Conceito de Ciclo Ovárico
Numa
mulher o ciclo sexual é uma atividade cíclica em que cada ciclo dura
aproximadamente 28 dias, começa com a menstruação e caracteriza-se por
mudanças no ovário e no útero – ciclo ovárico e ciclo uterino.
O ciclo ovárico é o período durante o qual é produzido o óvulo,
recolhido pelas Trompas de Falópio que o transporta até ao útero, e tem
essencialmente 3 fases, a primeira metade designada fase folicular
(entre 10 dias a 3 semanas) seguida da ovulação, que ocorre
sensivelmente a meio do ciclo, e por último a fase lútea ou secretora.
Nos
ovários cada oócito encontra-se rodeado por uma camada de células
foliculares que o alimentam e protegem ao longo do seu desenvolvimento,
formando uma estrutura arredondada, os folículos ováricos,
responsáveis pela produção de estrogénios. Em cada ciclo, num dos
ovários, um folículo simultaneamente com a evolução das células de linha
germinativa também experimenta transformações. Assim, durante a fase
folicular ocorre a oogénese simultaneamente o desenvolvimento
folicular.
Numa
criança recém-nascida cada oócito I está rodeado por uma camada de
células foliculares formando o folículo primário. Entre a
puberdade e durante os anos reprodutivos estes folículos iniciam um
processo de evolução todos os meses. O folículo continua o crescimento,
assim como o oócito, havendo uma proliferação das células foliculares
originando uma camada espessa chamada de camada granulosa, formando-se
também uma camada acelular que rodeia o oócito, a zona pelúcida, e surge
a teca, uma outra camada de células que rodeia o folículo, este estádio
é designado de folículo secundário. O aumento de volume e da
camada granulosa continua e sob a influência da hormona FSH começa a
desenvolver-se o antrum, uma grande cavidade folicular, e a
presença de uma camada de células que envolve o oócito, a corona
radiata, atingindo o estádio de folículo maduro ou folículo de
Graaf. Na parte final deste processo o folículo provoca uma
saliência na superfície do ovário e um pico nos níveis da hormona LH
desencadeia o folículo a ovular libertando o oócito II e a corona
radiata, que acompanhará o oócito, que é captado pelas trompas de
Falópio, dá-se assim a ovulação.
Segue-se
a fase lútea onde o folículo vazio experimenta modificações estruturais
e bioquímicas formando o corpo lúteo ou corpo amarelo que segrega
estrogénios e progesterona, caso não haja fecundação ele degenerará após
12-14 dias e deixará uma espécie de cicatriz designada corpus
albicans, caso contrário o corpo lúteo continua a produzir
progesterona e estrogénios de maneira a manter o endométrio.
A
concentração de hormonas ováricas varia ao
longo de um ciclo da seguinte forma:
·
A
concentração
de estrogénios, produzidos pelos folículos, aumenta à medida que estes
crescem atingindo um valor máximo pouco antes da ovulação, onde se
perdem algumas células foliculares levando a uma baixa na concentração
da hormona que volta a aumentar com a atividade do corpo lúteo.
·
A
progesterona
que tem valores mais baixos durante a fase folicular atinge um valor
máximo de concentração com o pleno desenvolvimento do corpo lúteo, e
volta a diminuir quando este entra em regressão.
O
ciclo
ovárico está envolvido num sistema de controlo hormonal que é
responsável pelo sincronismo entre os acontecimentos no ovário e no
útero. O funcionamento dos ovários é regulado pelo complexo
hipotálamo-hipófise, onde o hipotálamo através da produção da hormona
GnRH estimula a produção e libertação das hormonas FSH e LH.
A
folículoestimulina
(FSH) induz o crescimento e maturação dos folículos ováricos intervindo
assim na secreção de estrogénios, por sua vez, a luteoestimulina (LH)
atua no folículo maduro estimulando a ovulação através de um pico na sua
concentração e na transformação do folículo em corpo lúteo, levando
assim à produção de progesterona. Este complexo hipotálamo-hipófise está
sujeito à atividade das hormonas ováricas sobre o seu sistema de
controlo sobre o funcionamento dos ovários, ou seja, existe um
mecanismo de retroalimentação.
Assim
num breve resumo do funcionamento deste sistema, a GnRH induz a produção
de FSH e LH, os folículos imaturos sob a influência de FSH crescem e
produzem estrogénios, que por sua vez com um pequeno aumento na sua
concentração provocam a inibição de produção de GnRH e consequentemente
de LH e FSH – retroação negativa -, isto amortece as variações e
assegura a regulação permitindo que durante o desenvolvimento não
ocorram grandes oscilações no nível de estrogénios.
No
entanto
perto da ovulação e com o aumento de células foliculares o nível de
estrogénios ultrapassa o valor limite e desencadeia um efeito
estimulador, ao invés de inibidor, sobre o complexo hipotálamo-hipófise
- retroação positiva -, que produz mais FSH e principalmente LH
estimulando a ovulação.
Após
a ovulação os níveis elevados de estrogénios e progesterona exercem de
novo um efeito inibidor sobre o complexo hipotálamo-hipófise provocando
uma queda nos níveis de FSH e LH que desencadeia a diminuição de
hormonas ováricas, regressão do corpo amarelo, desintegração do
endométrio e consequente menstruação, e, liberta o complexo do efeito
inibidor, onde o novo aumento de FSH induz o crescimento de novos
folículos e início de um novo ciclo.
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