Ciências da Educação Dissertações de Mestrado
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Participação organizacional e educativa dos pais na escola do 1º ciclo
do ensino básico
Autor:
Fernando Manuel dos Santos Lopes
Mestrado na Área de Especialização Organizações Educativas e Administração Educacional
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Resumo
O presente trabalho resulta de um estudo
de caso desenvolvido numa escola do 1º ciclo do ensino básico agrupada
num agrupamento horizontal de escolas, constituído ao abrigo do novo
regime jurídico de autonomia, administração e gestão dos
estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básicos e
secundários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio. O
objectivo do trabalho de investigação era encontrar respostas para uma
questão, a questão central de investigação, que ficou por esclarecer,
cabalmente, em 1999, quando realizei uma monografia intitulada “ A
Participação dos Pais na Escola”, no âmbito do curso de estudos
superiores especializados em Administração Escolar que realizei sob a
égide do Instituto Superior de Educação e Trabalho. Desde então, que uma
série de questões ficaram sem resposta e isso incentivou-me a retomar o
tema e a aprofundar a investigação para procurar respostas numa zona
cinzenta de muitas interrogações. Era necessário entender a escola como
organização. Mas sob que modelo ou modelos teórico conceptuais. Que
perspectivas organizacionais e implicações teórico-conceptuais deveriam
ser convocadas para fornecer as lentes teóricas capazes de ajudar a
compor um quadro teórico-conceptual onde fosse possível estudar a
participação e, especialmente, a participação dos pais na escola do 1º
ciclo do ensino básico. Neste campo a proposta desenvolvida por Lima
(1998) quanto à tipologia proposta para analisar a participação e as
formas que propôs para a sua análise, constitui a centralidade da
análise teórica e conceptual que desenvolvi neste trabalho. Por outro
lado, havia que confrontar esses conceitos teóricos com a realidade no
terreno. Será que se podiam considerar potencialidades a essa
participação dos pais, entendidos como actores organizacionais num
modelo de escola que os convoca e aos restantes parceiros educativos
para a construção da verdadeira escola democrática? E, será que, apesar
da generosa oferta legal em torno da participação dos pais na vida da
escola, não haverá limites claros e incontornáveis a essa participação
decretada? Ora, para confrontarmos a realidade no campo do plano da
acção organizacional, optei por um estudo de caso, de natureza
etnográfica. Instrumento e metodologia de investigação empírica de visão
apertada e circunscrita da realidade, mas valioso porque deixou perceber
o sentir e o pulsar dos actores organizacionais, especialmente os
docentes e os pais e encarregados de educação, que de outra forma e, se
convocasse métodos de investigação qualitativa (porventura Inquéritos de
Questionário) poderia obter mais quantidade, mas por certo menor
qualidade de dados para análise e reflexão dessa investigação empírica.
Completei o método de investigação com ferramentas de trabalho de campo
como entrevistas semi-estruturadas, pesquisa documental e conversas
informais. O estudo de caso contextualizado ofereceu pistas que permitam
fazer uma generalização naturalista das conclusões a que se chegou,
pois, é de admitir que todas as outras escolas do 1º ciclo do ensino
básico, em Portugal, independentemente de condicionalismos geográficos
(físicos ou humanos) se confrontam com o mesmo fenómeno organizacional
quanto à participação dos pais: que essa participação está fortemente
condicionada quer na sua vertente educativa, quer organizacional; que
esses sinais mostram que a participação dos pais na escola do 1º ciclo
do ensino básico é mais educativa do que organizativa, afirmando-se no
plano das interacções individuais Escola-Família; que a dimensão
colectiva e organizacional é muito esbatida e assume pouca relevância
nas implicações organizacionais; que, finalmente, são postas em
evidência dificuldades e constrangimentos à participação dos pais de
natureza externa e que superam a vontade dos pais que não são
susceptíveis de resolução por parte dos actores internos – sejam
professores ou pais/encarregados de educação. É esse trabalho de
investigação que a seguir se apresenta e, que teve por questão central
de investigação, a resposta a uma questão central: No âmbito do actual
modelo de gestão e administração das escolas do ensino básico,
designadamente no contexto de um Agrupamento Horizontal de Escolas, que
potencialidades e limites se colocam à participação organizacional e
educativa dos pais numa escola do 1º ciclo do ensino básico?
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