Conceito de Pânico
A
experiência
de pânico, usualmente designada por “ataque” ou “crise” de pânico
traduz-se numa experiência de ansiedade, que consiste na ocorrência de
um episódio relativamente curto (regra geral, atingindo o seu auge em
dez minutos, podendo prolongar-se até trinta minutos) e intenso de
ansiedade, percebido como inesperado, em que predominam sintomas
somáticos (e.g. dificuldade em respirar, dor no peito, taquicardia,
tremores), acompanhados da interpretação catastrófica destes mesmos
sintomas (e.g. percepção de ataque cardíaco, contribuindo para o medo de
morrer ou de perder o controlo, também sintomas do pânico). A ocorrência
de ataques de pânico pode em certas situações configurar-se em
perturbação de pânico, tal como descrito pelo Manual de Diagnóstico
de Estatística e Perturbações Mentais (Diagnostic and Statistical Manual
of Mental Disorders, DSM), na qual se verifica a ocorrência repetida
de episódios de pânico (pelo menos dois), associada à apreensão ansiosa
de futuros episódios (durante pelo menos um mês após o episódio de
pânico) e, por conseguinte, à hipervigilância de sintomas somáticos,
contribuindo para a manutenção do ciclo. A experiência de pânico pode
ainda ser acompanhada de agorafobia, que consiste na ansiedade (e
habitualmente evitamento) de locais onde não haja possibilidade de
auxílio disponível ou se verifique dificuldade em sair dos mesmos (e.g.
multidões ou locais como transportes públicos).Contudo, a ocorrência de
episódios de pânico pode verificar-se no contexto de outras perturbações
de ansiedade (e.g. ansiedade social) ou de humor (e.g. depressão) de
forma mais pontual, não se configurando uma perturbação distinta daquela
no âmbito da qual o episódio ocorreu. Acresce ainda a possibilidade de
se verificarem situações de comorbilidade (ocorrência simultânea de duas
entidades clínicas ou perturbações), sendo frequente a prevalência de
depressão em comorbilidade com a perturbação de pânico, verificando-se
não raras vezes como consequência do isolamento (na sequência de
agorafobia), perda de autonomia, baixa percepção de controlo e crenças
negativas sobre o Eu.
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