Os grãos de pólen são tão diversos e numerosos como as plantas de onde
provêm. São do tamanho de diminutas partículas de poeira, medindo apenas
de 0,020 a 0,250 mm, e produzidos em número muito elevado. Um exemplo
disso é a bétula, na qual cada um dos amentilhos pode conter cerca de
5.500.000 grãos de pólen.
Existe uma grande diversidade de formas de grãos de pólen, alguns são
esféricos, outros ovóides
e
outros afiados como arpões, tal como está representado na figura.
Apesar de pequenos, apresentam padrões e relevos complexos na sua
superfície: fissuras, pequenas bolsas circulares, figuras geométricas
complexas, etc. Estes padrões, por serem únicos e característicos, podem
ser relacionados com uma única espécie de planta.
A camada externa que os envolve (exina) é constituída por uma substância
muito resistente e estável à decomposição, esporopolenina, que pode
sobreviver durante milhões de anos e ainda assim ser reconhecível.
Tradicionalmente reconhecido como a célula sexual masculina da flor, o
pólen apresenta como missão unir-se às células sexuais femininas
(óvulos) que podem, ou não, estar presentes na mesma flor. Mas se as
células sexuais pertencerem a espécies diferentes, isto não acontecerá.
Existem estimulações e respostas bioquímicas, além do reconhecimento
físico, que permitem às plantas reconhecer o seu próprio pólen, o pólen
produzido por indivíduos da mesma espécie e ignorar o que provém de
espécies estranhas.

Com a evolução, diversas estratégias foram desenvolvidas para a união
das duas células sexuais. Os grãos de pólen de reduzidas dimensões
produzidos por algumas plantas são dispersos pelo vento, como por
exemplo, as gramíneas, as coníferas e os carvalhos. O vento é muito
eficaz no transporte dos grãos de pólen, podendo elevá-los a de cerca de
5800 m e afastá-los distâncias superiores a 5.000 km. Contudo, este tipo
de polinização é feita totalmente ao acaso, correndo o risco de a
maioria deles não chegar ao destino. A produção de pólen é um gasto
significativo para a economia da planta, por ser rico em óleos e
proteínas, o que significa investimentos consideráveis de nutrientes.
Por este motivo, algumas plantas adotaram outras estratégias para
reduzirem o desperdício de pólen, como o recurso a animais (na sua
maioria insetos). As plantas competem umas com as outras para atraírem a
atenção destes polinizadores e deixarem mais descendentes. Os
polinizadores são, frequentemente, recompensados com pólen e néctar que
utilizam na sua alimentação.
Existem diversas estratégias para atrair animais polinizadores, um
exemplo disso são as cicadáceas, plantas contemporâneas dos grandes
dinossáurios. Estas plantas aumentam a temperatura no cone central, onde
se encontra o pólen, em cerca de 2ºC, atraindo a atenção dos insetos que
nele pousam e que carregam o pólen para outra planta.
Os nenúfares, que são descendentes das primeiras famílias de plantas que
produziam flores autênticas, mantêm a recompensa de dar uma parte do
pólen aos seus polinizadores, neste caso os coleópteros, com os quais
desenvolveram uma estratégia evolutiva. Contudo, a recompensa mais
generalizada consiste na cedência do néctar, produzido em glândulas
especiais (nectaríferas), normalmente localizadas no interior das
flores. Esta localização tem duas vantagens: reduzir a perda de néctar
por evaporação ou diluição, devido à chuva, e obrigar o polinizador a
tocar nas anteras de modo a recolher o pólen.
Os insetos foram os primeiros mensageiros das plantas e ainda hoje o são
em grande número. As flores têm de adaptar os seus anúncios aos
sentidos dos insetos que as visitam. As plantas emitem um perfume que
atrai os insetos, porque estes têm, na sua maioria, um olfato bastante
desenvolvido. Outro sentido dos insetos igualmente desenvolvido é a
visão, que é muito sensível a intensidades luminosas diferentes das
percecionadas pelos nossos olhos, tendo a capacidade de detetar
radiações, como os raios ultravioleta. Muitas flores possuem marcas nas
suas pétalas para atraírem os insetos e os conduzirem ao néctar e ao
pólen, no seu interior.
Existem plantas que não são muito seletivas, por isso permitem que
muitos insetos lhe transportem o pólen; contudo, o pólen é desperdiçado
porque é entregue a flores de outra espécie. Por esta razão, as plantas
são cada vez mais especializadas, e uma espécie de planta só é
polinizada por uma espécie de inseto. Mas esta parceria também tem
inconvenientes, se uma espécie desaparece, a outra provavelmente também.
Nem todos os insetos, ou outros polinizadores, seguem as regras ditadas
pelas flores. Alguns insetos que, por não possuírem apêndices
suficientemente compridos para atingiram o néctar, escavam orifícios nas
pétalas para o obter.
Também as plantas enganam os insetos e outros polinizadores, mondando
armadilhas. Apesar das técnicas complexas das plantas, nem sempre é
possível a transferências de grãos de pólen de um individuo para outro,
devido a fatores bióticos ou abióticos.
No entanto, as plantas têm conseguido deixar descendência e perpetuar a
sua ocupação na Terra.
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