Conceito de Reprodução Humana Assistida
As técnicas de
reprodução humana assistida são o método de eleição para o tratamento da
infertilidade e compreendem a manipulação dos gâmetas masculinos e/ou
femininos fora do corpo humano, com o objetivo de obter uma gravidez.
Dessas técnicas fazem parte a inseminação intrauterina, a fertilização
in vitro, a microinjeção intracitoplasmática de espermatozoides,
a transferência de embriões a fresco ou criopreservados, a
criopreservação de embriões e gâmetas e os ciclos de tratamento com
gâmetas de dadores. Em Portugal, a inseminação intrauterina e a
fertilização in vitro foram introduzidas em 1985 e a microinjeção
intracitoplasmática de espermatozoides em 1994. O método mais simples é
a inseminação intrauterina, que pode ou não incluir estimulação ovárica,
e a técnica mais complexa é a microinjeção intracitoplasmática de
espermatozoides, que envolve a manipulação de ambos os gâmetas,
introduzindo-se manualmente um espermatozoide num ovócito de modo a
fecundá-lo.
Existem também
outras técnicas importantes no campo da reprodução assistida, tais como
o diagnóstico genético pré-implantação ou a eclosão assistida. O
diagnóstico genético pré-implantação é aconselhado a casais que possuam
(ou que tenha familiares com) uma doença hereditária grave que terá uma
grande probabilidade de afetar os seus descendentes. Recorrendo a esta
técnica, que tem de ser realização após microinjeção intracitoplasmática
de espermatozoides, é possível selecionar os embriões que não possuem a
doença e apenas realizar a transferência desses para o útero. A eclosão
assistida consiste no enfraquecimento de uma parte da zona pelúcida,
através de vários métodos (como químicos, físicos ou por um sistema de
laser), sendo este último o mais seguro, simples e o mais utilizado
atualmente. Desta forma o embrião mais facilmente poderá escapar da sua
zona pelúcida e implantar-se no útero. É importante referir que nenhuma
destas duas técnicas é realizada por rotina num laboratório de
reprodução humana assistida. Ambas possuem requisitos para serem
aplicadas, ou seja, apenas determinados casais poderão realmente
beneficiar com a sua aplicação.
É também
importante referir que existem alguns riscos ligados à reprodução humana
assistida, tais como:
· Síndrome de
Hiperestimulação ovárica – esta é desencadeada por uma resposta
exagerada dos ovários à estimulação ovárica, produzindo demasiados
folículos. Está relacionada com um conjunto de mediadores de
permeabilidade capilar.
·
Gravidez
ectópica – quando o embrião se implanta noutro local que não seja o
útero, sendo a sua deteção precoce extremamente importante.
·
Aborto –
é uma situação de risco que também poderá acontecer em gravidezes
obtidas naturalmente
·
Gravidez
múltipla – existe uma grande variabilidade na competência de
desenvolvimento dos embriões obtidos durante os ciclos de tratamento de
infertilidade e, por vezes, dificuldades em determinar qual o embrião
com maior probabilidade de originar um recém-nascido. Portanto, em
muitos casos realiza-se a transferência de mais do que um embrião num
único ciclo de tratamento, na tentativa de aumentar as probabilidades de
um embrião viável ser transferido, o que resulta frequentemente em
gravidezes múltiplas. No entanto, este não é um resultado desejado das
técnicas de reprodução humana assistida, devido aos enormes riscos que
acarreta para a mãe e para os seus recém-nascidos. Nesse sentido, vão
existindo cada vez mais políticas que restringem o número de embriões a
ser transferido num tratamento e também melhorias nos métodos de seleção
embrionária
Todos
procedimentos
no âmbito da reprodução humana assistida encontram-se legislados em
Portugal desde 2006, de acordo com a Lei nº 32/2006. Existe também o
Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida ao qual compete
pronunciar-se sobre questões éticas, sociais e legais da reprodução
humana assistida.
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