Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Avaliação da eficácia de um programa de intervenção na promoção da adesão terapêutica em doentes com VIH

 

Autor: Clarisse Ribeiro
Orientador: Lia Fernandes, Rui Sarmento e Castro, Mário Dinis Ribeiro

 

Mestrado em Evidência e Decisão em Saúde

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Avaliação da eficácia de um programa de intervenção na promoção da adesão terapêutica em doentes com VIH

Resumo

Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) em Portugal é a mais representativa causa de morte entre os 30 e os 39 anos de idade. O principal factor de prognóstico associado à progressão da doença e morte é a não adesão terapêutica. Alcançar níveis de adesão elevados torna-se fundamental para o bem estar destes doentes e da comunidade. Apesar da importância da adesão, não existe disponível um instrumento standard que nos permita na prática clinica monitorizá-la. Objectivos: validar para a população portuguesa uma escala de medição de adesão à terapêutica antiretroviral e implementar um projecto de intervenção para a promoção da sua adesão.
Métodos: Efectuado um estudo longitudinal por um período de nove meses numa população de 102 doentes com infecção pelo VIH não toxicodependentes em
acompanhamento no Hospital Joaquim Urbano (HJU). Aplicou-se a “Escala Simplificada para detecção de Problemas de Adesão” (ESPA) para medir adesão terapêutica, usando para sua validação, valores de carga viral. Nos doentes não aderentes foi implementado um programa de intervenção cuja estratégia principal foi a realização de acções de educação para a saúde (AEPS). Resultados: A amostra era maioritariamente do género masculino (70%), com orientação heterossexual (78%) e com média de idade de 49 anos. Mais de ¼ da amostra (31%) apresentava escolaridade elevada (secundário e superior) e 35% trabalhava no sector terciário. A via de transmissão do VIH foi maioritariamente sexual (99%). Aplicado a ESPA verificamos que 48% dos participantes não aderia à TARV. Destes, 43% compareceram à 1.ª AEPS e 14% à 2.ª sessão. Após implementação do programa, as respostas erradas sobre VIH e medicação diminuíram de 21 para 3%, e a não adesão à TARV diminui para 22%. Isto é, em mais de 50% dos casos resultou no aumento nos linfocitos T CD4 e na diminuição da CV.

Conclusões: A implementação de um projecto de intervenção comunitária nesta população revelou-se possível e eficaz, nomeadamente com resultados significativos na melhoria da adesão à TARV. O presente estudo, pelo seu caracter inovador, constitui sem dúvida um incentivo ao desenvolvimento de estratégias inovadoras de suporte continuado com eficiência na promoção da saúde.

 

Índice

0. Agradecimentos
1. Enquadramento e Organização da Tese

2. Resultados Científicos
3. Abstract

4. Introdução

A. Objectivos Principais
B. Objectivos Secundários

C. Pergunta de Investigação

5. A infecção por VIH/Sida

A. Aspectos Epidemiológicos da Infecção

B. Imunopatologia da infecção pelo VIH e história natural da doença

1. Infecção primária e síndrome de infecção aguda

2. Infecção crónica – período de latência clinica

3. Complexo relacionado à Sida

4. Doença avançada – SIDA

C. Impacto psicossocial da doença

D. Terapêutica Antirretroviral

1. Referência histórica 25

2. Estratégias, Sucessos e Limitações

6. Adesão Terapêutica

A. Evolução na definição de conceitos

B. Adesão no VIH/Sida e seus factores condicionantes
C. Métodos para avaliar a adesão

1. Métodos directos

2. Métodos indirectos

D. Instrumentos para medição da adesão terapêutica no VIH

1. Escala Simplificada para detecção de Problemas de Adesão terapêutica (ESPA)

7. Estratégias para melhorar a adesão

A. Intervenção na promoção da adesão terapêutica

B. Educação para a Saúde – Um desafio na prática diária

8. Material e Métodos

A. Estudo I: Validação da ESPA

B. Estudo II: Avaliação da eficácia do programa de intervenção psicoeducacional

C. Amostra e selecção de participantes

D. Instrumentos de colheita de dados

1. Questionário para caracterização da amostra

2. Escala de ansiedade e depressão hospitalar
3. Escala de Satisfação com o Suporte Social
4. Registo de dispensa de medicamentos na farmácia
5. Processo clinico.

E. Procedimentos

F. Análise Estatística

9. Resultados

A. Caracterização da amostra

1. Caracterização socio-demográfica

2. Caracterização familiar
3. Caracterização relacionada com os Serviços de Saúde
4. Caracterização relativa aos conhecimentos sobre o VIH/SIDA

5. Caracterização clínica

10. Validação da ESPA

1. Análise das dimensões da ESSS relativamente à adesão (ESPA)
2. Comparação entre a adesão (ESPA) e as variáveis socio-demográficas

3. Comparação entre a adesão (ESPA) e variáveis relacionadas com a família

4. Comparação entre a adesão (ESPA) e as variáveis relacionadas com os Serviços de Saúde

5. Comparação entre a adesão (ESPA) e as variáveis relacionadas com o conhecimento sobre o VIH/SIDA

6. Comparação entre a adesão (ESPA) e as variáveis clínicas

7. Comparação entre a adesão (ESPA) e as escalas de Depressão e Ansiedade hospitalar

11. Avaliação da eficácia do programa intervenção psico-educacional . 85

A. Indicadores de Actividade
B. Indicadores de Impacto

1. Análise da adesão ao programa de intervenção para promoção à TARV

2. Análise da adesão ao programa de intervenção psico-educacional e dos
motivos de não adesão

3. Comparação entre o valor dos linfócitos T CD 4 antes e após o programa
4. Comparação entre o valor da carga vírica antes e após o programa
5. Análise da adesão à TARV antes e após a implementação do programa de intervenção psico-educacional

12. Discussão

13. Conclusões e Sugestões Futuras
14. Referências bibliográficas

15. Anexos
 

 

Trabalho completo