Biografia de Dian Fossey
Dian Fossey
(16
de Janeiro de 1932 - 26 de Dezembro de 1985) foi uma etóloga e zoóloga
americana que se especializou no estudo do gorila. Ao longo de 18 anos,
lutou pela conservação dos gorilas das montanhas Virunga na África
central. Foi assassinada, provavelmente por caçadores furtivos.
Infância
e Juventude
Dian
Fossey nasceu a 16 de Janeiro de 1932 em San Francisco, Califórnia.
Filha única de George e Kathryn Fossey, os seus pais divorciaram-se
quando ainda era criança. Dian cresceu então com a mãe e um padrasto
autoritário. Desde cedo, desenvolveu uma paixão pelos animais. Paixão
confirmada quando teve a possibilidade de trabalhar num rancho em
Montana nas férias do verão de 1951. Inscreveu-se então no curso de
Medicina Veterinária na Universidade da Califórnia. Todavia, as suas
dificuldades nas disciplinas de física e química fizeram com que optasse
pela licenciatura em terapia ocupacional que concluiu no San Jose State
College em 1954.
Após passar por
vários hospitais da Califórnia, foi contratada para dirigir o
departamento de terapia ocupacional do Kosair Children Hospital em
Louisville, Kentucky. Apesar do seu gosto e da sua particular habilidade
em trabalhar com crianças deficientes, Dian não se sentia realizada.
Nutria o sonho de conhecer África e a sua imensidão selvagem. Inspirada
pelos trabalhos de George B. Scholler, pioneiro no estudo do
gorila-das-montanhas, decidiu então contrair um empréstimo bancário e
começou a planear a viagem a África.
Primeiros passos em África
Em
Setembro de 1963, Dian chega ao Quénia. De seguida, viaja até à Tanzânia
(antigo estado de Tanganica) onde conhece o paleontólogo
Louis
Leakey. Com ele, Dian entende a importância do estudo dos grandes
primatas. A 16 de Outubro de 1963, chega ao Congo (antigo Zaire) com uma
certeza, a de querer estudar os gorilas. Nas montanhas Virunga, habitat
natural dos gorilas-das-montanhas, observa um deles pela primeira vez.
Essa experiência vai marcá-la para sempre.
Dian regressa ao trabalho no Kentucky com o objetivo de reembolsar o
empréstimo e com a esperança de um dia voltar a África. Paralelamente ao
seu trabalho no hospital publicou vários artigos no Louisville
Courier-Journal, nos quais relata a sua viagem e o
encontro
com os gorilas das montanhas Virunga.
O estudo dos gorilas
Em
1966, reencontra-se com Louis Leakey que a convida para voltar a África
e desenvolver um longo estudo sobre os gorilas-das-montanhas. Em
Dezembro desse ano, Dian regressa então à Tanzânia e passa os primeiros
tempos no Parque Nacional de Gombe com a primatóloga Jane Goodall,
especializada no estudo dos chimpanzés, e com a qual aprende as
técnicas
de observação e registo comportamental dos primatas. Viaja depois para o
Congo onde instala o primeiro campo com a ajuda do fotógrafo Alan Root.
Aí começou a sua jornada.
Inicialmente verificou que os gorilas escondiam-se na vegetação aquando
da sua chegada. Contudo, ao longo do tempo, foram
ganhando
confiança e aceitaram a sua presença. De modo a poder ser aceite pelo
grupo, Dian imitava os comportamentos dos gorilas tais como os
movimentos, as vocalizações ou a mastigação de folhas.
Em
1967, a instabilidade
política local obrigou-a a fugir do Congo. Decidiu então, e contra o
parecer da embaixada dos EUA, continuar os estudos do lado rwandês das
montanhas Virunga. Em Setembro desse ano, fundou o Centro de
Investigação Karisoke (contração de Karisimbi e Visoke, os nomes dos
vulcões que flanqueiam o centro). Após milhares de horas de observação,
os seus esforços foram finalmente recompensados quando Peanuts, um jovem
gorila, estendeu o braço e tocou-lhe a mão. O fotógrafo Bob Campbell
capturou, com a sua objetiva, este e outros momentos. Em 1970, Dian foi
capa da revista National Geographic, tornando-se numa celebridade
internacional e mudando para sempre a visão que o mundo de então tinha
dos gorilas.
De
modo a ganhar o respeito da comunidade científica, viaja para o Reino
Unido onde ingressa no Darwin College na Universidade de Cambridge de
onde sai em 1974 com o doutoramento em zoologia. De regresso ao Centro
de Investigação Karisoke,
com uma vontade redobrada, multiplica as suas observações e constata que
apesar de estarem protegidas na área do Parque Nacional dos Vulcões, as
populações de gorilas-das-montanhas continuavam a diminuir de dia para
dia devido à atividade dos caçadores furtivos. A ameaça de extinção
confirmara-se.
Dian iniciou então
uma campanha ativa para a conservação dos gorilas-das-montanhas.
Utilizou os seus próprios fundos para equipar os guardas do parque e
proporcionou-lhes um salário adicional de modo a incentivá-los na
aplicação das leis anti-caça.
O Fundo Digit e a luta pela proteção
dos gorilas
Ao
longo dos anos, desenvolveu fortes laços com os gorilas-das-montanhas,
em especial com Digit, um jovem gorila, com quem criou uma profunda
amizade e com
quem teve a primeira conexão real após o contacto com Peanuts.
Quando, no início do ano de 1978, encontraram o corpo mutilado de Digit
com a cabeça e as mãos cortadas, Dian sentiu-se como amputada de parte
do seu próprio ser e declarou a guerra aos caçadores furtivos. Nos dias
seguintes, criou o Digit Fund, mais tarde renomeado Dian
Fossey Gorilla Fund International, com o âmbito de sensibilizar o
mundo para a proteção
dos gorilas-das-montanhas e de modo a angariar fundos para recrutar,
treinar e equipar patrulhas anti-caça.
Em
1980, o crescente aumento de tensões e ameaças à volta do campo fizeram
com que Dian aceitasse o cargo de
professora
associada na Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque. Aproveitou
o tempo livre longe de África para trabalhar no seu livro Gorillas in
the mist. Nele relata os tempos que passou junto dos
gorilas-das-montanhas e salienta a urgência da preservação desses
grandes primatas. Publicado em 1983, o livro foi bem recebido e
mais tarde adaptado para o cinema num filme cujos direitos reverteram
para o Digit Fund.
Pouco tempo
depois de ter regressado às montanhas do Rwanda, na manhã do dia 27 de
Dezembro 1985, Dian Fossey foi encontrada morta na sua cabana. Tinha
sido brutalmente assassinada à machadada no dia anterior. O culpado
nunca foi identificado embora fortes suspeitas recaiam nos caçadores
contra os quais ela tanto lutou.
Encontra-se
sepultada no cemitério dos gorilas no Parque Nacional dos Vulcões ao
lado do seu adorado Digit.
Fontes
Dian Fossey
Gorilla
Fund International. http://gorillafund.org
Fossey, D. (2000). Gorillas
in the mist. Boston: Mariner Books
Mowat, F. (1987). Woman
in the Mists: The story of Dian Fossey and the mountain gorillas of
Africa. New York: Warner Books
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