Conceito de Aneuploidia
Um cariótipo
normal,
composto por 46 cromossomas no Homem, designa-se por euploidia. Neste
caso, existe um número diploide de cromossomas (2n). Uma aneuploidia
corresponde a uma variação no número de cromossomas de um cariótipo, ou
seja, quando o número total de cromossomas difere em um ou mais de 2n
(sem ser múltiplo de n).
Exemplos de
aneuploidias
que podem ocorrer no Homem:
·
Nulissomia – corresponde a um cariótipo 2n-2
(ausência de 2 cromossomas);
·
Monossomia – corresponde a um cariótipo 2n-1 (ausência de 1 cromossoma);
·
Trissomia –
corresponde
a um cariótipo 2n+1 (presença de um cromossoma extra);
·
Tetrassomia – corresponde a um cariótipo 2n+2 (presença de 2 cromossomas
extra).
Estas alterações podem ser herdadas
ou podem surgir “de novo”. Nos casos em que a perda ou aumento de
material genético só
acontece em parte do cromossoma, denomina-se por
uma aneuploidia parcial. Acredita-se que as aneuploidias são
responsáveis por cerca de 50% dos abortos espontâneos. Uma aneuploidia
pode surgir de não disjunções dos cromossomas durante as divisões
meióticas ou mitóticas ou de anomalias da mitose, como por exemplo o
atraso na migração de um cromossoma para o polo do fuso. Normalmente, as
anomalias que ocorrem durante a divisão mitótica originam mosaicos,
dependendo do momento em que ocorre a não disjunção. Quanto mais tarde
ocorrer durante o desenvolvimento embrionário (ou até mesmo durante a
vida adulta) menos consequências terá no fenótipo do indivíduo. Se por
outro lado a anomalia ocorrer nas primeiras divisões embrionárias, o
embrião poderá possuir todas as células anormais (caso a disjunção
ocorra durante a primeira divisão celular e a anomalia seja compatível
com o desenvolvimento embrionário) ou parte das suas células euploides e
outra parte aneuploide, tornando-se um mosaico.
Uma monossomia completa acarreta
anomalias muito graves, resultando na paragem do desenvolvimento
embrionário. No entanto, um
cariótipo 45,X representa a única monossomia
compatível com a vida (apesar de existirem relatos de indivíduos que
sobreviveram com uma monossomia 21), sendo o indivíduo portador da
síndrome de Turner. Desta forma, as perdas de material genético são
muito mais graves do que o ganho de material cromossómico.
As trissomias autossómicas mais
frequentes são a trissomia 21, a trissomia 18 e a trissomia 13, também
conhecidas por síndrome de Down, síndrome de Edwards e síndrome de
Patau, respetivamente. Já as aneuploidias relacionadas com os
cromossomas sexuais
apresentam menor severidade em relação às aneuploidias autossómicas. Tal
deve-se ao processo de lionização do cromossoma X, que ocorre
naturalmente em indivíduos do sexo feminino (46,XX), ou seja, nas
trissomias 47,XXY ou 47,XXX, a lionização dos cromossomas X extra irá
diminuir o efeito negativo da informação genética a mais.
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