Perturbação Borderline da Personalidade
A
perturbação
borderline da personalidade, também conhecida como perturbação
estado-limite da personalidade, caracteriza-se, de acordo com o manual
de diagnóstico das perturbações mentais, por um padrão
global
de instabilidade no relacionamento interpessoal, autoimagem e afetos, e
por uma impulsividade marcada. Tem início na idade adulta, e interfere
de forma significativa no funcionamento da pessoa, e nos mais variados
contextos de vida.
Este
manual
estabelece ainda como critérios de diagnóstico a presença de: esforços
frenéticos para evitar o abandono real ou imaginado; um padrão de
relações interpessoais intensas e instáveis; instabilidade persistente e
marcada da autoimagem ou do sentimento de si próprio; impulsividade em
áreas potencialmente autolesivas; comportamentos, gestos ou ameaças
recorrentes de suicídio ou comportamento automutilante; instabilidade
afetiva por reatividade de humor marcada; sentimento crónico de vazio;
raiva intensa e inapropriada ou dificuldades em controlá-la; e ideação
paranóide transitória reativa ao stress ou sintomas dissociativos
graves.
A
perturbação
borderline da personalidade pode ainda ser classificada de acordo com
quatro formas clínicas:
Grupo A:
Encontra-se
mais próximo das psicoses, com características esquizóides e/ou
paranoides;
Grupo B:
Predomínio de
características
distímicas e afetivas;
Grupo C:
Predomínio de
características
antissociais e perversas;
Grupo D:
Predomínio de
características
neuróticas graves.
Os
indivíduos com
perturbação
borderline da personalidade também apresentam algumas características
comuns. Considerando o manual anteriormente mencionado, elas enquadram a
desistência de um objetivo numa fase de proximidade da sua
concretização; o uso de um objeto transitivo como forma de sentirem
segurança; e os frequentes relatos, na sua história infantil, de abuso
físico e sexual, negligência, conflitos violentos, e perda ou separação
parental precoce.
De
acordo com
Rodrigues,
vários autores têm proposto um conjunto de fatores como estando na
origem da perturbação borderline. Desta forma, destacam-se três grupos
principais de fatores: história familiar de psicopatologia; trauma ou
abuso na infância; e traços de personalidade.
Para Dal’Pizol e colegas, a perturbação borderline trata-se do
transtorno de personalidade mais comum, ocorrendo em 2 a 3%
da população geral, com prevalência entre populações clínicas
psiquiátricas de 15 e 25%. Relativamente à população com perturbações de
personalidade, a perturbação borderline apresenta uma taxa de 30% a 60%.
|
Procure outros termos na nossa enciclopédia
|
|