Conceito de Osteoclasto
O
osteoclasto
é uma das células do tecido ósseo. Tem como função a reabsorção do
tecido ósseo ao longo de um processo denominado remodelação. Este
processo, no qual os osteoclastos reabsorvem o osso e os osteoblastos
sintetizam novos componentes orgânicos na matriz óssea, é essencial para
a conservação da homeostasia do cálcio e para a conservação da
integridade do esqueleto.
Morfologia
Os
osteoclastos são células
móveis, arredondadas e gigantes (50 a 100µm). São muito ramificadas e
multinucleadas (6 a 50 núcleos). Possuem um aparelho de Golgi muito
desenvolvido, numerosas mitocôndrias perinucleares assim como uma grande
quantidade de lisossomas.
O
osteoclasto
ativo apresenta polaridade. Possui, na face voltada para o osso, uma
“borda em escova” caracterizada pela presença de numerosos
prolongamentos vilosos.
Origem e regulação
Os
osteoclastos
têm origem hematopoiética na linhagem mieloide. Os seus percursores
derivam de pro-monócitos que se diferenciam em monócitos/macrófagos, em
células dendítricas ou em osteoclastos consoante os fatores presentes no
seu microambiente. Este processo, denominado osteoclastogenése, é
regulado por diferentes células, nomeadamente pelos osteoblastos e por
células estromais da medula óssea.
Osteoblastos e células estromais estimulam a diferenciação e a
proliferação dos osteoclastos através do contacto
com
as células precursoras e da libertação de M-CSF (macrophage colony
stimulating factor) e de RANKL, o ligante do recetor RANK (recetor
para a ativação do fator de transcrição NF-kB).
O
fator
M-CSF é essencial nos primeiros passos da osteoclastogénese, aumentando
a capacidade de sobrevivência dos precursores osteoclásticos. RANKL faz
parte da superfamília dos ligantes de fator de necrose tumoral, TNF (tumor
necrosis factor), a sua ligação ao recetor RANK na superfície das
células precursoras induz, em conjunto com M-CSF, a expressão de genes
que tipificam a linhagem osteoclástica: TRAP (fosfatase ácida resistente
ao tartarato), CATK (catepsina K), CTR (recetor da calcitonina), CA2
(anidrase carbónica 2), integrinas da classe β3, entre
outros.
Outros
fatores também intervêm na diferenciação dos osteoclastos tais como as
citocinas, hormonas sistémicas ou fatores de crescimentos.
Os
precursores
osteoclásticos migram, através de estímulos quimiotáticos, pela corrente
sanguínea até ao osso. Aderem à superfície e fundem-se formando
osteoclastos maduros multinucleados.
A
diferenciação
e a proliferação dos osteoclastos são inibidas pela osteoprotegerina
(OPG), sintetizada pelas células da linhagem osteoblástica, através da
sua ligação ao RANKL, impedindo a sua ação. A quantidade de OPG aumenta
com o grau de diferenciação osteoclástica permitindo assim manter um
equilíbrio entre a reabsorção e a síntese de novo osso.
Função
Durante o processo
de reabsorção, os osteoclastos ativados movimentam-se ao longo da
superfície do osso formando várias cavidades denominadas Lacunas de
Howship. A atividade de reabsorção é assim alternada com períodos de
migração.
A
reabsorção óssea efetua-se em 2 etapas:
§
A degradação
da parte inorgânica da matriz: Os osteoclastos secretam, através da
atividade da anidrase carbónica 2, uma grande quantidade de protões. A
acidificação do compartimento de reabsorção provoca a dissolução dos
cristais de fosfato de cálcio;
§
A degradação
da parte orgânica da matriz: Enzimas hidrolíticas, tais como as
catepsinas e as colagenases, são libertadas para digerir a matriz
proteica desmineralizada.
Em
média,
os osteoclastos vivem 15 dias a seguir dos quais morrem por apoptose.
Fontes
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R. (2001). L’ostéoclaste et les mécanismes moléculaires de la résorption
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6 (1), p6-16.
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W.J., Simonet, W.S and Lacey, D.L. (2003). Osteoclast differentiation
and activation. Nature.
423, p337-342.
Couret,
I. (2004). Biologie du remodelage osseux. Médecine
nucléaire.
28 (2), p57-65.
Junqueiro,
L. and Carneiro, J. (2004). Histologia Básica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan. p136-139.
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