Conceito de Sociologia
A Sociologia é uma ciência pertencente ao
grupo das ciências sociais e humanas que procura explicar as relações
entre indivíduos e grupos de
indivíduos dentro da comunidade, incluindo o estudo das formas de
associação e interação que ocorrem na sociedade. Daqui decorre que a
sociologia abrange, o estudo dos grupos sociais, da divisão da sociedade
em camadas sociais, da mobilidade social, dos processos de cooperação,
competição e conflito na sociedade etc. No seu processo de análise, a
sociologia procura identificar padrões e caracteres gerais comuns a
todas as classes de fenómenos sociais, observando o que é repetitivo e
procurando daí fazer generalizações teóricas. Para isso, os sociólogos
fazem uso frequente de técnicas quantitativas como a estatística para
desenvolverem modelos teóricos para explicar os fenómenos sociais e a
forma como os indivíduos respondem a alterações na sociedade.
História da Sociologia
Enquanto disciplina do conhecimento, as
origens da sociologia podem ser encontradas no
séc. XVIII, tendo surgido
como uma forma de resposta ao um dos desafios da modernidade: se o mundo
está a ficar cada vez mais integrado, a experiência e percepção das
pessoas sobre o mundo está cada vez mais atomizada e dispersa. Nesse
sentido, os académicos procuravam não apenas perceber o que unia e
mantinha unidos os grupos sociais, mas também desenvolver uma forma de
evitar a desintegração social.
Contudo, é no
séc. XIX que a sociologia se
assume como verdadeira ciência. Primeiro com
Auguste Comte que procura
unificar as diversas ciências relativas ao Homem, incluindo a história,
a psicologia e a economia e depois
com Émile Durkheim a quem se deve o
reconhecimento académico da sociologia como ciência.
O surgimento da sociologia de
Comte (a
quem é dado o crédito da utilização da palavra sociologia pela primeira
vez no seu curso de Filosofia Positiva, em
1839) está
muito ligada às profundas transformações económicas, políticas e
culturais ocorridas a partir da segunda metade do
séc. XVIII com
destaque para a Revolução Industrial e para a Revolução Francesa. Estes
dois eventos e tudo o se lhe seguiu originou alterações significativas
na vida das pessoas em sociedade e um verdadeiro rompimento com as
formas de relacionamento passadas, baseadas sobretudo nas tradições. A
sociologia surge assim como uma forma de estudar e entender essas
mudanças na sociedade e nas relações entre os indivíduos e a própria
sociedade.
Escolas do Pensamento Sociológico
Actualmente, podemos afirmar que existem
duas grandes escolas ou correntes do pensamento sociológico: A
Escola Funcionalista e a Escola do Conflito.
A Escola Funcionalista, de forte influência Durkheiminiana e das
suas teorias positivistas, entende que a sociedade consiste num sistema
do tipo biológico, ou seja, a sociedade funciona como um organismo
biológico; num organismo biológico,
se uma das partes tem algum problema, esse problema irá reflectir-se em
todo o organismo. Deste pressuposto resulta que, para bem da sociedade,
todos os seus membros (pessoas e instituições) devem agir da mesma
forma, respeitando todos as mesmas normas sociais e quem não as
respeitar sofre sanções. Outra conclusão deste princípio é a de que num
organismo, cada uma das suas partes contribui para preservar o todo.
Assim, também numa sociedade, cada um dos seus membros contribui para a
manutenção da ordem social e da própria sociedade, com a comunicação a
assumir aqui um papel de relevo.
Uma perspectiva derivada da Escola
Funcionalista é o Funcionalismo Estrutural, muito em voga entre os
sociólogos e os antropologistas no período entre o final da IIª Guerra
Mundial e a Guerra do Vietname. Segundo esta perspectiva, toda a
sociedade é composta por um conjunto de estruturas tais como os
hospitais, as escolas, as fábricas, os legisladores, os tribunais, as
forças da ordem, etc., cada uma das quais com funções próprias que
procuram promover a estabilidade social.
Quanto à Escola do Conflito,
surgida na década de 1960 por oposição à Escola Funcionalista, esta
procura olhar para a sociedade, levando em conta os seus conflitos e as
suas contradições. De facto, ao
contrário da Escola Funcionalista que considera o conflito como
prejudicial à sociedade, a Escola do Conflito entende que o conflito e o
choque normativo é o que move os grupos e membros da sociedade e o que
promove a mudança social. Nesta nova perspectiva, o grupo social passou
a ser concebido como um equilíbrio de forças e não como uma relação
harmónica entre órgãos, não suscetíveis às interferências do exterior.
Uma
das origens da Escola do Conflito foi o socialismo marxista socialismo
marxista, que defendia uma ideologia do conflito e do confronto de
classes como forma de evolução social.
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