Apresentação do Morangueiro
O termo Morangueiro é a designação comum
dada a várias espécies de plantas herbáceas rasteiras, estoloníferas, da família das rosáceas, que produz
morangos, uma infrutescência muito apreciada e que é cultivada sobretudo
em países de clima temperado e sub-tropical.

Classificação científica |
Reino: |
Plantae |
Divisão: |
Spermatophyta |
Classe: |
Eudicotiledóneas |
Ordem: |
Rosales |
Família: |
Rosaceae |
Subfamília: |
Rosoideae |
Género: |
Fragaria L. |
Espécie: |
Várias |
|
Nome binomial |
- - - |
Morfologia do
Morangueiro
Sistema radical
Possui um sistema radical fasciculados e
superficial, com 50% a 90% das suas raízes localizadas nos primeiro 20
cm do solo e 25% a 50% dos primeiros 7,5 cm. Quando maduro, o
morangueiro possui entre 20 e 25 raízes primárias e milhares de raízes
materiais. As raízes primárias são as que penetram no solo e vivem
geralmente apenas um ano podendo, em condições favoráveis, viver um
período de tempo maior. As raízes secundárias têm funções de absorção de
nutrientes e e de água e servem como acumuladores de reservas durante o
inverno. As raízes nascem adventiciamente a partir da base das folhas
novas ao longo da coroa, mas emergirão apenas se estiverem em contacto
com o solo. No seu conjunto, o sistema radical de uma planta adulta
apresenta um aspeto fasciculado, de cor amarelo pardo e tanto mais claro
quanto mais jovem e sã for a planta.
Caule
O caule do morangueiro é um rizoma
estolhoso curto e com formato cilíndrico e retorcido que se ramifica e
do qual emergem em roseta as folhas trifoliadas formando um conjunto a
que é dada a designação de coroa. A planta é constituída por uma ou mais
coroas onde crescem influrescências, estolhos, coroas ramificadas e
raízes adventícias. Cada coroa constitui uma unidade independente da
planta que cresce apenas alguns centímetros em comprimento, conferindo
ao morangueiro um hábito em roseta. Cada coroa possui um número de
folhas em várias fases de desenvolvimento e agrupadas em espiral no
eixo. A base da coroa encontra-se protegida pelas estípulas das folhas
mais velhas e mortas. Por cima destas encontram-se as folhas verdes
maduras, as quais possuem também estípulas de proteção.
Folhas
As folhas, de cor verde, mate ou
brilhante, consoante as variedades, são constituídas por três folíolos
(trifoliadas), pilosos, de margens dentadas e dispõem-se em espiral a
2/5, estando cada sexta folha quase por cima da primeiro, numa
disposição que permita a máxima exposição à luz. O tempo que medeia
entre a emergência das folhas sucessivas em plantas que estejam em
crescimento ativo é de cerca de 8 a 12 dias e cada uma delas tem uma
duração que varia entre um e três meses. A taxa de emergência depende
fundamentalmente da temperatura, sendo maior na Primavera e no Verão.
O pecíolos das folhas, possuem na sua base
duas estípulas de proteção, onde se encontram os gomos, os quais podem
evoluir em estolhos ou em novas coroas.
Estolho
O estolho é um ramo especializado que
difere dum ramo-coroa pela elongação dos primeiros dois entrenós. Um
estolho novo emerge das estípulas-bainha da folha subjacente. Os
estolhos surgem na Primavera e Verão, quando os dias são maiores. O
primeiro estolho emerge, geralmente, na axila da primeira folha. Os
primeiro e segundo entrenós do estolho alongam-se por vários centímetros
terminado numa bráctea e num gomo axilar. Os terceiro e seguintes
entrenós são muito curtos, possuindo os nós folhas trifoliadas em gomos
axilares, constituindo as plantas-filhas (os clones). O primeiro gomo
axilar da planta-filha pode produzir um novo estolho com dois nós e
outro clone e assim sucessivamente.
