Conceito de Insulina
A insulina é conhecida como uma hormona
segregada pelo pâncreas, que tem uma importante aplicação terapêutica,
que atua na função glicolítica, e que cuja deficiência ou falta provoca
diabetes.
O gene da insulina humana está localizado
no braço curto do cromossoma 11. Uma molécula precursora,
preproinsulina, um péptido de 11.5 kDa, é produzido a partir da síntese
direta de ADN/ARN no reticulo endoplasmático rugoso das células
pancreáticas B. É clivado pelas enzimas microssomias a proinsulina (9
kDa) quase imediatamente depois da síntese. A proinsulina é transportada
para o complexo de Golgi, onde é colocada em grânulos secretórios. A
maturação destes está associada com a perca do revestimento de clatrina
e a conversão da proinsulina em insulina.
A proinsulina consiste numa cadeia simples
de 86 aminoácidos, onde incluiu a cadeia A e B da molécula de insulina e
um outro segmento de 35 aminoácidos. Uma pequena quantidade de
proinsulina produzida pelo pâncreas escapa à clivagem e é secretada
intacta para a corrente sanguínea, juntamente com insulina e péptido C.
A maioria dos soros anti-insulina usados num ensaio imunológico padrão
reage com a proinsulina; cerca de 3-5% da insulina imunorreativa
extraída do pâncreas humano é na verdade proinsulina. Uma vez que a
proinsulina não é removida pelo fígado, tem um tempo de meia vida 3 a 4
vezes superior ao da insulina. Este facto permite que a proinsulina se
acumule no sangue, onde a sua percentagem varia entre 12 a 20% da
insulina imunorreativa circulante. A proinsulina humana tem 7-8% da
atividade biológica da insulina. O principal órgão de degradação da
insulina é o rim. O péptido C é um resíduo de 31 aminoácidos (3 kDa)
formado durante a clivagem da proinsulina em insulina que não tem uma
aplicabilidade biológica conhecida. É libertado das células B
pancreáticas numa razão equimolar à da insulina. Não é removido pelo
fígado mas é degradado ou excretado principalmente pelo rim. Tem um
tempo de meia vida 3 a 4 vezes superior ao da insulina. A insulina é uma
proteína constituída por 51 aminoácidos que contém duas cadeias: a
cadeia A, com 21 aminoácidos; e a cadeia B, com 30 aminoácidos. As
cadeias estão ligadas por duas ligações dissulfito. Para além disto,
existe uma ligação dissulfito que liga a posição 6 e 11 da cadeia A. A
insulina tem uma massa molecular de 5.8 kDa. A insulina endógena tem um
tempo de meia vida de 3 a 5 minutos. É catabolizada principalmente pelas
insulinases do fígado, do rim e da placenta. Numa só passagem,
aproximadamente 50% da insulina é removida pelo fígado.
Um pouco de História
O primeiro a sugerir a relação entre a
diabetes e o pâncreas foi o médico inglês Thomas Cawley (1788). Em 1889,
os alemães Joseph von Mering (1849 - 1908) e Oskar Minkowski (1858 -
1931) através da retirada do pâncreas de cães, comprovaram o
aparecimento sistemático de diabetes, após a cirurgia. Em 1892,
Minkowski demonstrou que o transplante do pâncreas impedia o ataque
diabético nos animais pancreatectomizados. A partir desta observação,
admitiu que o pâncreas elaborava uma substância vital, cuja ausência
provocava a diabetes. Muitos investigadores tentaram isolar desta
glândula substâncias que aliviassem os sintomas de diabetes. O primeiro
resultado prático foi obtido por Sir Frederick Banting (1891 - 1941),
Charles Best (1899 - 1978) e John Macleod (1876 - 1935), da Universidade
de Toronto, que conseguiram um extrato pancreático capaz de diminuir o
nível de açúcar no sangue e na urina, tanto nos animais diabéticos como
no Homem. O extrato foi batizado por Banting e pelos seus colegas com o
nome de insulina. Por sua vez, John Abel (1857 - 1938) e os seus
colaboradores da Universidade de Johns Hopkins purificaram as dosagens
comerciais de insulina e obtiveram-na em forma cristalina pura.
Atualmente, a insulina é produzida industrialmente, por culturas de
bactérias (E. coli), em que no seu genoma foi introduzindo o gene
responsável pela síntese da insulina. Tornou-se possível a obtenção de
insulina de ação retardada combinando-a com protoaminas ou histonas e
zinco, conseguindo, assim, uma lenta libertação de insulina, fazendo com
que o seu nível sanguíneo seja praticamente constante.
Outros assuntos relacionados:
- Secreção da Insulina
- Pâncreas
- Glucagon
- Diabetes
- E. coli
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