Ciências da Terra e da Vida

Biologia

Splicing

Autor: Inês da Silva
Mestre em Genética Molecular e Biomedicina

Data de criação: 20/05/2015

Resumo: Apresentação do conceito de Splicing...

Splicing diz respeito ao processo através do qual o pré-mRNA é processado para gerar mRNA e baseia-se na remoção das regiões não-codificantes (...)

Palavras chave:  biologia

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Conceito de Splicing

Splicing diz respeito ao processo através do qual o pré-mRNA é processado para gerar mRNA e baseia-se na remoção das regiões não-codificantes (intrões) e na junção das regiões codificantes (exões) presentes numa sequência. Durante a transcrição, ambas as regiões são transcritas em RNA, formando pré-mRNA; após a transcrição, os intrões são removidos e os exões unidos, formando-se mRNA funcional que é transportado para o citoplasma e traduzido em proteínas. O splicing ocorre no núcleo e é necessário para que o mRNA seja transportado para o citoplasma.

Os exões e intrões estão presentes na maioria dos genes dos eucariotas e de alguns genes das bactérias. Sendo que, os intrões variam grandemente em número e tamanho, estando relacionado com a complexidade do organismo, podendo um gene conter mais de 60 intrões e o seu tamanho ir de 200 a 50000 nucleótidos. No geral, os intrões são maiores que os exões e após a remoção dos intrões a sequência que permanece tem apenas, aproximadamente, 2.2 kb.

Existem dois tipos diferentes de splicing:

· o splicing que é catalisado pela ação de um grande complexo proteico, denominado spliceossoma, que reconhece a sequência consenso GU no local de splicing (local/sequência que se encontra nos limites exão-intrão) 5’ e a sequência consenso AG no local de splicing 3’ do intrão. O spliceosoma é constituído por 50 proteínas e pequenos RNA nucleares que se associam e formam pequenas moléculas de ribonucleoproteínas, sendo denominadas U1, U2, U4, U5 e U6;

· o self-splicing que é catalisado pelo próprio RNA que tem a capacidade de remover os seus intrões. No entanto, este processo é muito raro.

É necessário que o splicing ocorra sem erros e que as sequências sejam reconhecidas com a maior precisão, uma vez que a remoção ou adição de apenas um nucleótido poderá ter consequências graves e levar à não produção de uma proteína essencial ou à produção em excesso de uma proteína em específico.

Um vez que durante o processo de splicing, os intrões são removidos, é possível que esta remoção dê origem a diferentes sequências, pois intrões podem não ser removidos das sequência ou exões podem ser removidos juntamente com os intrões. A este fenómeno chama-se splicing alternativo e através dele é possível obter diferentes mRNAs variantes do mesmo pré-mRNA que irão ser traduzidos em proteínas relacionadas mas com diferentes sequências (isoformas). Estima-se que cerca de 75% dos 25000 genes humanos estejam a ser submetidos a este fenómeno, o que faz com que o número de proteínas codificadas (100000) ultrapasse em muito o número de genes presentes no genoma do organismo.

 

 

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