Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

O TECER E O CRESCER – FIOS E DESAFIOS
Construção identitária em crianças institucionalizadas

 

Autor: CARLOTA FERREIRA BRÁS CÉSAR TEIXEIRA
Orientador: Cidália Queiroz

 

Mestrado em Ciências do Serviço Social

Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar

Universidade do Porto
 

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O TECER E O CRESCER – FIOS E DESAFIOS

Resumo

O presente estudo pretende interrogar até que ponto as instituições de acolhimento de crianças, teoricamente destinadas a proporcionar às crianças acolhidas o direito de crescer plenamente, oferecem as condições mínimas para um percurso identitário saudável. Partindo-se das concepções defendidas por Erik Erickson, analisam-se os processos e condições para que tal percurso se possa efectivar, e questionam-se as variáveis que a instituição deve cuidar de oferecer para se constituir como um efectivo ambiente reparador. Assente neste suporte teórico, a investigação concretiza-se num estudo de caso. A partir dos olhares dos adultos cuidadores, das representações que fazem sobre os menores a seu cargo, sobre o seu próprio trabalho e sobre o papel da instituição, pretendem-se compreender os “quês” e os “porquês” das trajectórias das crianças institucionalizadas serem, tantas vezes, marcadas pela disruptividade. A metodologia utilizada não permite, obviamente, generalizar os resultados. Mas o discurso analisado remete claramente para a impossibilidade de se reconstruírem, na instituição, verdadeiros ambientes de socialização primária, premissa essencial à desejada (re) estruturação interna. O cuidado padronizado, a massificação e despersonalização que caracteriza grande parte destas respostas, não permite à criança (re) encontrar no olhar do adulto um espelho suficientemente significativo para, a partir dele, do diálogo do vivido, da relação e do afecto, interiorizar uma imagem que, gradualmente, se desprende desse espelho, para dar origem a uma imagem própria, ou seja, à identidade.

 

Índice 

Resumo
Abstract
Résumé
Agradecimentos
INTRODUÇÃO

I – DOS PROBLEMAS DAS CRIANÇAS À INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS RESPOSTAS

1. Representações sociais sobre a infância

1.1. A institucionalização do papel da mãe

1.1.1. A responsabilidade de fazer o filho feliz

1.2. Mutações das representações da maternidade e da paternidade nas sociedades modernas

1.2.1. Novos desafios / Novas responsabilidades

1.3. O novo Olhar sobre a Infância – limites e dificuldades

1.3.1 Os problemas da infância são transversais à estrutura social

2. Crescer pode ser um risco

2.1. O risco infantil

2.2. Modelos teóricos do risco

2.2.1. Da biologia do risco ao risco psicossocial

2.2.2. A perspectiva ecológica – dos factores causais aos factores de protecção

Resiliência e respostas ao risco infantil
Mecanismos para lidar com o trauma

II – INSTITUCIONALIZAÇÃO E CONDIÇÕES / OBSTÁCULOS AO DESENVOLVIMENTO DE UM PERCURSO IDENTITÁRIO SAUDÁVEL

È como-se-fosse

1. Do mito na mãe “naturalmente boa” ao imaginário da “instituição-mãe”

1.1. (Re)descobrir o “homem-pai”

2. A institucionalização (também) pode ser um risco

2.1. Limites da organização

2.2. Perturbações do desenvolvimento

A organização temporal
A organização espacial
A linguagem
A afectividade

3. (Sobre)viver à instituição – desafiar possíveis, construir impossíveis

4. Identidade e integração social – desafios da institucionalização

4.1. O que é a identidade?

4.2. Institucionalização, discriminação e processos identitários

5. Estádios psico-sociais na construção da identidade

5.1. Confiança básica vs. desconfiança básica

Como (re)elaborar a resolução desta crise de identidade?

Como poderá a instituição de acolhimento responder a este desafio?

5.2. Autonomia vs. vergonha e dúvida

Como (re)elaborar o saudável balanço entre estes dois pólos?

Terão as instituições capacidade para (re)organizarem a sua dinâmica relacional em função deste objectivo?

5.3. Iniciativa vs culpa

Poderá uma instituição desempenhar o papel dos imagos parentais?

Como pode a instituição efectivar a (re)aprendizagem dos limites?

5.4. Produtividade vs. Inferioridade

A criança institucionalizada, a escola e a resolução deste conflito

Como deverá organizar-se a instituição em função deste objectivo?

5.5. Identidade vs. confusão de identidade.

Crise de identidade e papel da instituição

5.6. Intimidade vs. Isolamento

Como é vivida a intimidade sem a aquisição de uma identidade autónoma, sem um “eu” auto-reconhecido como próprio e independente?

5.7. Generatividade vs. Estagnação

5.8. Integridade vs, desespero

III – ESTUDO DE CASO – O CENTRO DE ACOLHIMENTO MÃE D’ÁGUA

1. Ambito, dimensões e objectivos do estudo

2. O espaço vivido

3. O discurso analisado

3.1. Representação do papel institucional

3.1.1. As crianças dão sinais de que a instituição lhes provoca infelicidade?

3.1.2. Estas crianças vão conseguir tornar-se adultos socialmente integrados, responsáveis, psiquicamente organizados?

3.1.3. Quais as principais necessidades que a instituição deve cuidar de reparar a fim de que as crianças possm ocupar um lugar digno na sociedade em que vivemos?

3.1.4. O trabalho com estas crianças é sentido como mais desgastante do que a maioria das profissões? Porquê? Que formação/ acompanhamento específico é proporcionado aos profissionais que lidam com estas crianças?

3.2. Intervenção pedagógica / Terapêutica

3.2.1. Que trabalho educativo (não) é desenvolvido com as crianças? Que trabalho terapeutico? Como combinar estas vertentes?

3.2.2. Que intervenção (não) é feita com a família? Como conciliar o aprendido nas instituições de socialização secundária com o aprendido e valorizado na família?

3.2.3. Além da escola, que outros contextos são proporcionados?

3.2.4. Quando surgem problemas de comportamento na escola, como são habitualmente encarados?

3.2.5. Quando surgem problemas de aprendizagem, como são encarados?

3.2.6. Como se projectam, no futuro, estas crianças e jovens?

3.3. Comunicação

3.3.1. Qual a qualidade das interacções entre os adultos?

3.3.2. Qual a qualidade das interacções entre adultos e crianças?

3.3.3. Qual a qualidade das interacções entre as próprias crianças?

3.4. Participação e Autonomia

3.4.1. Como é que a instituição pode promover na criança autonomia? Que participação têm as crianças na definição de regras e rotinas da casa?

3.4.2. Quais os papéis que habitualmente as crianças e jovens experienciam?

3.4.3. As crianças e jovens participam da tomada de decisões da vida da organização?

3.4.4. Quais as oportunidades de experimentação de papéis? projectos de vida para os jovens?

3.5. Poder e disciplina

5.1. Como se faz a (re)aprendizagem dos limites?

3.5.2. As crianças intitucionalizadas apresentam défices no plano da compreensão dos valores morais?

3.5.3. Quando o jovem cria problemas graves, como se lida com essas situações?

Considerações finais

Limitações do estudo

Sugestões para estudos posteriores

BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
 

 

capa

folha rosto resumo agradecimentos

índice

corpo de texto

anexos