Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Empatia e compaixão como objectos de estudo na formação medica
Paradigmas de um pensamento integral

 

Autor: Miguel Ângelo Gonçalves Paupério Lemos Duarte

 

Mestrado Integrado em Medicina

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

Universidade do Porto
 

 

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Empatia e compaixão como objectos de estudo na formação medica

Resumo

Desde a criação do termo no fim do século XIX na área da estética que a “empatia“ tem sido redefinida, com contribuição de diversas áreas do pensamento humano. Foram exploradas variadas definições da empatia ao longo da sua história: definições morais, cognitivas, behavioristas e emotivistas e recentemente, contribuições da neuroimagiologia funcional, apontam para um novo entendimento do fenómeno empático. Mais tarde, aplicada à medicina como factor contribuinte de uma produtiva relação médicodoente, a empatia clínica foi extensamente discutida, tendo sido apontada uma certa inconsistência na utilização do conceito, facto que prejudica a discussão e impossibilita o correcto ensino e prática da empatia clínica. Impõem-se uma perspectiva integral sobre o tema, com abordagem multidisciplinar e criação de um conceito unificado que facilite o seu ensino nas escolas médicas. A empatia e a compaixão em contexto clínico são universalmente consideradas como características desejáveis de um clínico e evidenciando resultados positivos na qualidade da relação médico-doente. Foram criados alguns instrumentos de medição da competência empática em contexto clínico, atitude concordante com os recentes critérios de qualidade em serviços de saúde. Resultados preliminares da aplicação dessas escalas em contexto clínico evidenciam o surpreendente resultado do declínio da competência empática dos alunos de medicina ao longo dos anos de formação clínica. Será necessário um estudo atento sobre as causas dessa degradação de capacidades. Tem sido sugerido que os níveis de exigência, grau competitivo, falta de modelos de comportamento adequados nas escolas médicas e o chamado “currículo escondido” da medicina são factores de impedimento ao ensino e prática da empatia clínica. Na literatura surgem propostas de abordagem pedagógica a estes problemas. Elaboramos uma pequena revisão dessas propostas. Organizamos os métodos descritos em dois grupos de diferente carácter operacional – métodos de orientação psicodinâmica, métodos de orientação pedagógica – numa tentativa de facilitar a abordagem a estes problemas.

 

Palavras chave: EMPATIA, COMPAIXÃO, ESTUDANTE DE MEDICINA, HERMENÊUTICA, PENSAMENTO INTEGRATIVO, FORMAÇÃO MÉDICA, CURRÍCULO ESCONDIDO
 

 

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