Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

Resumo

O feedback consiste em informação sobre a forma como o estado actual do estudante, em termos de aprendizagem e desempenho, se relaciona com os objectivos académicos, possibilitando aos estudantes monitorizar a eficácia dos seus métodos e estratégias exercendo uma aprendizagem auto-regulada. Este trabalho pretende examinar o contributo do feedback na promoção das competências auto-regulatórias dos futuros enfermeiros. A nossa escolha metodológica orientou-se para uma abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, para perceber como se apropriam, os estudantes, durante o Ensino Clínico, das oportunidades de aprendizagem, para o desenvolvimento da sua autonomia, em que medida o feedback contribui para o seu desenvolvimento auto-regulado e, como se apoderam do feedback facultado durante a prática clínica de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Procedeu-se à análise documental e a entrevista semi-directiva, a dois enfermeiros orientadores, um enfermeiro professor e a 12 estudantes, no final do Ensino Clínico de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Após a análise e interpretação dos resultados concluímos que, embora conscientes das limitações do estudo, o Ensino Clínico de Enfermagem Médico-Cirúrgica é útil para a formação técnico-científica dos estudantes, constituindo um desafio, por ser o primeiro ensino clínico sem a presença do professor. Os estudantes desenvolvem um sentimento de pertença a um grupo profissional e constroem a sua auto-imagem como futuros enfermeiros. Apropriam-se do feedback durante a prática clínica através da relação educativa estabelecida com o enfermeiro professor e orientador, desenvolvem a sua responsabilidade profissional, quando gerem e tomam decisões sobre os cuidados de enfermagem. Praticam a auto-regulação quando planificam as intervenções, seleccionam estratégias para controlar o pensamento e regular o esforço, experimentam reacções de afecto positivo perante o agradecimento dos doentes e expressam sentimentos de tristeza e humilhação quando recebem reforços negativos. O feedback é útil porque ajuda a detectar falhas na aprendizagem, corrigir e redireccionar as suas acções. Deve incidir sobre as competências relacionais e instrumentais. Independente da natureza, positiva ou negativa do feedback, valorizam-no e introduzem mudanças de comportamento.

 

Palavras chave: Psicologia da educação, Aprendizagem auto-regulada, Avaliação formativa, Enfermeiros, Teses de mestrado - 2008

 

Índice 

Introdução

CAPITULO I – Auto-Regulação da Aprendizagem e Feedback

1. Auto-Regulação da Aprendizagem
2. O modelo de Aprendizagem auto-regulada de Pintrich
3. Feedback e o envolvimento na Aprendizagem Auto-Regulada

3.1 A influência das crenças, na aprendizagem dos estudantes
3.2 Formas de feedback
3.3 Funções e papel do feedback

CAPITULO II – Metodologia

1. Objectivos e questões de investigação
2. Participantes

2.1 Caracterização dos enfermeiros professores e orientadores
2.2 Caracterização dos estudantes

3. Procedimentos
4. Processo de recolha e tratamento de dados

4.1 Entrevistas semi-directivas
4.2 Artefactos
4.3 Análise de conteúdo

CAPITULO III – O Ensino Clínico de Enfermagem

1. Finalidades e objectivos do Ensino Clínico

2. Organização e planeamento do Ensino Clínico
3. O papel da avaliação formativa no Ensino Clínico
4. Caracterização do contexto do Ensino Clínico

CAPITULO IV – Apresentação e discussão dos resultados da investigação

1. Concepções sobre o Ensino Clínico de Enfermagem Médico – Cirúrgica

1.1 Ensino útil
1.2 Desenvolvimento de competências
1.3 Espaço de integração

2. Relação educativa

2.1 Papel dos educadores
2.2 Relações interpessoais

3. Promoção e oportunidades criadas para a autonomia

3.1 Desenvolvimento da responsabilidade profissional
3.2 Desenvolvimento como aprendente

4. Auto-regulação da aprendizagem

4.1 Fases de Auto-regulação
4.2 Factores condicionantes da motivação

5. Métodos de ensino para favorecer a auto-regulação da aprendizagem

5.1 Estratégias de ensino

6. Concepções sobre a avaliação do ensino clínico

6.1 Portfolio
6.2 Avaliação formativa
6.3 Auto-avaliação

7. Características do feedback

7.1 Feedback formativo
7.2 Intencionalidade percebida
7.3 Formas de feedback

Conclusão

REFERÊNCIAS

ANEXOS

ANEXO I – Guião de entrevista enfermeiro professor e orientadores
ANEXO II – Entrevistas enfermeiro professor e orientadores
ANEXO III – Guião de entrevista aos estudantes
ANEXO IV – Entrevistas aos estudantes
ANEXO V – Processo categorização das entrevistas dos estudantes
 

 

Trabalho completo