Conceito de Espécie
Espécie
é um termo usado para descrever um grupo de indivíduos que vivem na
mesma área geográfica e que possuem caraterísticas físicas, genéticas e
de comportamento bastante semelhantes, têm a capacidade de se
reproduzirem entre si (não se toma em consideração a reprodução
artificial) formando descendência fértil e onde ocorre transmissão de
carateres hereditários. Esta definição é a mais usual, tendo sido
proposta por Theodosius Dobzhansky e Ernst Mayr. Apesar das semelhanças,
entre indivíduos, dentro da espécie existe alguma variabilidade que lhes
permite adaptar a vários ecossistemas diferentes. Apesar disso, por
vezes dentro da mesma espécie pode existir dimorfismos, isto é,
indivíduos com aspeto bastante diferente.
O
termo
espécie tem origem no latim remontando ao tempo de Aristóteles e servia
para descrever indivíduos com caraterísticas físicas semelhantes. Como
qualquer outro termo tem vindo a sofrer alterações consoante se foram
obtendo mais conhecimentos. A existência de várias definições deve-se à
falta de consenso entre os investigadores sobre qual será a melhor
definição, isto é, qual será a definição que melhor abrange todos os
organismos existentes. A dificuldade no consenso deve-se à existência de
inúmeras desvantagens em todas as definições existentes, não existindo
nenhuma que seja universalmente aplicável. Por essa razão o termo é
usado de diferentes formas, tendo em conta a área da Biologia que o está
a usar.
Do
ponto
de vista evolutivo duas espécies têm que ter surgido de um ancestral
comum e divergido para se originarem. Os elementos de cada espécie têm
que coexistir num mesmo local e tempo de forma a puderem transmitir as
suas caraterísticas à descendência. No entanto, podem sofrer uma
separação física, o que levará, ao fim de algum tempo, à formação de uma
nova espécie, mas a espécie original acaba por se extinguir. O mesmo
conceito é valido para o ponto de vista filogenético, com a exceção de
que não ocorrer a extinção da espécie original e ambas as espécies
conviverem no mesmo período de tempo.
Uma
espécie
sob o ponto de vista ecológico refere-se a indivíduos que partilham o
mesmo nicho ecológico, isto é, possuem características tão semelhantes
que lhes permite partilhar um mesmo ambiente e usar os mesmos recursos.
Os seres vivos resultantes do cruzamento de duas espécies diferentes,
mesmo na natureza, são denominados de híbridos (a hibridação é mais
comum nas espécies vegetais, no entanto, nas espécies animais também
existe), estes não são considerados uma nova espécie pois na maioria das
vezes não se conseguem reproduzir.
O termo espécie é
usado como a categoria taxonómica mais básica, apesar de não se
conseguir integrar todos os indivíduos nesta categoria, visto não
existir uma definição aceite por todos os investigadores e não se tratar
de um definição
muito inclusiva.
Muitos indivíduos ou espécimes que tinham sido identificados foram
posteriormente revistos e classificados como pertencentes a outras
espécies, devido a uma interpretação diferente do significado deste
termo.
Para além
da
espécie que é o último nível taxonómico, existem outros níveis
denominados, por ordem decrescente de inclusividade: Domínio> Reino>
Filo ou Divisão> Classe> Ordem> Família> Género. Lineu instituiu a
polinomia na escrita do nome das espécies, o primeiro nome é
representativo do Género (escrito com maiúscula) e o segundo nome
corresponde ao restritivo específico que nos vai especificar de que
espécie se trata (escrito em minúscula), por exemplo Quercus
palustris. Os nomes científicos escrevem-se em Latim, por se tratar
de uma língua onde não ocorre alterações de vocábulos (língua morta), a
sua escrita deve ser em itálico ou sublinhada de forma a ser mais
evidente.
Não confundir o termo
espécie com espécime. O primeiro diz respeito a uma população de
indivíduos considerados
semelhantes, já
o segundo refere-se ao indivíduo que foi recolhido e analisado para
estudo, trata-se de uma amostra não sendo necessariamente um ser vivo.
A especiação, isto é,
o surgimento de uma nova espécie pode dever-se a inúmeros fatores como a
seleção natural, o efeito
fundador, a
deriva genética, a existência de barreiras naturais e até a ausência de
predadores naturais. Estes fatores contribuem para o isolamento da
população e possivelmente para a necessidade de uma adaptação da espécie
ao novo ambiente, o que favorece a formação da nova espécie.
Inicialmente, ao ocorrer uma separação física em que os elementos de uma
determinada espécie começam a adquirir caraterísticas distintivas entre
os dois grupos, passa-se a denominar essa segunda espécie como raça ou
subespécie, só se estas alterações se mantiverem no tempo é que se
admite a existência de uma segunda espécie que derivou da primeira.
Apesar
do que é dito na definição, uma espécie pode ser encontrada em diversas
áreas com condições ambientais diferentes. A essas espécies capazes de
se adaptarem a vários tipos de ambientes chamam-se cosmopolitas.
Normalmente uma espécie está bem adaptada ao local onde vive desde que
surgiu, essas são as espécies autóctones. Ao colocar uma espécie num
ambiente que não é o seu (espécie exótica), esta pode não se adaptar,
acabando por morrer ou pode adquirir características de espécie
invasora, proliferando e ocupando habitat de outras espécies.
Devido
à grande extinção de espécies que têm vindo a ocorrer, causada pelo
comportamento humano, surgiram variadíssimas leis que visam à proteção
das espécies em vias de extinção. A vigilância por parte das autoridades
e por parte da população que participa na criação de sites com
inventário de espécies autóctones e espécies exóticas tem feito muito
para a proteção destes indivíduos, assim como auxilia na divulgação e
formação das populações. Mesmo sem uma definição a importância das
espécies e o seu declínio têm preocupado os governos, os cientistas e a
população em geral levando a criação de medidas importantes para a sua
preservação.
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