Medicina / Ciências Médicas e da Saúde Dissertações de Mestrado
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Avaliação das Etapas do Desenvolvimento Psicomotor dos 0 aos 24 meses
segundo o Teste de Haizea-Llevant
Autor:
Sandra Patrícia Mota Barbeiro
Mestrado Integrado em Medicina Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar
Universidade do Porto
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Avaliação das Etapas do Desenvolvimento Psicomotor dos 0 aos 24 meses segundo o Teste de Haizea-Llevant |
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Resumo O crescimento e o desenvolvimento são indicadores do bem-estar global da criança e são um importante determinante de saúde ao longo da vida [1, 2]. Cerca de 16% das crianças têm atraso do desenvolvimento e/ ou comportamento [3]. No entanto, apenas 30% são identificadas antes da entrada na escola perdendo dessa forma a oportunidade de participar em programas de intervenção precoce, os quais têm benefícios comprovados a longo prazo [4-9]. A natureza sequencial do desenvolvimento implica que a avaliação isolada do DPM tem valor limitado, por isso, a vigilância enquanto avaliação contínua e longitudinal aumenta a sensibilidade e especificidade da avaliação do DPM, tornando mais fundamentada a decisão de referenciar. A American Academy of Pediatrics (AAP) recomenda que todas as crianças devem integrar a vigilância do DPM e o rastreio do Atraso do Desenvolvimento Psicomotor (ADPM) [10, 6]. O consultório do médico de cuidados primários é o único lugar onde a maioria das crianças menores de 5 anos é observada. É nesta idade que os médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar (MGF) e o Pediatra Geral lidam de perto com as crianças e as suas famílias tendo, portanto, condições privilegiadas para uma adequada vigilância do DPM e rastreio do ADPM [11, 12]. A vigilância e o rastreio nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) possibilitam a detecção precoce, encaminhamento para os recursos da comunidade e proporcionam uma intervenção em tempo útil, essencial para que a criança cumpra em pleno o seu potencial de desenvolvimento, ou, no caso de não ser possível, maximizar o seu potencial [6, 10, 11,13-16]. Algumas das barreiras à implementação da vigilância e rastreio do DPM nos CSP consistem na limitação do tempo de consulta; consultas oportunistas com foco na doença; confiança no julgamento clínico; falta de confiança na validade dos testes de rastreio; falta de formação e experiência limitada na utilização dos testes de rastreio e falta de conhecimento sobre as opções de referenciação [17-20]. Dadas estas limitações, 71% das avaliações do DPM são realizadas com base no julgamento clínico sem utilizar testes de rastreio validados, 50% usam checklists informais e apenas 23% usam frequentemente instrumentos de rastreio validados [17]. É importante realçar que o uso do julgamento clínico, checklists informais, testes de rastreio não validados ou aplicados de forma incorrecta e levantamento informal das preocupações parentais são problemáticos, uma vez que, podem dar uma falsa percepção de um correcto desenvolvimento. Por outro lado, esperar até que um problema seja óbvio clinicamente resulta na detecção de menos 30% dos casos de ADPM do que com o rastreio formal [4, 20]. Verifica-se que, quando não é usada uma abordagem estruturada na vigilância e rastreio do desenvolvimento uma parte substancial das anomalias do DPM é detectada tardiamente ou mesmo perdida. Compreendendo a importância da vigilância do DPM e do rastreio do ADPM, estes são imperativos nos CSP [6]. Porém, dada a limitada adopção dos testes de rastreio validados na prática e face aos obstáculos à sua utilização, é imperativo que se considerem estratégias alternativas para maximizar a eficácia da vigilância e do rastreio[21]. É importante estabelecer uma estratégia multidisciplinar para a avaliação do DPM e adoptar testes validados, práticos e precisos, formar os profissionais e estimular a educação dos pais enquanto peritos dos seus filhos. A formação dos profissionais dos CSP sobre o normal DPM é importante, primeiro, para desenvolver uma metodologia de avaliação completa e em tempo útil, e segundo, para aprender a usar e a interpretar correctamente os testes de rastreio, pois um teste pode ser muito específico e muito sensível, mas quando mal aplicado perde toda a sua validade. É pois a prática individual que determina qual é a melhor estratégia para implementar a vigilância do DPM e o rastreio do ADPM [6]. Segundo Illingworth, o conhecimento do normal é a base fundamental para o diagnóstico do patológico [22]. Neste projecto pretendeu-se elaborar um software multimédia didáctico com vídeo de avaliação do DPM demonstrativo do normal DPM e, desta forma dar um contributo no sentido da formação dos profissionais dos CSP ao nível da avaliação do mesmo. Concomitantemente, elaborou-se um estudo descritivo transversal concluindo-se que nos CSP do ACESPO mais de um terço dos MGF consideram pouco claras as orientações da Direcção Geral de Saúde (DGS) sobre a avaliação do DPM e somente 21% efectuou formação nessa área; quase a totalidade dos MGF utiliza o Teste Mary Sheridan Modificado (TMSM), contudo, um terço não compreende o que se pretende avaliar e mais de metade tem dificuldades em interpretar os resultados do teste; a não existência no TMSM de uma pontuação para o ADPM e a ausência de um score de referenciação foram apontadas como as maiores limitações; os critérios de referenciação das crianças em risco não foram uniformes. Face a estes resultados e face ao exposto anteriormente, existe uma necessidade emergente de estabelecer uma estratégia multidisciplinar para a avaliação do DPM em Portugal. Nesse sentido, a formação sobre o normal DPM e sobre a utilização dos testes de rastreio é indispensável.
Índice
1. ABREVIATURAS
6.1.Objectivo Geral 7. ESTADO DA ARTE 8. TAREFAS
8.1. Designação das Tarefas
8.2.1. Cronograma 8.3. Resultados
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 15.1 .Anexo I - Termos de responsabilidade da autora e orientadora
15.2 .Anexo II - Autorização do autor do
TADPMHL
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