Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

Participação organizacional e educativa dos pais na escola do 1º ciclo do ensino básico
Potencialidades e limites

 

Autor: Fernando Manuel dos Santos Lopes
Orientador:
Carlos Alberto Gomes

 

Mestrado na Área de Especialização Organizações Educativas e Administração Educacional

Universidade do Minho
 

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Participação organizacional e educativa dos pais na escola do 1º ciclo do ensino básico

Resumo

O presente trabalho resulta de um estudo de caso desenvolvido numa escola do 1º ciclo do ensino básico agrupada num agrupamento horizontal de escolas, constituído ao abrigo do novo regime jurídico de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básicos e secundários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio. O objectivo do trabalho de investigação era encontrar respostas para uma questão, a questão central de investigação, que ficou por esclarecer, cabalmente, em 1999, quando realizei uma monografia intitulada “ A Participação dos Pais na Escola”, no âmbito do curso de estudos superiores especializados em Administração Escolar que realizei sob a égide do Instituto Superior de Educação e Trabalho. Desde então, que uma série de questões ficaram sem resposta e isso incentivou-me a retomar o tema e a aprofundar a investigação para procurar respostas numa zona cinzenta de muitas interrogações. Era necessário entender a escola como organização. Mas sob que modelo ou modelos teórico conceptuais. Que perspectivas organizacionais e implicações teórico-conceptuais deveriam ser convocadas para fornecer as lentes teóricas capazes de ajudar a compor um quadro teórico-conceptual onde fosse possível estudar a participação e, especialmente, a participação dos pais na escola do 1º ciclo do ensino básico. Neste campo a proposta desenvolvida por Lima (1998) quanto à tipologia proposta para analisar a participação e as formas que propôs para a sua análise, constitui a centralidade da análise teórica e conceptual que desenvolvi neste trabalho. Por outro lado, havia que confrontar esses conceitos teóricos com a realidade no terreno. Será que se podiam considerar potencialidades a essa participação dos pais, entendidos como actores organizacionais num modelo de escola que os convoca e aos restantes parceiros educativos para a construção da verdadeira escola democrática? E, será que, apesar da generosa oferta legal em torno da participação dos pais na vida da escola, não haverá limites claros e incontornáveis a essa participação decretada? Ora, para confrontarmos a realidade no campo do plano da acção organizacional, optei por um estudo de caso, de natureza etnográfica. Instrumento e metodologia de investigação empírica de visão apertada e circunscrita da realidade, mas valioso porque deixou perceber o sentir e o pulsar dos actores organizacionais, especialmente os docentes e os pais e encarregados de educação, que de outra forma e, se convocasse métodos de investigação qualitativa (porventura Inquéritos de Questionário) poderia obter mais quantidade, mas por certo menor qualidade de dados para análise e reflexão dessa investigação empírica. Completei o método de investigação com ferramentas de trabalho de campo como entrevistas semi-estruturadas, pesquisa documental e conversas informais. O estudo de caso contextualizado ofereceu pistas que permitam fazer uma generalização naturalista das conclusões a que se chegou, pois, é de admitir que todas as outras escolas do 1º ciclo do ensino básico, em Portugal, independentemente de condicionalismos geográficos (físicos ou humanos) se confrontam com o mesmo fenómeno organizacional quanto à participação dos pais: que essa participação está fortemente condicionada quer na sua vertente educativa, quer organizacional; que esses sinais mostram que a participação dos pais na escola do 1º ciclo do ensino básico é mais educativa do que organizativa, afirmando-se no plano das interacções individuais Escola-Família; que a dimensão colectiva e organizacional é muito esbatida e assume pouca relevância nas implicações organizacionais; que, finalmente, são postas em evidência dificuldades e constrangimentos à participação dos pais de natureza externa e que superam a vontade dos pais que não são susceptíveis de resolução por parte dos actores internos – sejam professores ou pais/encarregados de educação. É esse trabalho de investigação que a seguir se apresenta e, que teve por questão central de investigação, a resposta a uma questão central: No âmbito do actual modelo de gestão e administração das escolas do ensino básico, designadamente no contexto de um Agrupamento Horizontal de Escolas, que potencialidades e limites se colocam à participação organizacional e educativa dos pais numa escola do 1º ciclo do ensino básico?
 

 

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