Paradigma de Kohlberg (Modelo de
Desenvolvimento Moral)
Kohlberg é considerado um dos autores de referência para o estudo do
desenvolvimento moral. Consoante autores como Fini, e Hart e Carlo
indicam, este baseou-se nos trabalhos de autores como Piaget, criou uma
linha de investigação que se focou no
desenvolvimento da compreensão de questões morais, e
propôs uma teoria em que o desenvolvimento moral ocorre segundo uma
sequência de estádios universais, pelos quais as pessoas passariam até
atingir um nível superior. Esta teoria dos estádios permite observar
avanços no raciocínio moral, sendo que o alcance de um estádio superior
demonstrará uma maior compreensão da natureza das obrigações morais em
sistemas sociais complexos.
Desta forma, e como Bataglia e colegas referem, Kohlberg propõe seis
estádios de desenvolvimento moral, os quais podem ser
divididos
de acordo com três níveis:
No
primeiro nível, denominado como “pré-convencional”, o indivíduo faz uma
análise do certo e errado tendo em consideração os seus próprios
interesses, que incluem o medo e a punição. Neste nível, no primeiro
estádio, a obediência às regras
ocorre por medo da punição que se possa vir a receber e,
no segundo estádio, considerado o estádio do individualismo, o
raciocínio moral do indivíduo é um raciocínio egocêntrico, pelo que este
segue as normas por interesse próprio.
No
nível seguinte, o “convencional”, o indivíduo considera como atos morais
corretos aqueles que assentam nas convenções e regras sociais
que
são estabelecidas pelas autoridades ou instituições socialmente
reconhecidas, pelo que os seus juízos morais são formulados tendo em
consideração as regras das mesmas e as expectativas que estas depositam
sobre si. Este nível engloba o terceiro e quarto estádio. No terceiro
estádio, o comportamento do indivíduo orienta-se em função do que as
pessoas esperam do próprio, considerando os interesses coletivos como
mais significativos que os interesses individuais. No quarto estádio, a
perspetiva moral é a de manter a ordem social e o que foi estabelecido
pelas autoridades, o que implica a colaboração com a organização social
e as instituições.
No
terceiro e último nível, o “pós-convencional”, que engloba o quinto e
sexto estádio, a ação considerada correta é aquela
que
vai ao encontro dos princípios morais universais, pautados pela
reciprocidade e igualdade. Em vez de ser guiado por regras sociais, o
pensamento é regido por princípios morais e éticos. Assim, no quinto
estádio, o raciocínio moral é feito tendo em consideração o contrato
social, os direitos individuais dos outros, e a vontade e bem-estar da
maioria, e o sexto estádio corresponde ao alcançar dos princípios éticos
universais, em que há uma orientação para a consciência e para
princípios que compreendem o recurso à universalidade lógica e à
consistência, sendo por isto, considerado por Kohlberg, como o mais
evoluído dos estádios.
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