Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

As práticas escolares como construtoras de uma identidade curricular genderizada

 

Autor: Susana Filipa Rodrigues Mendes
Orientador:
José Augusto Pacheco

 

Mestrado em Educação
Especialização em Desenvolvimento Curricular

Universidade do Minho
 

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As práticas escolares como construtoras de uma identidade curricular genderizada

Resumo

Numa primeira fase deste estudo, fazemos alusão à sala de aula, que foi considerada, durante muitos anos, uma realidade enigmática, pela inexistência de investigação neste campo, e só na década de 80 sentiu um incremento considerável. A partir de então, começaram a estudar-se diversas problemáticas relacionadas com o interior da sala de aula e com a relação pedagógica, contribuindo-se para desvanecer a névoa envolta em torno desta "caixa negra", que pela sua complexidade, se torna difícil de transpor e de compreender. Esta dificuldade deve-se também à imprevisibilidade e imediaticidade, que caracterizam o acto educativo e ao facto de constituirse como um estudo de pessoas, de singularidades, com características próprias, únicas. Referenciamos a relação pedagógica como uma relação de sobrevivência. São abordados os modelos e as estratégias usadas pelos actores na produção de regras não formais e informais; são referidos aspectos relativos aos currículos real e oculto e as características do acto educativo que levam à consideração da relação pedagógica como uma relação experiencial de sobrevivência. Aborda-se a relação pedagógica como uma relação de culturas. Analisam-se as características da cultura escolar, designadamente o seu currículo uniforme, o público ideal a quem o capital cultural escolar se destina e os níveis de excelência escolar estabelecidos; refere-se também o modo como os alunos constroem o seu "ofício de aluno" e as características de uma massa social, étnica e culturalmente heterogénea de alunos que interagem no contexto escolar. Deste modo, afastamo-nos dos estudos iniciais em que o feminismo significava a resistência ao masculinismo e enveredamos por uma visão que contaria o determinismo biológico a favor de um processo de construção social influenciadas por inúmeros determinismos sociais e políticos. Neste sentido, os Estudos de género são, por isso, fundamentais no modo como a identidade é (des)construída nos percursos de escolarização, contribuindo para a sua análise crítica a partir de parâmetros que não são susceptíveis de uma normalização masculina ou feminina e onde a noção de identidade vai sendo definida pelo sistema cultural. Faz-se uma abordagem da relação pedagógica como uma relação de poder. Começa pela definição do conceito de poder, seguindo-se uma breve referência às tipologias gerais das bases do poder, dando maior relevo ao estudo das tipologias de poder aplicadas à sala de aula. Termina com a constatação do carácter assimétrico da relação pedagógica pela desigual distribuição de poder entre os actores sociais envolvidos, essencialmente entre indivíduos do género masculino e feminino. A segunda fase da nossa investigação consta de um estudo empírico realizado em que o quadro traçado é tanto mais problemático quanto a dicotomia que lhe está subjacente visto encontrar eco nas representações sociais de homens e mulheres. No sentido de contribuir para um aprofundamento da reflexão em torno de critérios, e tendo como objectivo a análise das dinâmicas pedagógicas que poderão vir a ser desenvolvidas dentro da sala de aula, identificar-se-ão alguns aspectos a ter em consideração na concepção e elaboração dos materiais pedagógicos. Procurou-se articular as perspectivas teóricas com os dados fornecidos pelo estudo empírico, no sentido de analisar essas dinâmicas decorrentes das acções e interacções sociais desenvolvidas nos contextos locais e compreender o carácter plural dessas práticas.

 

Índice 

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - PROBLEMÁTICA

1. PROBLEMA 
2.OBJECTIVOS

II CAPÍTULO- AS PRÁTICAS ESCOLARES

1. A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO
2. A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO DE CULTURAS
3. A DIVERSIDADE CULTURAL DA ESCOLA

III CAPÍTULO -IDENTIDADES CURRICULARES

1. CONCEITO DE CURRÍCULO 
2. O CURRÍCULO COMO CONSTRUÇÃO CULTURAL, SOCIAL E IDEOLÓGICA
3.TEORIZAÇÃO CURRICULAR (PÓS) CRÍTICA

IV CAPÍTULO- CURRÍCULO E GÉNERO, UMA PERSPECTIVA PÓSESTRUTURALISTA 

1.O CONCEITO DE GÉNERO 

2. RELAÇÕES DE GÉNERO
3. CURRÍCULO E GÉNERO

V CAPÍTULO- METODOLOGIA

1. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS
2. CORPUS DA INVESTIGAÇÃO
3.MODELO DE RECOLHA DE DADOS

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA
 

 

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