Conceito de RFLP
O DNA, material genético de um
indivíduo, contém aproximadamente, cerca de 3,4 biliões de pares de
bases, e é composto por regiões codificantes – conhecidas como genes e
possuem a informação necessária para a transcrição e tradução
de
uma determinada proteína; e por regiões não codificantes – sequências do
DNA que não estão directamente relacionadas com a produção de proteínas,
não se sabe muito bem a sua importância e função, mas não influenciam na
expressão dos genes. Estas regiões não codificantes representam cerca de
3 milhões de bases do genoma, e possuem uma grande importância na
investigação criminal. Estas funcionam como polimorfismos de DNA
caracterizados por serem sequências repetitivas de pares de bases que
possuem variados tipos de tamanhos e são normalmente designados pelo
comprimento da unidade de repetição, e que adquirem, ao longo das
gerações, uma variabilidade através de erros durante a replicação do DNA
e/ou mutações, que permite distinguir indivíduos. A identificação e
análise destes polimorfismos permitem encontrar perfis genéticos
diferentes entre cada indivíduo de uma população.
Restriction Fragment Length
Polymorphism (RFLP) foi a primeira técnica descrita para análise de
polimorfismos de DNA em ciências forenses. Esta técnica baseia-se na
comparação de perfis genéticos a partir de bandas formadas após digestão
do DNA com enzimas de restrição (sendo que quantas mais enzimas se
usarem na digestão, mais
especificidade
se obtém nos resultados). As sequências repetidas do DNA não codificante
podem ser cortadas por enzimas de restrição e identificadas através a
técnica de Southern blot, em que numa primeira fase se usa o gel de
agarose para comparar os diferentes tamanhos dos fragmentos produzidos
pela digestão das enzimas de restrição e este gel é transferido para uma
membrana de nitrocelulose onde o DNA presente nas bandas é hibridado com
sondas que irão identificar bandas específicas e posteriormente as
amostras são reveladas após uma exposição da membrana a um filme de raio
X. Estas regiões de repetição são extremamente variáveis na população, e
o uso desta técnica revolucionou a identificação individual em ciências
forenses, contudo actualmente tem entrado em desuso pela suplantação da
analise por STR, pois a técnica de RFLP requer uma grande quantidade de
amostra de forma a obter DNA suficiente para a sua detecção sendo um
processo caro. Numa situação em que a amostra de vestígio biológico é
limitante esta técnica deixa de ser apropriada, uma vez que consome
muito tempo para a sua realização em comparação com a técnica de STR.
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