Conceito de Processo Separação –
Individuação
O Processo de
separação – individuação foi descrido por Margaret Mahler (1897 – 1985),
psicanalista de Budapeste que emigrou para os Estados Unidos. Esta
autora dedicou-se ao estudo do desenvolvimento infantil e criou a teoria
do desenvolvimento interpessoal do qual foi destacado o processo de
separação - individuação, bastante utilizado em psicologia clinica e
em psicanalise no diagnóstico e no tratamento de determinadas patologias
ou perturbações.
O processo de
separação – individuação descreve a separação e a individuação
psicológica da criança em relação à mãe dos primeiros anos de vida aos
primeiros anos de vida. Este processo é longo e complexo e está dividido
em duas fases (fase da simbiose normal –
sub-fase de autismo, sub-fase de relação objetal narcísica), Processo de
Separação- Individuação – sub-fase de Diferenciação, sub-fase de
Ensaios, sub-fase de Separação,sub-fase de consolidação)
Na fase de simbiose
normal,
a sub-fase do
autismo normal faz referência à capsula do qual o bébe vive com a
sua mãe, é um prolongamento do corpo do bébe, nada existe à sua volta;
sub-fase da relação
objetal narcísica- o bébé vive numa unidade dual com a mãe, a
relação é totalmente narcísica, de nutrição absoluta – afetiva e física
-. A crise maturacional do corpo vivo ocorre e também ocorre uma
diferença ao nível dos seus sentidos, havendo pois uma capacidade melhor
e maior de apreender os estímulos externos.
Pela maior e melhor
maturação fisiológica e pelos cuidados maternos inicia-se o
processo de separação – individuação:
1ª sub-fase -
Diferenciação -
o bebé está mais ativo, apreende todos os estímulos com
outra capacidade. Tem tendência para se moldar ao corpo da mãe e não o
contrário. A criança explora a mãe e o mundo à sua volta, puxa-lhe os
cabelos, os óculos, as blusas mexe em objetos.
Dos 6 meses as 8
meses, dá-se a angústia do 8º mês ou do estranho e o bebé faz a
diferenciação psicológica entre a mãe e os estranhos que são todas as
outras pessoas. As suas reações de desagrado são comuns a todas as
crianças que conviveram até então com as suas mães e com cuidados
maternos. A ausência de angústia do 8º mês poderá ser indicativo na
inconstância de figuras securizantes interiorizadas pela criança.
2ª sub-fase – sub -
fase dos ensaios
- a criança está cada vez mais diferenciada psicologicamente e
fisicamente da mãe e essa diferença traduz-se na exploração que a
criança faz do mundo à sua volta, afastando-se temporariamente da mãe e
brincando às escondidas, às ausências temporárias. A internalização
vai-se experimentando e comprovando pela necessidade de se prover
emocionalmente junta à mãe. Praticante propriamente dito com o poder da
locomoção e as suas novas capacidades fisiológicas, a criança vai
comprovando as diferenças entre os seus corpo, o corpo da mãe e o corpo
dos outros.
3ª sub-fase – sub -
fase de re-aproximação
– a crianças começa
também a fazer as diferenças entre sexos e a reconhecer a sua própria
identidade. Tem um pai e uma mãe e a relação com a mãe modifica-se,
podendo inclusive haver momentos regressivos “à altura em que era bébé”.
Surgem carências afetivas e a independência criada e de grande
entusiasmo é agora calculada com outro pensamento.
4ªsub - fase-
sub-fase de consolidação da individualidade –
fase da constância objetal libidinal - a criança adquire uma
individualidade com sentido de self. Há constância do objeto – bom e
mau- com todas as suas características. Há um outro individual e
diferenciado. Esta constância possibilita à criança enquanto está
sozinha, estar acompanhada por dentro. Ocorre no 3º ano de vida.
Para a compreensão do
processo de separação – individuação é indispensável a leitura da obra
da autora “O Nascimento Psicológico da Criança”, 1975
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