Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

Sentir e construir o aprender
Estudo exploratório sobre as concepções de pais e alunos do 5.º ano de escolaridad

 

Autor: Maria Teresa Carvalho Mendes
Orientador:
Pedro Sales Luís Rosário

 

Mestrado em Psicologia da Educação

Universidade do Minho
 

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Sentir e construir o aprender

Resumo

Esta dissertação pretende descrever um estudo que tem como principal objectivo conhecer o que pensam os pais e os alunos sobre o aprender, ao iniciar o quinto ano de escolaridade. Numa linha de investigação SAL, decidimo-nos por uma abordagem fenomenográfica, realizando trinta e oito entrevistas semi-estruturadas (na ausência de tarefas escolares), a dezanove alunos e vinte encarregados de educação. O conteúdo das entrevistas, depois de analisado, permitiu identificar categorias organizativas / descritivas das concepções sobre a forma como os sujeitos percebem, apreendem, compreendem e conceptualizam a aprendizagem. O nosso objecto de estudo é, pois, as concepções de alunos e seus encarregados de educação sobre o aprender. Os estudos de Säljö e Marton, pioneiros na tentativa de entender o fenómeno aprender, têm contribuído para a compreensão da aprendizagem. Säljö identificou cinco categorias descritivas do fenómeno aprender e Marton encontrou seis. Grosso modo, Marton em 1981, considerou que as pessoas aprendem para conceptualizar a sua própria aprendizagem. Na revisão da literatura, verificamos tratar-se de um fenómeno constante ao longo da vida, complexo e multidimensional, associado a inúmeras variáveis. Nos últimos anos tem aumentado o interesse pelo estudo das conceptualizações da aprendizagem. Em Portugal, são conhecidos dois estudos, ambos realizados no ano de 2002. Um, de Luísa Grácio que mapeou as concepções da aprendizagem de estudantes de diferentes níveis escolares. O outro, de Isabel Carvalho, que procurou conhecer as abordagens à aprendizagem e ao ensino. A nossa pesquisa, centra-se num nível de transição escolar importante, o quinto ano de escolaridade, e é pioneiro ao incluir um grupo de pais. A relevância deste estudo está em possibilitar o cruzamento das concepções de pais e de alunos sobre um fenómeno tão complexo e simultaneamente específico, porque particular a cada sujeito. Pretendemos construir significados do aprender que possibilitem projectar trabalhos com pais com o intuito de se desenvolverem estratégias para estimular nas crianças concepções acerca do aprender promotoras de aprendizagem. Na base deste trabalho estiveram duas intenções: por um lado, dar continuidade aos estudos anteriores, no que respeita às concepções em torno do aprender, pela primeira vez com alunos de quinto ano de escolaridade; por outro lado, alargar os resultados encontrados na literatura ao incluirmos na amostra, também pela primeira vez, um grupo de encarregados de educação. Os resultados encontrados sugerem a necessidade de se trabalhar explicitamente com alunos e encarregados de educação as ideias que ambos possuem sobre a aprendizagem. Verificamos comunalidades e diferenças nas concepções de ambos. O aprender foi sobretudo conceptualizado como processual e experiencial, para os pais; e, como processual e instrumental para os alunos. Da análise de todos os dados obtidos concluímos que as concepções explicativas do aprender são fundamentalmente de dois tipos: o primeiro, centrado nos procedimentos utilizados na aprendizagem (Dimensão Processo), e o segundo, relacionado com os objectivos do aprender (Dimensão Função). Das cinco questões colocadas aos sujeitos, a pergunta “Como se aprende?” foi a que originou maior variabiliadade nas respostas, o que nos permitiu compreender a multidimensionalidade do fenómeno aprender. A frequência com que todos os sujeitos referiram a Ajuda parental permite-nos inferir a influência da relação família-escola no aproveitamento cognitivo e sócio-afectivo dos alunos.

 

Índice

Introdução Geral
Parte A

I Porquê o “ Aprender ”?

1. Circunscrevendo o problema…
2. Objectivos

II Que dizer acerca do Aprender sob os olhares da literatura?

1. Intróito
2. Construtivismo como construção de significados
3. Abordagens à aprendizagem
4. Modelos e linhas de investigação
5. Concepções e experiências de aprendizagem

5.1. Em busca de uma definição

5.2. Estudos

6. Fenomenografia versus Fenomenologia

Parte B

I Que processos e modos usámos para estudar o “Aprender?

1. Apontamento inicial

2. Metodologia

2.1. Selecção e caracterização da Amostra
2.2. Instrumentos e Procedimentos
2.3. A decisão por uma Análise de Discurso
2.4. Dimensões consideradas

2.5. A Cor como elemento organizador

Parte C

I Como analisar, interpretar e compreender os dados?

1. Sumário
2. Categorias de análise identificadas

2.1. Considerações iniciais
2.2. Definição das categorias
2.3. Análise e Discussão a partir das categorias Identificadas

2.3.1. Definição
2.3.2. Processo
2.3.3. Com quem
2.3.4. O que é necessário
2.3.5. Função

2.4. Categorias com maior expressão

2.5. Categoria Adimensional

3. Categorias específicas e categorias intrusas

4. Análise comparada: comunalidades e diferenças

II Que concluir e como redefinir o nosso objecto de estudo?

Referências bibliográficas
 

 

Tese Mestrado

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