Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

A endarteriectomia na doença cerebro-vascular extra craneana

 

Autor: Pedro Nuno Boal Palheiros Torres de Carvalho
Orientador: Roncon de Albuquerque

 

Mestrado Integrado em Medicina - Angiogiologia e Cirurgia Vascular

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

continuar

 

A endarteriectomia na doença cerebro-vascular extra craneana

Resumo

O acidente vascular cerebral (AVC) isquémico é uma importante causa de doença a nível mundial, resultando frequentemente em incapacidade ou morte. A estenose carotídea está associada a um risco aumentado de AVC. Em 1954, Eascott e colaboradores realizaram em Londres a primeira endarteriectomia carotídea. A endarteriectomia pode ser executada de forma convencional ou de eversão e podem ser utilizados shunt ou patch, este último com resultados muito positivos. A cirurgia está associada a complicações, com uma mortalidade pós-operatória de até 1 a 2%, muitas vezes na sequência de AVC ou enfarte agudo do miocárdio. Outras complicações importantes consistem na hemorragia intracraneana, na lesão de pares craneanos e na infecção local. A reestenose carotídea surge numa minoria dos doentes, e geralmente sem consequências clinicamente relevantes. Os estudos NASCET e ECST encontraram uma redução significativa no risco de morte ou AVC na estenose carotídea sintomática grave (superior a 70 e 80%, respectivamente) quando era realizada a cirurgia em oposição ao tratamento médico. Os estudos ACST e ACAS, comparando também endarteriectomia com o melhor tratamento médico, mostraram um benefício reduzido da cirurgia na estenose carotídea assintomática. Estudos mais recentes compararam o stenting à endarteriectomia: embora nenhum dos procedimentos seja inequivocamente superior, a endarteriectomia parece ser a opção mais indicada em doentes com idade avançada.  O período ideal para se realizar a endarteriectomia estende-se durante as duas primeiras semanas após um evento isquémico. O tratamento da estenose carotídea em pacientes com patologia das artérias coronárias é actualmente controverso.

 

 

Trabalho completo