Conceito de Transicionalidade
O termo
Transicionalidade em psicologia diz respeito ao espaço intermédio entre
a realidade e o imaginário. Espaço que se descreve como pertencente ao
mundo interno de um individuo e ao mesmo tempo ao mundo externo (o
ambiente, a sociedade e os outros).
É um espaço que separa
o individuo de tudo o resto, espaço de criação e do não julgamento, onde
tudo é possível. É o espaço da imaginação e da relação.
O termo
Transicionalidade surge com Donald Winnicott (1896-1971), pediatra e
psicanalista e refere-se ao espaço no qual é utilizado o objeto
transicional. O objeto transicional é descrito como um objeto material
que adquire um valor importante para o bebé e para a criança, na medida
em que esta recorre a este com vista a experimentar a separação em
relação à mãe. É o objeto de eleição que começa por ser a colher da papa
e passa ao ursinho de peluche, que fala, anda, come e chora,
principalmente na altura de tarefas aborrecidas para a criança. Também
observamos objetos de transição na altura de dormir, a almofada de
eleição, o lençol ou o bonequinho que só aparece para fazer companhia ao
sono.
O recurso a este tipo
de objetos é um fenómeno natural e saudável, pois além da separação que
imprime à relação dual mãe-bebé também é objeto de ilusão e imaginação.
É a Transicionalidade que se impõe entre dois indivíduos e possibilita
que estes interajam sem se fundirem, com identidades próprias e
separadas contudo em relação verdadeira. O que os autores, em especial,
os psicanalistas defenderam é que o brincar da criança com amigos
imaginários, nada mais é do que o ensaio da sua identidade que vai ser.
É o consolidar da verdadeira relação de objeto.
Também assistimos a
estes fenómenos, na altura da adolescência, escamoteados por vezes em
objetos de sorte ou apenas de companheiros fieis infantis. Também se
observa a Transicionalidade em perturbações narcísicas, que se
relacionam com os outros – as pessoas – como se estes fossem objetos
imaginários, através dos quais podem ensaiar a sua identidade que está
para vir, são pessoas-objetos. No adulto normativo, a Transicionalidade
está também presente, contudo, adequada à relação de objeto adulta e ao
ambiente e idade.
|
Procure outros termos na nossa enciclopédia
|
|
|