Inflorescência, flor e
fruto
A inflorescência é terminal, emergindo das
estípulas-bainha da folha, imediatamente abaixo dela, em simultâneo com
a expansão da folha. O eixo de crescimento da inflorescência termina
numa flor primária que mantém uma posição dominante no desenvolvimento
da inflorescência. Cada eixo da inflorescência termina numa única flor
produzindo brácteas que irão suster o outro eixo com uma flor de ordem
inferior e assim sucessivamente. Desta forma, uma inflorescência típica
apresenta uma flor primária, que é a mais velha, duas flores
secundárias, quatro flores terciárias e oito flores quaternárias.
As flores são pentâmeras, agrupando-se em
corimbos e possuindo pedúnculos compridos revestidos de pêlos. O
comprimento do pedúnculo depende do fotoperíodo, com os dias mais
compridos a induzirem hastes florais mais longas. No morangueiro
cultivado as flores são hermafroditas, possuindo geralmente cinco
sépalas e cinco pétalas. As pétalas são de cor branca e de forma
variável, variando desde elíptica a arrendodada e a oval. A flor possui
entre 20 e 30 estames e um número de pistilos que pode variar entre os
60 e os 600. Todos estes órgãos encontram-se dispostos em espiral sobre
um grande receptáculo. Os estames estão dispostos ao redor e sobre os
ovários de forma a que quando se dá deiscência das anteras, o pólen cai
diretamente sobre as estigmas, que são rugosos e com depressões a fim de
reterem eficazmente os grãos de pólen. As flores primárias de cada
inflorescência são as primeiras a frutificarem produzindo os frutos de
maiores dimensões. As flores secundárias e terciárias, como possuem
menor número de pistilos, produzirão frutos menores.
A fecundação dos óvulos é feita pelo pólen
da mesma flor ou de flores da mesma ou de plantas diferentes. Assim,
como resultado da fecundação do óvulo dos vários carpelos desenvolve-se
um fruto composto, que é um múltiplo de aquénios. O fruto propriamente
dito é um aquénio (que se apresenta como um pequeno ponto verde ou
preto) disposto num receptáculo floral hipertrofiado. Contudo, no
morangueiro designa-se por fruto o conjunto constituído pelo receptáculo
e os aquénios nele contidos.
Espécies de Morangueiro
Existem mais de duas dezenas de espécies
de morangueiros e numerosas variedades híbridas e cultivares. A
classificação das espécies é geralmente efectuada com base no número de
cromossomas daí resultando as espécies diplóides (dois conjuntos de sete
cromossomas básicos), tetraplóides (quatro conjuntos de sete cromossomas
básicos), hexapóides (seis conjuntos de sete cromossomas básicos),
octoplóides (oito conjuntos de sete cromossomas básicos) e decaplóides
(dez conjuntos de sete cromossomas básicos). As variedades atualmente
existentes são o resultado de intensos trabalhos de melhoramento
genético e cruzamento de várias espécies oriundas da Europa e das
Américas. As espécies comercialmente mais importantes são as europeias
Fragaria vesca, Fragaria moschata e Fragaria viridis, e as americanas
Fragaria virginiana, Fragaria chiloensis, as híbridas Fragaria ananassa
e as remontantes Fragaria ananassa x Fragaria vescana.
Espécies diploides:
Fragaria daltoniana
Fragaria iinumae
Fragaria nilgerrensis
Fragaria nipponica
Fragaria nubicola
Fragaria vesca (o morango silvestre europeu)
Fragaria viridis
Fragaria yezoensis
Espécies tetraploides:
Fragaria moupinensis
Fragaria orientalis
Espécies hexaploides:
Fragaria moschata
Espécies e híbridos octoploides:
Fragaria x ananassa (o morangueiro agrícola mais comum)
Fragaria chiloensis
Fragaria iturupensis
Fragaria virginiana
Espécies e híbridos decaploides:
Fragaria Potentilla
Fragaria vescana
Fontes:
MEXIA, António e outros. Manual do
Morangueiro (Projecto PO AGRO DE&D nº 193), 2005. ISBN 972-579-030-8
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