Ciências Sociais e Humanas

Psicologia

Role-play

Autor: Diana Costa

Mestre em Psicologia Clínica

Data de criação: 06/05/2015

Resumo: Apresentação do conceito de Role-play...

O role-play é tipicamente conhecido como uma forma de jogo em que os jogadores fingem ser outra pessoa. Foi, e ainda é, muito usado (...)

Palavras chave:  psicologia

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Conceito de Role-play

O role-play é tipicamente conhecido como uma forma de jogo em que os jogadores fingem ser outra pessoa. Foi, e ainda é, muito usado nos jogos sociais onde se ajudam os alunos a compreender o comportamento social e as interacções sociais, tendo sido transportado para a Psicologia sendo uma técnica amplamente utilizada em terapia, sobretudo nas terapias cognitivo-comportamentais ou analíticas. Esta técnica é utilizada para modelar comportamentos relevantes, ajudando o cliente a descrever relações funcionais e produzir autoconhecimento diante das queixas interpessoais. Assim, a técnica de role-play, consiste na encenação de um problema ou situação na área das relações humanas, onde duas ou mais pessoas simulam uma situação hipotética de forma mais real possível. O cerne deste método está na síntese que se faz do desempenho desses papéis. É importante que a pessoa que coordene este tipo de técnica conheça bem e compreenda as pessoas que interpretam a dramatização. No resumo, deve constar a carga emocional e as atitudes adoptadas dali em diante. Trata-se de uma técnica informal e que assegura a participação psicológica do indivíduo, eliminando as inibições e facilitando a comunicação. Mas então qual é a utilidade da técnica de role-play? Permite desenvolver a capacidade de relacionamento das pessoas através da compreensão do comportamento humano, fornece dados acerca das relações entre as pessoas que permite analisar e discutir essas mesmas relações, facilita a comunicação, permite aos indivíduos representar e, assim, expressar os seus problemas pessoais, aprendendo a enfrentá-los e permite despersonalizar o problema.

O role-play nem sempre pode ser utilizado, sendo de extrema importância saber quando e como deve ser usado. Assim, deverá ser usado quando o indivíduo reconhece a necessidade de aprofundar os verdadeiros motivos de uma reacção, os seus impulsos básicos, os seus bloqueios e ajustamentos. Só deverá ser usada quando os indivíduos se sentem realmente seguros para se exporem e para exporem os seus sentimentos, atitudes, frustrações e opiniões.

Apesar de parecer uma técnica de fácil utilização, são necessários cuidados na sua aplicação, deste modo para se usar esta técnica dever-se-á:

- Apresentar e definir o problema a dramatizar;

- Escolher e fixar os aspectos do relacionamento a serem enfatizados na dramatização;

- Definir e apresentar os papéis;

- Escolher quem serão os actores e as linhas que irão orientar o seu desempenho;

- Não se preocupar com a perfeição da representação;

- Evitar demoras excessivas, realizando a dramatização num tempo que permita a apresentação de todos os tópicos a dramatizar.

Tal como qualquer outra técnica usada em terapia na Psicologia há que ter sempre em conta a pessoa que está à nossa frente. Nem sempre todas as teorias se aplicam às mesmas pessoas, assim é crucial perceber se o role-play será um momento de construção positivo para a pessoa, permitindo-lhe evoluir na terapia e crescer emocionalmente, ou se por outro lado será um momento de embaraço, de regressão psicológica e regressão na terapia. Uma técnica de role-play mal aplicada e falhada pode levar ao abandono da terapia.

 

 

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