Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
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O Impacto de um Programa de educação sexual nos comportamentos Protectores dos Adolescentes
Autor:
Cristiana Azevedo Alves
Mestrado em Bioética Faculdade de Medicina
Universidade do Porto
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Resumo A sexualidade é uma das componentes essenciais do corpo, da vida e das relações interpessoais dos seres humanos, sendo, por isso, uma das componentes do crescimento humano, das aprendizagens, ou seja, da socialização. Oferece possibilidades maravilhosas, mas em alguns casos pode ser fonte de riscos. E se existe uma fase da vida em que esses riscos são particularmente preocupantes, é a adolescência. Talvez por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considere os adolescentes como sendo um “grupo de risco”. Assim, a faixa etária abrangida pelo 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e pelo ensino secundário é caracterizada por todo um processo de alterações biopsicossociais, que situam o adolescente perante uma nova forma de se encarar a si próprio e a tudo o que o rodeia, frequentemente geradora de ansiedades e dificuldades ao nível da auto-estima, aliadas às primeiras experiências sexuais. A este processo segue-se uma fase de consolidação das componentes físico-psíquico e social, envolvendo a descoberta, a adaptação a novos sistemas de valores, atitudes e sentimentos, bem como a emergência de um novo estilo de relacionamento amoroso. Por estes aspectos, é premente desenvolver, nos adolescentes, competências e conhecimentos promotores de atitudes positivas e responsáveis face à sexualidade, prevenindo comportamentos que possam conduzir a situação de risco na esfera da saúde sexual e reprodutiva (SSR). Actualmente, considera-se que a educação para a saúde constitui um importante veículo no que se refere aos cuidados de saúde. Assim, acaba por ser também um veículo importante na prossecução de um dever ético por parte dos profissionais, pelo que se constitui como um processo fundamental para que seja respeitado o quadro valorativo inerente à E.S. Quando reflectimos sobre as finalidades da escola e da educação, nem sempre é consensual que ela seja o local onde se promove a capacidade de pensamento racional e crítico, nomeadamente no campo da sexualidade humana e que tenha como objectivo primordial a educação para os valores. No entanto, apesar dos normativos legais (LBSE, 1986) apontarem para a necessidade de a escola assegurar a formação cívica e moral dos alunos (artigo 3º) e de levar a cabo, entre outras áreas, a educação sexual dos alunos tal não se tem vindo a verificar.Na quase totalidade das escolas portuguesas, a Educação Sexual (E.S.) não seencontra implementada de forma intencional e sistemática (Serrão, 2009). No que se refere à avaliação de programas de E.S. existentes noutros países, a literatura científica sustenta, por um lado, que estes programas contribuem para reduzir comportamentos de risco e para aumentar comportamentos protectores e, por outro lado, que os jovens que frequentam este tipo de acções iniciam a actividade sexual um pouco mais tarde (Kirby & Brown, 1996, cit M.E. et al, 2000). Neste sentido, o estudo aqui apresentado pretende avaliar o impacto de um programa de E.S. dirigido a adolescentes do 6.º ano de escolaridade. O período de realização do programa decorrerá durante um ano lectivo, sendo dinamizado no âmbito das Áreas Curriculares Não Disciplinares (ACND), nomeadamente nas disciplinas de Formação Cívica e Área de projecto.
Índice I. INTRODUÇÃO II. ESTADO DA ARTE 1. CONCEPTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL E DA SEXUALIDADE 1.1.Tipos De Educação Sexual
1.1.1.Educação Sexual Implícita E Seus
Agentes 2. A ADOLESCÊNCIA 2.1.Perspectiva Desenvolvimental 2.2.Factores De Risco E Factores De Protecção 3. A BIOÉTICA NA EDUCAÇÃO PARA UMA SEXUALIDADE RESPONSÁVEL 3.1.Bioética: Da Origem Aos Actuais Fundamentos E Princípios 3.2.O Modelo De Educação Sexual Existente Em Portugal 3.3.O Quadro Valorativo Da Educação Sexual
3.3.1. A Igualdade De Oportunidades E A
Educação 4. PROGRAMAS PREVENTIVOS
4.1.Aspectos Relevantes No Desenvolvimento
De Um Programa De Educação Sexual 4.2.1.Técnicas De Partilha De Informação
4.2.2.Técnicas De Clarificação De Valores
E Atitudes III. HIPÓTESE DE TRABALHO IV. MATERIAIS E MÉTODOS 1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 2. INSTRUMENTOS
2.1.Declaração De Consentimento Informado
2.4.“CABS” - Children´s Assertive Behavior
Scale 2.6.Instrumento De Avaliação De Competências – Dilemas 3. PROGRAMA E OBJECTIVOS 3.1.Plano De Intervenção 4. PROCEDIMENTOS 4.1.Recolha Dos Dados 4.2.Análise Dos Dados V. CONSIDERAÇÕES FINAIS VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS ANEXO I - Consentimento Informado Aplicado aos Encarregados de Educação ANEXO II - Consentimento Informado Aplicado aos Alunos ANEXO III - Questionário Sócio-demográfico ANEXO IV - Escala de Atitudes Sexuais – Versão Adolescentes (EAS-A) ANEXO V – “CABS”-Children´s Assertive Behavior Scale ANEXO VI - Questionário de Conhecimentos
ANEXO VII - Discussão de Casos – Dilemas
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