Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
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Factores de prognóstico em cancro do lábio
Autor:
Tiago
Queirós de
Pinho
Mestrado Integrado em Medicina Faculdade de Medicina
Universidade do Porto
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Resumo O carcinoma do lábio é o segundo tipo mais comum de cancro oral. A exposição ao sol e os hábitos tabágicos constituem os factores etiológicos mais importantes. Afecta geralmente homens acima dos 50 anos de idade e, em 95% dos casos, a maioria dos tumores localizam-se no lábio inferior. Em 2004, no norte de Portugal, a taxa de incidência de cancro do lábio foi de 1.6 pessoas por 100.000 habitantes, tendo sido registados 67 novos casos. Na altura do diagnóstico, 7% dos tumores bem diferenciados apresentam metástases ganglionares, subindo para 23%, no caso de tumores moderadamente diferenciados e 35% para os tumores indiferenciados. A metastização ganglionar, quando presente, provoca um decréscimo de 50% na sobrevivência. Outros factores que influenciam o prognóstico incluem a presença de invasão vascular e linfática e de invasão perineural. A angiogénese é um fenómeno biológico crítico no processo de metastização. Por outro lado, a linfangiogénese tumoral não está ainda completamente caracterizada, particularmente no que se refere ao seu mecanismo indutor, ao momento em que a permeação vascular linfática ocorre e ao seu real impacto na progressão maligna. No entanto, a ocorrência de metastização ganglionar é um factor determinante no que se refere ao prognóstico e à opção terapêutica. Neste sentido, pretendeu-se estudar o significado clínico e prognóstico dos fenómenos de linfangiogénese e de angiogénese no carcinoma espinocelular do lábio, bem como o envolvimento de vasos linfáticos e/ou sanguíneos na disseminação maligna. O presente estudo avalia as variáveis clinico-patológicas com significado prognóstico no cancro do lábio (n=73) e a densidade vascular sanguínea e linfática nos tumores, nomeadamente na região intratumoral e peritumoral. Os cortes histológicos foram marcados imuno-histoquimicamente por anticorpos específicos, anti-CD34 e D2-40, e as densidades sanguínea e linfática, respectivamente, foram avaliadas por dois métodos de contagem (Weidner e Chalkley). O estádio III, a permeação perineural e a localização do tumor à comissura labial são factores de prognóstico no carcinoma do lábio, associando-se a uma sobrevivência global e a uma sobrevivência livre de doença, aos 3 anos, significativamente menores. A densidade vascular sanguínea global, intratumoral ou peritumoral, não se revelou factor de prognóstico na análise univariada. Assim, a angiogénese é o resultado de processos biológicos de significado distinto, não tendo necessariamente uma tradução no prognóstico. A linfangiogénese está presente nos tumores do lábio porém, não apresentou significado prognóstico. O processo de linfangiogénese aparenta ser um evento precoce e está associado à homeostasia tumoral permitindo que a pressão intersticial no seio do tumor, resultante da acumulação de líquido no espaço intercelular, não ponha em risco a sobrevivência das células tumorais e promova mecanismos de drenagem capazes de diminuir pressões intersticiais críticas. A angiogénese e a linfangiogénese são fenómenos biológicos que podem representar alvos terapêuticos úteis no tratamento de doentes com carcinoma do lábio.
Índice RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 1.1. CANCRO – CONCEITOS GERAIS 1.2. CARCINOMA DO LÁBIO 1.2.1. Morfologia 1.2.2. Epidemiologia, diagnóstico e sobrevivência 1.2.3. Tratamento 1.3. SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO 1.3.1. Características estruturais e funcionais 1.3.2. Condições patológicas 1.4. LINFANGIOGÉNESE TUMORAL 1.4.1. Intervenientes moleculares 1.4.2. Quantificação da linfangiogénese tumoral: valor prognóstico em oncologia 1.4.2.1. Imuno-histoquímica – anticorpos específicos do endotélio linfático 2. OBJECTIVOS 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. POPULAÇÃO E VARIÁVEIS EM ESTUDO 3.1.1 . Definição das variáveis estudadas na determinação do prognóstico3.2. METODOLOGIA 3.2.1. Anticorpos 3.2.2. Imuno-histoquímica 3.2.3. Avaliação e Quantificação da Imunorreactividade 3.2.3.1 Método de Weidner 3.2.3.2. Método de Chalkley 3.2.4. Análise Estatística 4. RESULTADOS 4.1. SIGNIFICADO PROGNÓSTICO DAS VARIÁVEIS CLINICO-PATOLÓGICAS 4.2. COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CONTAGEM DA DVS E DVL 4.3. DENSIDADE VASCULAR SANGUÍNEA E SUA RELAÇÃO COM OS PARÂMETROS CLINICOPATOLÓGICOS 4.3.1. Significado prognóstico da densidade vascular sanguínea 4.4. DENSIDADE VASCULAR LINFÁTICA E SUA RELAÇÃO COM OS PARÂMETROS CLÍNICOPATOLÓGICOS 4.4.1. Significado prognóstico da densidade vascular linfática 5. DISCUSSÃO 6. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8. ANEXOS
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