Conceito de Role-play
O role-play é
tipicamente conhecido como uma forma de jogo em que os jogadores fingem
ser outra pessoa. Foi, e ainda é, muito usado nos jogos sociais onde se
ajudam os alunos a compreender o comportamento social e as interacções
sociais, tendo sido transportado para a Psicologia sendo uma técnica
amplamente utilizada em terapia, sobretudo nas terapias
cognitivo-comportamentais ou analíticas. Esta técnica é utilizada para
modelar comportamentos relevantes, ajudando o cliente a descrever
relações funcionais e produzir autoconhecimento diante das queixas
interpessoais. Assim, a técnica de role-play, consiste na encenação de
um problema ou situação na área das relações humanas, onde duas ou mais
pessoas simulam uma situação hipotética de forma mais real possível. O
cerne deste método está na síntese que se faz do desempenho desses
papéis. É importante que a pessoa que coordene este tipo de técnica
conheça bem e compreenda as pessoas que interpretam a dramatização. No
resumo, deve constar a carga emocional e as atitudes adoptadas dali em
diante. Trata-se de uma técnica informal e que assegura a participação
psicológica do indivíduo, eliminando as inibições e facilitando a
comunicação. Mas então qual é a utilidade da técnica de role-play?
Permite desenvolver a capacidade de relacionamento das pessoas através
da compreensão do comportamento humano, fornece dados acerca das
relações entre as pessoas que permite analisar e discutir essas mesmas
relações, facilita a comunicação, permite aos indivíduos representar e,
assim, expressar os seus problemas pessoais, aprendendo a enfrentá-los e
permite despersonalizar o problema.
O role-play nem sempre
pode ser utilizado, sendo de extrema importância saber quando e como
deve ser usado. Assim, deverá ser usado quando o indivíduo reconhece a
necessidade de aprofundar os verdadeiros motivos de uma reacção, os seus
impulsos básicos, os seus bloqueios e ajustamentos. Só deverá ser usada
quando os indivíduos se sentem realmente seguros para se exporem e para
exporem os seus sentimentos, atitudes, frustrações e opiniões.
Apesar de parecer uma
técnica de fácil utilização, são necessários cuidados na sua aplicação,
deste modo para se usar esta técnica dever-se-á:
- Apresentar e definir
o problema a dramatizar;
- Escolher e fixar os
aspectos do relacionamento a serem enfatizados na dramatização;
- Definir e apresentar
os papéis;
- Escolher quem serão
os actores e as linhas que irão orientar o seu desempenho;
- Não se preocupar com
a perfeição da representação;
- Evitar demoras
excessivas, realizando a dramatização num tempo que permita a
apresentação de todos os tópicos a dramatizar.
Tal como qualquer
outra técnica usada em terapia na Psicologia há que ter sempre em conta
a pessoa que está à nossa frente. Nem sempre todas as teorias se aplicam
às mesmas pessoas, assim é crucial perceber se o role-play será um
momento de construção positivo para a pessoa, permitindo-lhe evoluir na
terapia e crescer emocionalmente, ou se por outro lado será um momento
de embaraço, de regressão psicológica e regressão na terapia. Uma
técnica de role-play mal aplicada e falhada pode levar ao abandono da
terapia.
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