Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

A utilização da calculadora gráfica
Um estudo no 12º ano de escolaridade

 

Autor: Andreia Silva dos Santos Marques
Orientador: António Manuel Dias Domingos

 

Mestrado em Ensino das Ciências Variante Matemática 

Universidade Aberta
 

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A utilização da calculadora gráfica

Resumo

Desde os anos oitenta que a utilização da calculadora gráfica é recomendada para o ensino da Matemática. A partir do ano lectivo de 1997/98 as calculadoras gráficas passaram a constar no programa oficial como utilização obrigatória e o seu uso a nível de realização do Exame Nacional passou a ser permitido. Parece indiscutível que a “vulgarização” do uso desta ferramenta dentro das nossas salas de aula, trouxe benefícios para o ensino da disciplina de Matemática. Contudo, a utilização por si só de uma calculadora gráfica não resolve todos os problemas inerentes ao insucesso da disciplina. Em 2004 foram publicadas pelo GAVE, as classificações que os alunos obtiveram nas questões de Exame Nacional referentes à utilização obrigatória da calculadora gráfica. Estes resultados mostraram que muitos alunos tinham uma classificação nula neste tipo de item. Surge então, como um tema pertinente para analisar, a forma como os alunos do 12º ano de escolaridade estão a utilizar a sua calculadora gráfica. Assim é objectivo deste estudo a compreensão e o conhecimento de todas as acções que permitam descrever a interacção que os alunos estabelecem com a sua calculadora gráfica, ou seja a frequência com que os alunos recorrem à calculadora gráfica para a resolução dos exercícios propostos, o tipo de utilização feita e os critérios escolhidos na sua utilização. Iremos também analisar e descrever as normas, crenças e valores desenvolvidos numa ambiente educacional onde está presente a calculadora gráfica. Por último e por ser preponderante o papel do professor analisaremos a interacção deste com esta ferramenta e a relação que este estabelece entre o uso da calculadora gráfica e os seus alunos. Para tal, pretendeu-se encontrar respostas ao seguinte conjunto de questões: - Qual o desempenho dos alunos na realização de tarefas matemáticas, onde é exigido a utilização da calculadora gráfica? - Que dificuldades é que os alunos sentem na resolução destas tarefas? - Que normas sociomatemáticas podem ser observadas na utilização da calculadora gráfica? Tendo em conta os objectivos delineados e o âmbito que as questões pretendem abranger optou-se por adoptar uma metodologia de natureza qualitativa, em particular os estudos de caso, que incidiram em três alunos do 12º ano de escolaridade. A estratégia de recolha de dados foi bastante diversificada. Optou-se por observação de aulas e como complemento procedeu-se a entrevistas onde se analisou a relação que os alunos estabelecem com a calculadora gráfica, a Matemática e a professora; entrevistas com tarefas onde era solicitado ao aluno que recorresse à sua calculadora gráfica para a sua realização e ainda recolha de documentação diversificada que se considerasse de interesse para o estudo. A análise de dados dividiu-se em três grupos. O primeiro onde se faz uma descrição do contexto do estudo. De seguida, tendo em conta as diversas etapas para a realização das três tarefas, descreve-se os procedimentos escolhidos pelos três alunos participantes no estudo. Por fim, como forma de caracterizar as interacções existentes na sala de aula identificou-se situações caracterizadas como sendo normas sociais e sociomatemáticas. Da análise destes dados pode-se concluir que o tipo de utilização feito da calculadora gráfica por parte dos alunos é bastante diversificado. Assim, foi possível constatar que a qualidade do uso desta tecnologia depende de vários factores, como seja: o conhecimento das funcionalidades da calculadora gráfica, as competências adquiridas na disciplina de Matemática, a motivação para o estudo bem como a intervenção da professora em todo o processo de ensino-aprendizagem. A calculadora gráfica foi vista como uma mais valia para o ensino, quer por parte dos alunos quer pela professora. As tarefas propostas, neste estudo, aos alunos participantes incluíam exercícios de Exames Nacionais, pelo que consideramos que será de interesse alargar este estudo a outro tipo de exercícios, bem como a uma observação alargada a um ano lectivo completo.

 

Índice 

CAPÍTULO 1

Introdução

Pertinência do estudo

Questões de estudo. Finalidade e objectivos específicos

Organização da dissertação

CAPÍTULO 2

Revisão da Literatura

Normas sociomatemáticas e a aprendizagem da Matemática

Diferentes perspectivas

Normas

Relação entre normas, crenças e valores

Normas sociais e normas sociomatemáticas

Microcultura e/ou Macrocultura

As normas e a tecnologia

A calculadora gráfica

A calculadora gráfica e a aprendizagem da Matemática

O conhecimento do professor

Investigações sobre o uso da calculadora gráfica

CAPÍTULO 3

Metodologia

Opções metodológicas

Abordagem qualitativa

Credibilidade da investigação qualitativa

Estudo de caso

Critério de selecção dos intervenientes

A escola

Ano de escolaridade

A turma

Os casos

A recolha de dados

Observação de aulas

Observação de aulas no contexto da investigação

Entrevistas

Recolha de documentos

CAPÍTULO 4

Contexto do Estudo

A Escola

A Professora

A Turma

Relação inter-pessoal

O Desempenho

Relação com a professora

Os alunos participantes

A Ana

O João

A Maria

Análise de Dados

Tarefa 1

Ana

João

Maria

Tarefa 2

Ana

João

Maria

Tarefa 3

Ana

João

Maria

Normas Sociais e Normas sociomatemáticas

Explicações aceitáveis

Diferença Matemática

Solução Eficaz/ Fácil/ Eficiente

CAPÍTULO 5

Conclusões

A dinâmica da sala de aula

Relação com a calculadora gráfica

Relação com a Matemática

Observações finais

BIBLIOGRAFIA

Anexo 1  Inquérito aos alunos

Anexo 2  Entrevista à professora

Anexo 3  Tarefa 1

Anexo 4  Tarefa 2

Anexo 5  Tarefa 3
 

 

Trabalho completo