Biografia de Alfred Wallace
Alfred
Russel Wallace foi um naturalista, geógrafo e antropólogo que nasceu no
País de Gales no ano de 1823 e faleceu em 1913. Foi um importante
naturalista mesmo não tendo tido uma vida económica favorável como
muitos dos naturalistas do seu tempo. Wallace foi um dos pais da ‘Teoria
da Evolução das Espécies por Selecção Natural’ juntamente com o seu
contemporâneo Charles Darwin, apesar do seu contributo para a formulação
da teoria ser muito menos mencionado do que o de Darwin.
Exerceu
actividades diversas ao longo da sua vida, inclusivamente a de
topógrafo, que lhe permitiram estabelecer contacto com o campo. Wallace
aproveitou para coleccionar inúmeros espécimes biológicos em diversas
regiões por onde passou com a intenção de vender a museus quando
regressasse a casa. A sua busca por exemplares de espécies de animais e
plantas raros levou-o à floresta Amazónica e mais tarde ao arquipélago
Malaio.
Registou
nos seus diários o quanto ficou impressionado com a grande diversidade e
número de espécies que encontrou durante as suas viagens. Em 1858
adoeceu enquanto viajava pelas ilhas Molucas. Durante uma noite em que
padecia de febre, recordou um livro que lera da autoria de Thomas
Malthus, intitulado ‘An Essay on the Principle of Population, as It
Affects the Future Improvement of Society’. Nessa obra, o autor observou
que os cruzamentos ao acaso nas populações humanas levam a que a
população cresça geometricamente, enquanto os recursos alimentares
crescem de forma mais lenta. Este facto tem como consequência que a
população cresça mais rapidamente que os recursos disponíveis e, assim,
apenas alguns indivíduos podem sobreviver. Esta constatação de Thomas
Malthus, que impressionara também Charles Darwin, levou Wallace a pensar
se este princípio se aplicaria a todas as espécies. Citando Wallace em
1905, a este respeito:
‘Ocorreu-me
a seguinte questão: Porque alguns indivíduos morrem e outros sobrevivem?
E a resposta foi clara - os mais bem adaptados sobrevivem. Os mais
saudáveis escapam aos efeitos da doença; das epidemias escapam os mais
fortes, mais rápidos ou mais astutos; a fome é contornada pelos melhores
caçadores ou aqueles com um sistema digestivo mais eficaz; e assim por
diante. Deste modo, a diversidade presente no mundo vivo fornece o
material, pela mera supressão dos indivíduos menos adaptados às
condições actuais, para que os mais adaptados possam garantir a
continuidade da espécie. Quanto mais eu penso mais eu estou convencido
de que encontrei a tão procurada lei da natureza que resolve o problema
da origem das espécies.’
Nessa
mesma noite Wallace começou a escrever a sua teoria e, ao fim de dois
dias, tinha as suas ideias alinhavadas em papel. Ao saber que Charles
Darwin estava interessado no mesmo assunto, mas sem estar ciente do
quanto as teorias de Darwin estavam já desenvolvidas na sua cabeça,
escreveu-lhe a contar as suas ideias e a questionar a sua opinião sobre
a sua teoria. Quando Darwin constatou que uma outra pessoa tinha
delineado uma teoria da origem e evolução das espécies por selecção
natural semelhante à sua ficou bastante surpreendido e preocupado com a
sua notoriedade perante a tese. Assim, em 1858, alguns amigos de Darwin
que se encontrava afastado pela morte de um filho, apresentaram um
artigo com a co-autoria de Darwin e Wallace na Linnaean Society -
‘On
the Tendency of Species to form Varieties; and on the Perpetuation of
Varieties and Species by Natural Means of Selection’.
Em 1859, Darwin apressou-se
a apresentar a obra ‘On the Origin of
Species by Means of Natural Selection’,
publicação que vinha atrasando com receio da sua teoria não ser bem
acolhida por aqueles que ridicularizavam a ideia de que as espécies têm
origem na evolução de outras espécies pré-existentes e que não são obra
de um desígnio da criação divina. Esta obra tornou-se uma das mais
importantes da história da Biologia.
Mais
informações sobre a vida e obra de Alfred Wallace podem ser consultadas
na ligação:
http://www.nhm.ac.uk/nature-online/science-of-natural-history/biographies/wallace/
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