estudo foram notificados 753 casos de TB e destes 15,8% estavam co-infectados. No ano de 2005, a pesquisa do VIH ainda não se efectuava por rotina, sendo nesse ano que se encontrou a maior percentagem, 17,33%, de casos de TB com serologia desconhecida para o VIH. No mesmo período, observou-se nos casos de TB com serologia positiva para o VIH, que 18,18% de casos não apresentavam qualquer factor de risco associado. Dos factores de risco em estudo o que demonstrou uma maior influência no resultado do teste VIH foi o da dependência de drogas IV, com um Odds Ratio de 87,995, o que traduziu uma forte dependência entre estes dois factores (x²=98,129; p=0,000<0,05). Este resultado também se comprovou para a dependência de outras drogas (x²=31,140; p=0,000<0,05), para os sem abrigo(x²=10,686; p=0,001<0,05) e para a residência comunitária (x²=11,794; p=0,001<0,05). A partir do ano de 2006 a pesquisa VIH passou a ser realizada por rotina em todos os doentes com TB. Da análise dos potenciais factores de risco associados ao resultado do teste de VIH, nos quatro anos em estudo, verificou-se uma associação entre o resultado VIH positivo e todos os factores de risco, sendo que, o que apresentou maior associação foi a dependência de drogas (OR= 27,21; IC95%: 16,206-45,689), seguindo-se da dependência de outras drogas (OR= 10,79; IC95%: 6,720-17,325), dos sem abrigo (OR= 7,57; IC95%: 3,643-15,756), da residência comunitária, da dependência alcoólica e por fim da reclusão. A realização do teste por rotina permitiu diagnosticar, no período total do estudo, 20,17% de indivíduos HIV positivos que não apresentavam nenhum factor de risco. Em conclusão, este estudo evidenciou que a prática de rotina da pesquisa de VIH em doentes com TB aumenta a detecção de casos de VIH positivos.
Palavras chave: Co-infecção; Tuberculose; Vírus da Imunodeficiência Humana
Índice 1. INTRODUÇÃO 2. PARTICIPANTES E MÉTODOS
2.1. DESENHO DO ESTUDO 2.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA 2.6. COMISSÃO DE ÉTICA 3. RESULTADOS
4. DISCUSSÃO BIBLIOGRAFIA
|
|