Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Determinar a eficácia de adicionar Acupunctura verso dobrar dose de IBP em doentes co

 

Autor: António de Sousa Carvalho
Orientador: Miguel Mascarenhas Saraiva

 

Mestrado em Medicina Tradicional Chinesa

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

Universidade do Porto
 

 

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Determinar a eficácia de adicionar Acupunctura verso dobrar dose de IBP em doentes co

Resumo

Na visão da MTC (Medicina Tradicional Chinesa), o estômago está ligado ao baço e é responsável pelo recebimento e maturação dos alimentos. Ele representa o início do processo digestivo e seu funcionamento age como um complemento yang à função yin do baço. Se o estômago encontra-se débil na sua habilidade de preparar os alimentos para a digestão, o baço fica incapaz de criar qi e sangue suficiente, levando ao enfraquecimento ou desequilíbrio de outros órgãos. O estômago também inicia o processo de "separação do que é puro do que é impuro". Ele envia a essência pura dos alimentos e fluidos progressivamente para o órgão yin seguinte para armazenamento e transformação; os dejetos impuros são enviados para o órgão yang seguinte para posterior processamento ou eliminação pelo corpo. Quando o qi do estômago funciona apropriadamente, ele tem um movimento para baixo. Após o estômago separar a essência pura e transferi-la para o baço, o alimento (digerido), "decomposto e maturado" é enviado ao intestino delgado para processamento e absorção. Se a energia para baixo é todavia interrompida, o qi do estômago se movimenta para cima. Conhecido como um qi estomacal rebelde, esse movimento para cima produz sintomas como: náusea, vômito, arrotos, soluço e regurgitação acida azia, pirose (também chamado de refluxo, na medicina ocidental). A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das manifestações clínicas mais frequentes na prática médica, sendo a alteração orgânica mais comum do tubo digestivo. Definida como uma afecção crônica decorente do fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele. O refluxo torna-se patológico quando pela sua intensidade, frequência, natureza ou outros condicionalismos é susceptivel de desencadear sintomas e/ou provocar lesões da mucosa esofágica ou  ainda, manifestações extra-esofágicas. O tartamento médico da DRGE recorre a conselhos higieno-dietéticos (como evitar determinados alimentos e medidas posturais que aumentam o efeito da gravidade na transição esofago-gástrica) e medicamentos supressoras da secreção ácida, como os antagonistas dos receptores H2 da histamina (ranitidina, por exemplo) e os inibidores da bmba de protões (IBP). Os IBP oferecem a maior taxa de cura e alívio para grande variedade de sintomas da DRGE. No entanto, estudos mais recentes demonstraram que 25-42% dos doentes com DRGE tratados com dose habitual de IBP continuam apresentar sintomas. Adiciona-se o facto de apenas 20-25% dos doentes com falha no tratamento habitual demonstrarem melhoria significativa com o dobro da dosagem de IBP, especialmente na dRGE não erosiva. A acupunctura é uma técnica milenar e um dos elementos da Medicina Tradicional Chinesa, utilizada para o tratamento de doenças por meio de inserção de agulhas em pontos específicos. Todavia, a acupunctura controla o fluxo de energia através dos canais energéticos ou meridianos, remove bloqueios bem como fortalece a ortopatia, uma vez que para a MTC o corpo é formado por matéria e energia (yin e yang) onde as doenças são um reflexo da perda da harmonia energética. Este estudo visa determinar a eficácia de adicionar acupuntura verso dobrar a dose de IBP em doentes com DRGE que falharam tratamento sintomático com dosagem standard de IBP (uma vez por dia). Uma amostragem com 10 doentes apresentando sintomas clássicos de DRGE, devidamente diagnosticados com base na Medicina Ocidental, randomizado em dois grupos e que tenham sido submetidos a Endoscopia Digestiva Alta nos últimos seis meses antes do início da investigação. Toda a amostra receberá a dosagem habitual de IBP. Determinada a falha do IBP esses pacientes passarão aleatoriamente para dois grupos: um receberá IBP em dosagem dobrada e o outro seguirá com a terapêitica inicial e acupunctura por um período de 6 semanas, com frequência duas vezes por semanas. Deste estudo podemos já verificar que os pacientes a quem foi administrada a acupunctura associada ao tratamento com IBP, que estes revelaram uma melhoria significativa em termos de sintomatologia e qualidade de vida, assim a acupunctura mostrou ser uma mais valia como complemento aos tratamentos convencionais para esta patologia.

 

Índice

1. INTRODUÇÃO

2. ACUPUNCTURA

3. TRATAMENTO CONVENCIONAL
4. TERAPÊUTICA PELA ACUPUNCTURA

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
5.2. Refluxo fisiológico e patológico
5.3. A junção Esofagogástrica ou barreira anti-refluxo
5.4. Relaxamento transitório do EEI (RTEEI)
5.5. Laxidez do EEI
5.6. Factores de risco para (DRGE)
5.7. Apresentação típica da (DREG)
5.8. Apresentação atípica da (DREG)

6. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NÃO EROSIVA (NERD)

7. MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

7.1. História
7.2. Medicina Chinesa no Ocidente

8. TEORIAS DA MTC

8.1. A teoria dos acupontos
8.2. A teoria dos cinco inductórios
8.3. A origem do Qi nos condutos
8.4. A teoria dos condutos acoplados ou efeitos acoplados
8.5. Algor leadens Teory (ALT)

9. INTER-RELAÇÃO DOS CINCO ELEMENTOS

9.1. Sequência de Geração ou Criação
9.2. Sequência de Excesso de Trabalho
9.3. Sequência de lesão

10. ENERGIAS (Conceitos)

10.1. Qi
10.2. Xue
10.3. Natureza dupla do Xue como Yin e Yang
10.4. Energia defensiva (Wei Qi)
10.5. Energia construtiva (Ying Qi)
10.6. Potencial estrutural (Jing)

11. ESTRUTURAS SISTEMÁTICAS DOS CONDUTOS

12. CARDINAL CONDUCTO (CIRCUITOS ENERGÉTICOS)
13. CIRCULAÇÃO DE ENERGIA
14. OS TRÊS NÍVEIS CALÓRICOS

15. (DOENÇA) VISÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

15.1. Os 4 Mecanismos principais da patogénese

15.1.2. Fase
15.1.3. Desequilíbrio entre agonistas e antagonistas
15.1.4. Excesso de agente
15.1.5. Deficiência de yin

16. MÉTODO

17. CRITÉRIO DE INCLUSÃO

18. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
19. EQUIPE DE TRABALHO

20. ASPECTOS ÉTICOS – PARECER

21. ENQUADRAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA

22. IMPACTO SOCIAL
23. RESULTADOS PRELIMINARES
24. JUSTIFICATIVA
25. QUALIDADE DE VIDA RELACIONADO A SAÚDE (QVRS)
26. DISCUSSÃO
27. CONCLUSÃO
28. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
29. ANEXOS
 

 

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