Conceito de Complexo de Golgi
O
complexo de Golgi é o único organelo celular que possui um nome
de um cientista. As características do organelo foram primeiramente
reportadas por Camillo Golgi (1843 - 1926) num encontro da Sociedade
Média de Pavia em
19 de Abril de 1898, quando o denominou de “aparelho
reticular interno”. O debate sobre a existência deste complexo continuou
mesmo depois do ano de 1913 quando o termo “complexo de Golgi”
foi oficialmente empregue para o “aparelho reticular interno”. Foi só em
1954 e através da microscopia eletrónica que se provou a
existência de tal organelo e o epónimo “Golgi” foi finalmente
aceite. O complexo de Golgi está presente nas células
eucariotas, estando localizado junto do reticulo endoplasmático (RE)
rugoso e, desta forma, perto do núcleo. O número de
compartimentos em cada complexo de Golgi varia entre 3 e 8. As
células podem ter somente um complexo de Golgi ou então centenas,
tal como acontece nas células vegetais. As células que se
especializaram nalguma função secretória contém um maior número de
complexos de Golgi do que outros tipos de células. O complexo de
Golgi pode dividir-se em 3 secções: estrutura cisGolgi,
empilhadora de Golgi (que é dividida em subcompartimentos
medial e trans) e estrutura transGolgi. As
proteínas do RE são transportadas para o compartimento intermédio
do retículo endoplasmático do complexo de Golgi, entrando no complexo
de Golgi na estrutura cisGolgi. Prosseguem para os
compartimentos medial e trans da empilhadora de Golgi,
onde corre a maioria das atividades metabólicas do complexo de Golgi.
As proteínas, lípidos e polissacarídeos já modificados deslocam-se para
a estrutura transGolgi, que funciona como um centro de
distribuição, direcionando as moléculas para lisossomas, para a membrana
plasmática ou para o exterior da célula. Apesar de o complexo de
Golgi ter sido descoberto há mais de 100 anos atrás, o mecanismo
pelo qual as proteínas movem através dele ainda não está bem
estabelecido. Uma possibilidade é o transporte em vesículas entre as
cisternas dos compartimentos do complexo de Golgi. No entanto,
existem algumas evidências experimentais que suportam um modelo
alternativo que propõem que as proteínas sejam transportadas através dos
compartimentos do complexo Golgi
dentro
das suas cisternas, e que vão maturando e progredindo ao longo do
complexo, numa direção cis-trans.
Funções
-
Glicosilação proteica. O
processamento
de proteínas no complexo de Golgi envolve a modificação e síntese
de porções de hidratos de carbono de glicoproteínas. Um dos aspetos mais
importantes neste processo é a modificação dos oligassacarideos que
foram adicionados a proteínas no RE.
-
Metabolismo dos lípidos e dos polissacarídeos. É onde ocorre a
síntese de glicolípidos e de esfingomielina. A síntese do
colesterol e da ceramida ocorre no RE. Posteriormente os
glicolípidos e a esfingomielina são sintetizados a partir da
ceramida no complexo de Golgi. Nas células vegetais, o
complexo de Golgi funciona
como
o local onde ocorre a síntese de polissacarídeos complexos da parede
celular.
-
Distribuição e exportação de macromoléculas. As proteínas, bem
como os lípidos e polissacarídeos, são transportados do complexo de
Golgi para os seus destinos finais através de vias secretórias. Isto
envolve a distribuição destas moléculas em diferentes tipos de vesículas
que saem da estrutura transGolgi e que entregam o seu
conteúdo no local
apropriado.
Outros assuntos relacionados:
-
Célula eucariota
-
Retículo endoplasmático
-
Núcleo
-
Glicosilação
-
Vesícula
-
Parede celular
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