Ciências da Terra e da Vida

Biologia

Imprinting

Autor: Liliana Abreu
Bióloga

 

Data de criação: 16/03/2015;

Resumo: Apresentação do conceito de Imprinting...
Imprinting é um conceito formulado pela etologia clássica aprofundado por Lorenz (1935) que estudou extensamente o conceito (...)

Palavras chave:  biologia

Conceito de Imprinting

Imprinting é um conceito formulado pela etologia clássica aprofundado por Lorenz (1935) que estudou extensamente o conceito, é o fenómeno através do qual os animais na vida adulta demonstram preferências sociais e sexuais devido a estímulos recebidos num período crítico do desenvolvimento, geralmente em estados infantis.

É um processo de aprendizagem especialmente rápido e relativamente irreversível que ocorre geralmente dentro de horas ou poucos dias após o nascimento, é mais visível em aves, onde recém-nascidos de algumas espécies aprendem a reconhecer as características de um organismo protetor nas primeiras horas de vida e se apegam a qualquer objeto em movimento com o qual tenham contato durante esse período crítico de imprinting (24-48h após eclosão). Pode ocorrer assim um imprinting acidental, por exemplo se um filho de ganso/pato eclodir na presença apenas de um ser humano e se o colocar nas suas mãos ele não expressa qualquer reação de medo, piam quando se afasta e irá segui-lo prontamente para onde for. Uma das imagens mais conhecidas do próprio Lorenz demonstra isso mesmo, onde ele é seguido por vários gansinhos que se apegaram a ele após estar presente no período crítico de imprinting.

Este é um conceito básico que inclui a aprendizagem de quem é a mãe e a que espécie pertencem, na natureza é um instinto de sobrevivência dos recém-nascidos que precisam reconhecer rapidamente os seus progenitores que os protegerão em caso de ataque e servirão como exemplo comportamental – imprinting social. Funciona também ao contrário permitindo que progenitores identifiquem descendentes possibilitando que famílias se mantenham unidas, como no caso de rebanhos.

Pode funcionar também como imprinting sexual pois os juvenis aprendem características dos seus semelhantes que depois influenciarão as suas escolhas dos parceiros sexuais. Immelman (1965) retratou isso quando mandarins jovens criados por outra espécie quando atingiram a maturidade sexual tentaram copular fêmeas da espécie que os criou.

Este fenómeno também apesar de também poder ocorrer em mamíferos é mais raro pois tende a acontecer a animais que já nascem com a capacidade de mover-se e alimentar-se sozinhos. Recentemente mostrou-se que este comportamento não é tão rápido, irreversível nem restrito a um período crítico como Lorenz afirmava.

 

 

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